Assim que a policial soltou Sana no pátio ela nem olhou para direção nenhuma, simplesmente decidiu migrar para sua cela e se sentar em sua cama. Ela queria pensar, precisava disso, por tal razão tirou os sapatos e se encostou no canto da cama, apoiando sua cabeça na parede e suas costas no beliche. A garota puxou sua coberta e enfiou a mão embaixo do travesseiro, tirando uma foto de Jihyo com ela de lá.
Ela abraçou as próprias pernas e suspirou tristemente, encarando a foto que Jeongyeon havia lhe dado, que para a sua surpresa não havia sido a que elas olhavam para câmera, senão a que havia tirado instantaneamente, onde Jihyo fitava bobamente o enorme sorriso que Sana tinha em seu rosto, tendo seus braços enlaçados ao redor da menor. Pela forma como ela fitava Jihyo, podia se dizer facilmente que estava apaixonada.
— E agora, meu amor? — Ela sussurrou, dando um beijo na foto antes de se deitar e fechar os olhos, enterrando a imagem em seu peito fortemente.
Ela estava aliviada porque sairia, entretanto, deixar Jihyo não fazia seu coração ficar calmo, muito pelo contrário, ele estava quase sangrando. Não se arrependia de ter se apaixonado por Jihyo, porém as coisas se complicariam a partir do momento onde saísse dali. Sem perceber um choro baixinho se fez presente por ela mesma. Ela havia levado a coberta até sua cabeça e mal notou quanto tempo havia se passado daquela forma.
— Satang? — A voz carregada de preocupação de Jihyo soou no ambiente e Sana descobriu a cabeça rapidamente, se virando quase que instantaneamente para sua namorada.
— Amor... — Sana proferiu, estendendo os braços para era em um convite silencioso para a menor se aconchegar em seu corpo. Jihyo sequer pensou, apenas migrou até a cama de Sana e se instalou em seu abraço.
— O que houve? — Jihyo perguntou e Sana negou com a cabeça, enterrando o rosto em seu pescoço antes de começar a chorar copiosamente.
— A minha... irmã... — Sana disse e parou, fazendo o desespero de Jihyo aguçar.
— O que houve com ela? Ela está bem? — Indagou e Sana assentiu com a cabeça, respirando fundo para ver se conseguia parar de chorar.
— Ela pagou alguém para sumir com uma das provas da minha inocência. — Ela enfim disse. — E não duvido nada que... tenha ofertado uma boa dose de dinheiro ao meu antigo advogado para perder o caso. — Jihyo se calou por algum tempo até processar a informação.
— Você, uh, tem certeza? — Jihyo perguntou e Sana assentiu, completamente devastada. — Céus, Sana, eu sinto muito. Como você soube?
— A minha advogada descobriu. — Ela falou, sentindo seu corpo se acalmar ao sentir a carícia mansa de Jihyo em seus cabelos.
— As pessoas às vezes são filhas da puta no mundo, só basta descobrir o motivo. — Jihyo falou e Sana ergueu o rosto, a fitando com os olhos vermelhos e o rosto umedecido. Jihyo não resistiu em levar uma mão até seu rosto e enxugar delicadamente a região antes de depositar um beijo na testa de Sana. — Não gosto de te ver mal. Isso me destrói. — Falou, fechando os olhos e engolindo pesadamente.
— Por favor... Por favor, diz que vai me deixar te visitar quando eu sair daqui. — Sana sussurrou em uma súplica desesperada. — Por favor, amor, por favor...
— Sannie, isso não é lugar para você. — Jihyo disse com profundo pesar. — Eles vão ter que te ver nua e...
— Não se eu vier com um advogado. — Sana disse prontamente e Jihyo a fitou solenemente.
— Você está mesmo disposta a me visitar? — Jihyo indagou e Sana assentiu, enfiando a foto embaixo do travesseiro novamente.
— Vai passar rapidinho, mas preciso continuar te vendo. Eu não saberia lidar com tanta saudade. — A maior confessou e Jihyo arqueou uma sobrancelha.
— Está dizendo que me esperaria? — Perguntou incrédula.
— Óbvio. — Sana replicou e Jihyo não resistiu em abrir um lindo sorriso.
— Você jura que me esperaria? Sannie, você não precisa...
— Não fale mais uma palavra sequer. — Sana pediu. — Eu... gosto mesmo de você, Jihyo. — Ela disse com suavidade. — Eu sei que eu não preciso; que eu poderia tocar a minha vida lá fora como se nada tivesse acontecido, mas aconteceu e eu jamais mudaria isso em minha vida. — Afirmou. — Você agora é parte da minha vida e, bem, é uma parte que eu não quero nunca abrir mão.
— Não me dê esperanças se não for verdade... — Jihyo pediu com a voz embargada, fitando o colchão para Sana não ver o lampejo de vontade de chorar em seus olhos. — Ninguém nunca esteve lá por mim além de Jeongyeon e Mina e eu não suportaria se... — Ela engoliu em seco e mordeu o lábio inferior. — Por favor, não me ilude se não for verdade. — Jihyo sentiu o leve roçar do dedo indicador de Sana em seu queixo e ergueu a vista para fitá-la.
— Eu esperarei cada bendito segundo para termos uma vida lá fora. — Sana disse e Jihyo comprimiu os lábios.
— Jura? — Jihyo perguntou e Sana assentiu.
— Sim. Só preciso que me deixe te visitar... Eu morreria de saudades. — Sana pediu novamente e Jihyo assentiu.
— Eu deixo. — Jihyo falou finalmente. — Mas só se vier com um advogado. Não quero que se submeta a ser analisada por aquelas policiais.
— Eu prometo. — Sana disse, se inclinando e dando um beijo em Jihyo, calmo, macio e suave. A menor riu entre o beijo e negou com a cabeça.
— Começamos essa conversa comigo sendo seu conforto. Olhe agora... — Ela disse rindo e Sana depositou mais um beijo casto em seus lábios.
— Isso é porque somos um casal fofo onde ambas se cuidam e é exatamente por isso que não deixaria de te ver nunca. — Ela falou e Jihyo sorriu, enlaçando um braço ao redor da maior.
— Bem, temos pouco mais de três meses então para ficarmos juntinhas ainda, não é? — Jihyo indagou e Sana mordeu seu lábio inferior, a olhando com temor.
— Uh, é isso que eu queria comentar com você... — Começou suspirando e por sua reação Jihyo já soube.
— Quando sai? — Perguntou.
— Em aproximadamente um mês, no máximo. — Jihyo assentiu e levou uma mão até seu rosto.
— Finalmente. Isso não é lugar para você. — Jihyo disse docemente, apesar de já ser capaz de sentir a saudade em seu peito.
— Nem para você, Jih. — Sana afirmou e Jihyo riu baixinho.
— Talvez, mas você não sabe o peso que tira das minhas costas indo embora. — Sana a fitou confusa e Jihyo abriu a boca assustada. — Não, eu não quis dizer que você é um peso para mim, por favor, não me interprete mal. — Pediu rindo nervosamente.
— E então? — Sana Indagou.
— Eu vivo com medo de descobrirem algo sobre mim. — Jihyo confessou. — E morro de desespero de te atacarem caso descubram. Eu não me perdoaria nunca se algo te acontecesse. — Falou com um olhar aflito e Sana se ajeitou na cama.
— Não me assuste, Jihyo. Do que se trata? — Jihyo suspirou e diante do olhar de Sana ela não teve como esconder. Seus olhos foram para fora da cela para ver se ninguém passava e abaixou o tom de voz consideravelmente ao dizer:
— Eu não sou quem eu digo ser, Sana.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Presa por acaso - sahyo
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...