Sana sentia seu corpo inteiro exausto assim que desceu do elevador com todas aquelas bolsas na mão em plena dez e meia da noite. Jihyo havia insistido para comprar aos poucos, porém Sana estava maravilhada com o fato de poder comprar várias roupas para Jihyo devido ao preço baixo, afinal Jihyo insistia em devolver todo o dinheiro.
Ela deixou as sacolas no chão apenas para enfiar a chave na porta e a abrir, voltando a pegar as sacolas. Entrou em seu apartamento e soltou as bolsas no chão novamente, dando espaço para Jihyo entrar. De repente ela percebeu que havia se mudado havia poucos dias e enrubesceu.
— Desculpe as caixas amontoadas no quarto que você vai ficar. — Pediu enquanto fechava a porta. — É que me mudei esses dias e ainda não arrumei as coisas no lugar e não quis incomodar a Suji com isso.
— Suji? — Jihyo indagou.
— A senhora que contrato para limpar aqui. Ela vem todos os dias de manhã. — Explicou e Jihyo assentiu. — De qualquer forma desculpe pelas caixas.
— Amor, não se desculpe. Esta é a sua casa e caso você não lembre eu estava presa. Passei os últimos três anos em um cubículo ligeiramente maior que o elevador desse lugar. — Jihyo disse rindo e Sana se aproximou dela, enlaçando os braços ao redor de seu согро.
— De qualquer forma eu não deveria me desculpar mesmo. — Sana disse rindo. — Acabei de lembrar que ofereci minha cama para você dormir comigo e você não quis, sua chata. — Ela falou deixando um bico enfeitar seu rosto. — Você merece as caixas. — Jihyo riu graciosamente, enlaçando os braços ao redor do pescoço de Sana.
— Não quero me acostumar aqui e dormir com você vai me deixar subconscientemente preguiçosa e adaptada à sua casa e preciso arrumar um serviço urgentemente agora. — Falou.
— Não tem nada a ver. Eu dormia com você naquela cela e jamais me acostumaria a ela. — Sana falou e Jihyo riu, deixando um beijo estalado no rosto de sua namorada.
— Não discuta sobre a minha decisão.
— Não vou. — Sana avisou. — Até porque estou exausta. Você me fez andar pelo shopping inteiro. Eu nunca comprei roupa em shoppings, são mesmo baratas. — Jihyo riu alto ao ouvir aquilo.
— Amor, o preço em shoppings é um absurdo. — Jihyo falou. — É que você é teimosa, então entramos em um acordo de comprar lá mesmo, mas vou sofrer para te devolver tudo. — Falou e Sana entortou a sobrancelha.
— Quanto uma camisa deveria valer para você considerá-la barata? — Ela indagou. — Só preciso reajustar meus parâmetros. — Jihyo deu um leve tapa no braço de Sana antes de voltar a abraçá-la.
— Bem... bem menos do que você acha, com certeza. — Brincou e Sana franziu os olhos.
— Ah! — Exclamou. — Esqueci de mencionar, amanhã cedo precisarei ir trabalhar e de tarde resolver algo sobre a, uh, internação da minha mãe. — Jihyo assentiu já completamente ciente da situação, Sana havia lhe explicado tudo enquanto comiam. — Vou deixar uma cópia da chave com você caso queira sair.
— Sannie, você tem certeza de que eu ficar aqui está tudo bem? — Jihyo voltou a perguntar. — Sinto que estou incomodando e eu realmente não gosto de incomodar.
— Me diz como me incomodaria o fato de eu ter a minha namorada linda e cheirosa sob o mesmo teto que eu, para eu poder beijar e abraçar quando eu quiser, hm? — Sana indagou enquanto depositava suaves beijos sobre a pele do pescoço de Jihyo, fazendo a menor suspirar derrotada.
— Vendo por esse lado... — Jihyo murmurou, mordendo o lábio inferior. — Onde fica o quarto de hóspedes? Vou levar as roupas para lá.
— Vem que eu te mostro. — Sana falou, se desvencilhando de Jihyo e começando a caminhar pelo apartamento impecavelmente organizado. Até mesmo as caixas que estavam no quarto onde Jihyo ficaria estavam organizadas. — Fique à vontade. — Sana falou assim que chegaram no quarto no inicio do corredor.
— Você é bem organizada. — Jihyo falou ao dar uma olhada em volta, onde tudo estava bem limpo, cheiroso e organizado.
— Não se engane. Esses créditos vão todos para a Suji. — Ela disse rindo baixinho. — Olha só, eu vou tomar um banho, está bem? Me sinto suja e preciso remover esse salto. — Ela disse fazendo uma careta. Pode ficar à vontade para olhar ao redor ou fazer o que quiser. — Falou se aproximando da garota. Tem certeza de que não vai dormir na minha cama? — Ela perguntou manhosa e Jihyo assentiu.
— Certo. — Ela disse suspirando. — Amanhã antes de ir trabalhar eu te apresento a casa, mas se tiver insônia e quiser dar uma olhada em volta... Sinta-se em casa.
— Está bem. — Jihyo proferiu, dando um manso beijo nos lábios de Sana.
— Tem um banheiro aqui também. — Sana falou apontando para a outra porta do quarto com paredes cor creme. Aquele quarto era o maior lugar onde Jihyo já havia ficado. — Então se quiser tomar um banho também já sabe, não é? Coloquei toalha lá e as coisas de higiene pessoal também estão lá. Tem escova de dentes nova na primeira gaveta.
— Obrigada. — Jihyo disse e subitamente um sorriso malicioso se abriu no rosto de Sana.
— Mas se for tomar banho e quiser companhia... Meu quarto fica bem no final do corredor. — Jihyo riu alto e negou com a cabeça.
— Estou com saudade também, mas estou cansada, Sannie. Podemos adiar um pouquinho? — Perguntou e Sana riu, assentindo.
— Eu posso esperar, senhorita. Foi só uma sugestão. — Ela disse, dando um último selinho em Jihyo. — Boa noite, amor. — Sussurrou antes de se afastar dela.
— Sana? — Jihyo chamou, fazendo a garota se virar para fitá-la. — Esqueci de mencionar, mas você de social fica maravilhosa. — Completou sorrindo docemente.
Um pequeno rubor apareceu no rosto da maior ao ouvir aquilo e inevitavelmente se lembrou que no começo do dia havia ficado com medo de Jihyo não gostar de sua roupa.
— Obrigada. — Ela disse, mandando um beijo no ar antes de sair dali aos suspiros. Era esse um dos motivos de estar apaixonada por Jihyo: A garota prestava atenção nos pequenos detalhes.
Jihyo fez o que Sana sugeriu e realmente aproveitou para tomar um banho, não deixando de reparar em como a porcelana do chão era capaz de fazê-la enxergar a si mesma caso olhasse para o chão. Era quase um espelho, que contrastava com o preto e branco dos azulejos da parede. Aquilo deveria ser realmente caro.
Ela vestiu uma camisa branca que Sana havia comprado para ela dormir mesmo e apenas uma calcinha por baixo. Seu coração acelerou quando saiu do banheiro longos minutos depois e a figura de sua namorada estava sentada sobre sua cama com os olhos vermelhos pelo sono e os cabelos molhados jogados por seus ombros. Ela trajava apenas um baby doll lilás.
— Que susto! — Jihyo disse levando a mão ao seu peito. — O que faz aqui? Não iria dormir? — Indagou, quase suspirando ao ver o quão bela era a imagem de sua namorada sonolenta.
— Você disse que não iria dormir na minha cama. — Sana disse com a voz rouca pelo sono. — Não falou nada sobre a sua. — Jihyo franziu os olhos e Sana suspirou.
— Por favor? — Ela pediu, se levantando e deitando a cabeça no ombro de Jihyo. — Só hoje? Eu estou com saudade, amor.
— Como dizer não para esse dengo todo? — Jihyo murmurou, inalando o cheiro fresco da pele de Sana. — Não vai nem secar o cabelo?
— Estou cansada. — Sana disse, se afastando de Jihyo para coçar um olho. A menor assentiu e puxou Sana para a cama, fazendo-a deitar sobre seu peito. Aquele era, de longe, o colchão mais confortável onde já havia se deitado em toda a sua vida.
— Você teve um dia agitado. — Jihyo disse iniciando uma carícia nas costas de sua namorada.
— Não quero dormir. — Sana reclamou, se aconchegando mais nos braços de Jihyo.
— Você precisa descansar, vida. Você está caindo de sono. — Jihyo disse rindo suavemente. — Eu não vou fugir no meio da madrugada, então durma que amanhã ainda estarei aqui com você.
— Está bem... — Disse sentindo-se completamente embriagada de sono graças ao seu cansaço associado às carícias que ela tanto amava de Jihyo. — Obrigada. — Sana sussurrou. — Boa noite, Jih. — Ela disse, não demorando nem dois minutos para pegar no sono
Jihyo também não demorou a dormir, ainda mais tendo o calor do corpo de Sana sobre o seu novamente após uma longa semana de noites mal dormidas sem o aconchego de sua namorada.

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Presa por acaso - sahyo
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...