— Hoje está mais frio do que o normal. — Sana falou, se aconchegando mais nos braços de Jihyo. Ela notou que sua namorada fitava Beatrice de longe e que provavelmente não ouvia nada do que ela falava. — Jihyo, está me ouvindo? — Nenhuma resposta foi emitida e Sana bufou. — E então a médica me beijou a força.
— O quê? — Jihyo perguntou apressadamente, fitando seriamente Sana.
— Viu só como não estava me ouvindo? — Sana disse fingindo irritação. Jihyo suspirou e enlaçou um braço ao redor de Sana, voltando a fitar Beatrice.
— Desculpe, Sannie, é que... — Ela negou com a cabeça. — Algo está errado. — Observou.
— Como assim? — Sana indagou.
— Não sei explicar, mas conheço os passos de todo mundo aqui e Beatrice está agindo diferente hoje. — Falou. — Tomaremos banho juntas por precaução.
— Não vejo problema nisso. — Sana disse, soltando um risinho malicioso, porém o cessou quando viu que Jihyo manteve o olhar em Beatrice. — Vamos lá, me dê atenção, Jih... — Sana pediu, apoiando a testa no maxilar de sua namorada. — Eu só tenho mais umas duas semanas aqui. — Jihyo voltou a fitá-la e sorriu de lado, assentindo.
— Está vendo aquelas duas loiras com quem ela está falando? — Jihyo perguntou e Sana assentiu. — Foram presas por assassinato e são líderes de seus respectivos bandos.
— Não foi uma delas que quebrou o nariz de Beatrice? — Sana perguntou reconhecendo.
— Exato. Ela jamais perdoa alguém, a menos que ofereça algo bom. Ela nos olhou quatro vezes hoje e seu padrão é duas. — Jihyo apontou os fatos. — Sinto cheiro de encrenca.
— Não seja paranoica. — Sana disse, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Jihyo. — Você é a líder daqui. Está segura. — Os olhos castanhos a fitaram rapidamente.
— Você se ouviu? — Jihyo indagou e Sana assentiu. Sannie, você sabe que eu... — Limpou a garganta. — Você sabe a verdade.
— Sim, eu sei. O que tem?
— Deveria saber que não estamos seguras de verdade. Eu sei lutar um pouco, porque aprendi, mas não é o suficiente.
— Mas elas não sabem disso. — Sana disse, dando um beijo no rosto de Jihyo.
— Tenho medo de que te aconteça algo. — Confessou.
— Nada vai acontecer, Jih. Não pense nisso. — Ela pediu, dando mais um beijo no rosto de Jihyo, que fitou uma das loiras no exato momento onde voltava a lhe encarar.
— Não sei. Algo está estranho. — Ela avisou, jamais desviando o olhar da loira.
— Você só está com medo porque me contou a verdade e agora acha que algo vai dar errado, mas não vai, meu amor. — Ela disse, puxando o rosto de Jihyo em sua direção para lhe dar um beijo manso.
Aquilo definitivamente abrandou o coração de Jihyo.
— Tem razão. — Disse relaxando. — Acho que estou exagerando.
— Sim. Hana diria que você precisa de muito carinho para ficar calma. — Sana disse sorrindo e Jihyo arqueou uma sobrancelha.
— Ela diria ou você? — Jihyo perguntou rindo.
— Ela, sua maliciosa. — A maior contestou e Jihyo sorriu genuinamente.
— Como se sente sabendo que poderá abraçá-la em poucos dias?
— Ansiosa. — Sana respondeu sorrindo. — Vou exigir a guarda dela. Sakura não merece nossa sobrinha e nem deve querer mesmo a guarda dela. Uma criança dá trabalho.
— Ela nem imagina ainda que você já sabe de tudo, não é? — Jihyo indagou e Sana negou.
— Digamos que ela terá uma surpresinha quando eu sair daqui. — Ela disse se levantando, puxando Jihyo pela mão.
— Aonde vamos? — Jihyo perguntou e Sana sorriu.
— Andar. Não aguento mais ficar sentada. Já basta ficar naquela cela o tempo inteiro. — Ela falou e Jihyo assentiu, começando a seguir a maior, tendo seus dedos entrelaçados com os dela.
— Nayeon já sabe que você vai sair? — Jihyo indagou ao ver a ruiva correndo desesperada em sua direção.
— Ainda não contei a ela. — Sana confessou.
— Vai deixar para a última hora? — A menor indagou e Sana iria responder, porém se calou pelo fato de Nayeon ter parado arfante em sua frente. Carregava algo consigo.
— Por que corria tanto? — Sana perguntou rindo e Nayeon negou com a cabeça.
— Im Nayeon, você devia se manter afastada. — A ruiva disse, imitando a voz de Sohee, tomando mais um pouco de ar antes de prosseguir. — Mas vocês me conhecem, não consigo te esconder as coisas, Satang.
— O que houve? — A morena mais baixa indagou e Nayeon apenas esticou a mão com uma revista para Sana, que a pegou após franzir o cenho. Seus olhos se arregalaram ao constatar que era ela na capa.
"A empresária Minatozaki Sana reabre o caso e garante ser inocente." Ela mordeu o lábio inferior e logo dobrou a revista, escondendo aquilo.
— Aonde conseguiu? — A garota indagou e Nayeon umedeceu os lábios.
— Está nas novas revistas que nos deram para passar tempo.
— Droga! — Jihyo resmungou baixinho.
— Isso quer dizer que todas aqui dentro têm acesso a esse material? — Sana questionou e Nayeon assentiu.
— É verdade? — A ruiva perguntou e Sana assentiu. — Uau, você é podre de rica, tenho uma amiga rica, não acredito. — Nayeon disse rindo, soltando seu famoso ronco. — Saio em alguns meses, que tal pagar umas cervejas? Eu levo a carne. — Sana sorriu diante da simplicidade de Nayeon. — Poderíamos roubar alguns carros juntas, seria divertido. — Ela sussurrou a última parte, porém logo riu ao ver a expressão confusa no rosto de Sana.
— Está falando sério? Vai seguir roubando quando sair? — Sana indagou.
— Eu estava brincando. Vou esperar minha mulher sair. Ela sai em um ano e depois faremos nossa vida juntas.
— Parece que temos algo em comum. — Sana disse sorrindo. — Mas lá fora vamos com calma. — Alertou. — Não é, Jih? — Um alto suspiro foi escutado, fazendo Sana fitar sua namorada. — O que foi, amor?
— Eu avisei que teríamos problemas. — Ela disse, apontando para a mini-arquibancada onde estavam minutos atrás, lugar o qual ninguém mais sentava além de Jihyo.
Estava ocupada pelas duas loiras e por Beatrice.
— Nayeon, leve Sana para a minha cela e chame Mina. — Ela disse solenemente.
— O que vai fazer? — Sana perguntou preocupada.
— Não posso deixar elas lá, vão me julgar fraca e teremos ainda mais problemas.
— Jihyo! — Sana chamou e a morena lhe fitou. — Não precisa dessa droga de posto.
— Se eu quiser continuar com vida eu acho bom querer. — Disse conformada. — Uma líder só deixa de ser líder quando morre ou quando sai, então preciso ir ver o que elas querem.
— Por que preciso ir para a cela?
— Porque tenho quase certeza de que estão fazendo isso porque descobriram uma mina de ouro em você.
— Mas não quero ir. — Sana protestou e Jihyo se virou para ela, se inclinando e lhe deu um beijo manso nos lábios antes de acariciar seu rosto.
— Por favor, me escute, está bem? — Sana mordiscou o canto de seu lábio inferior e assentiu um pouco contrariada.
— Chamou, chefinha? — A voz firme de Mina fez Jihyo a fitar.
— Chamei, Mina. Temos um pequeno grande problema para resolver.

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Presa por acaso - sahyo
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...