cap. 44

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Sana sentia seu corpo inteiro exausto assim que desceu do elevador com todas aquelas bolsas na mão em plena dez e meia da noite. Jihyo havia insistido para comprar aos poucos, porém Sana estava maravilhada com o fato de poder comprar várias roupas para Jihyo devido ao preço baixo, afinal Jihyo insistia em devolver todo o dinheiro.

Ela deixou as sacolas no chão apenas para enfiar a chave na porta e a abrir, voltando a pegar as sacolas. Entrou em seu apartamento e soltou as bolsas no chão novamente, dando espaço para Jihyo entrar. De repente ela percebeu que havia se mudado havia poucos dias e enrubesceu.

— Desculpe as caixas amontoadas no quarto que você vai ficar. —  Pediu enquanto fechava a porta. — É que me mudei esses dias e ainda não arrumei as coisas no lugar e não quis incomodar a Suji com isso.

— Suji? — Jihyo indagou.

— A senhora que contrato para limpar aqui. Ela vem todos os dias de manhã. — Explicou e Jihyo assentiu. — De qualquer forma desculpe pelas caixas.

— Amor, não se desculpe. Esta é a sua casa e caso você não lembre eu estava presa. Passei os últimos três anos em um cubículo ligeiramente maior que o elevador desse lugar. — Jihyo disse rindo e Sana se aproximou dela, enlaçando os braços ao redor de seu согро.

— De qualquer forma eu não deveria me desculpar mesmo. — Sana disse rindo. — Acabei de lembrar que ofereci minha cama para você dormir comigo e você não quis, sua chata. — Ela falou deixando um bico enfeitar seu rosto. — Você merece as caixas. — Jihyo riu graciosamente, enlaçando os braços ao redor do pescoço de Sana.

— Não quero me acostumar aqui e dormir com você vai me deixar subconscientemente preguiçosa e adaptada à sua casa e preciso arrumar um serviço urgentemente agora. — Falou.

— Não tem nada a ver. Eu dormia com você naquela cela e jamais me acostumaria a ela. — Sana falou e Jihyo riu, deixando um beijo estalado no rosto de sua namorada.

— Não discuta sobre a minha decisão.

— Não vou. — Sana avisou. — Até porque estou exausta. Você me fez andar pelo shopping inteiro. Eu nunca comprei roupa em shoppings, são mesmo baratas. — Jihyo riu alto ao ouvir aquilo.

— Amor, o preço em shoppings é um absurdo. — Jihyo falou. — É que você é teimosa, então entramos em um acordo de comprar lá mesmo, mas vou sofrer para te devolver tudo. — Falou e Sana entortou a sobrancelha.

— Quanto uma camisa deveria valer para você considerá-la barata? — Ela indagou. — Só preciso reajustar meus parâmetros. — Jihyo deu um leve tapa no braço de Sana antes de voltar a abraçá-la.

— Bem... bem menos do que você acha, com certeza. — Brincou e Sana franziu os olhos.

— Ah! — Exclamou. — Esqueci de mencionar, amanhã cedo precisarei ir trabalhar e de tarde resolver algo sobre a, uh, internação da minha mãe. — Jihyo assentiu já completamente ciente da situação, Sana havia lhe explicado tudo enquanto comiam. — Vou deixar uma cópia da chave com você caso queira sair.

— Sannie, você tem certeza de que eu ficar aqui está tudo bem? — Jihyo voltou a perguntar. — Sinto que estou incomodando e eu realmente não gosto de incomodar.

— Me diz como me incomodaria o fato de eu ter a minha namorada linda e cheirosa sob o mesmo teto que eu, para eu poder beijar e abraçar quando eu quiser, hm? — Sana indagou enquanto depositava suaves beijos sobre a pele do pescoço de Jihyo, fazendo a menor suspirar derrotada.

— Vendo por esse lado... — Jihyo murmurou, mordendo o lábio inferior. — Onde fica o quarto de hóspedes? Vou levar as roupas para lá.

— Vem que eu te mostro. — Sana falou, se desvencilhando de Jihyo e começando a caminhar pelo apartamento impecavelmente organizado. Até mesmo as caixas que estavam no quarto onde Jihyo ficaria estavam organizadas. — Fique à vontade. — Sana falou assim que chegaram no quarto no inicio do corredor.

— Você é bem organizada. — Jihyo falou ao dar uma olhada em volta, onde tudo estava bem limpo, cheiroso e organizado.

— Não se engane. Esses créditos vão todos para a Suji. — Ela disse rindo baixinho. — Olha só, eu vou tomar um banho, está bem? Me sinto suja e preciso remover esse salto. — Ela disse fazendo uma careta. Pode ficar à vontade para olhar ao redor ou fazer o que quiser. — Falou se aproximando da garota. Tem certeza de que não vai dormir na minha cama? — Ela perguntou manhosa e Jihyo assentiu.

— Certo. — Ela disse suspirando. — Amanhã antes de ir trabalhar eu te apresento a casa, mas se tiver insônia e quiser dar uma olhada em volta... Sinta-se em casa.

— Está bem. — Jihyo proferiu, dando um manso beijo nos lábios de Sana.

— Tem um banheiro aqui também. — Sana falou apontando para a outra porta do quarto com paredes cor creme. Aquele quarto era o maior lugar onde Jihyo já havia ficado. — Então se quiser tomar um banho também já sabe, não é? Coloquei toalha lá e as coisas de higiene pessoal também estão lá. Tem escova de dentes nova na primeira gaveta.

— Obrigada. — Jihyo disse e subitamente um sorriso malicioso se abriu no rosto de Sana.

— Mas se for tomar banho e quiser companhia... Meu quarto fica bem no final do corredor. — Jihyo riu alto e negou com a cabeça.

— Estou com saudade também, mas estou cansada, Sannie. Podemos adiar um pouquinho? — Perguntou e Sana riu, assentindo.

— Eu posso esperar, senhorita. Foi só uma sugestão. — Ela disse, dando um último selinho em Jihyo. — Boa noite, amor. — Sussurrou antes de se afastar dela.

— Sana? — Jihyo chamou, fazendo a garota se virar para fitá-la. — Esqueci de mencionar, mas você de social fica maravilhosa. — Completou sorrindo docemente.

Um pequeno rubor apareceu no rosto da maior ao ouvir aquilo e inevitavelmente se lembrou que no começo do dia havia ficado com medo de Jihyo não gostar de sua roupa.

— Obrigada. — Ela disse, mandando um beijo no ar antes de sair dali aos suspiros. Era esse um dos motivos de estar apaixonada por Jihyo: A garota prestava atenção nos pequenos detalhes.

Jihyo fez o que Sana sugeriu e realmente aproveitou para tomar um banho, não deixando de reparar em como a porcelana do chão era capaz de fazê-la enxergar a si mesma caso olhasse para o chão. Era quase um espelho, que contrastava com o preto e branco dos azulejos da parede. Aquilo deveria ser realmente caro.

Ela vestiu uma camisa branca que Sana havia comprado para ela dormir mesmo e apenas uma calcinha por baixo. Seu coração acelerou quando saiu do banheiro longos minutos depois e a figura de sua namorada estava sentada sobre sua cama com os olhos vermelhos pelo sono e os cabelos molhados jogados por seus ombros. Ela trajava apenas um baby doll lilás.

— Que susto! — Jihyo disse levando a mão ao seu peito. — O que faz aqui? Não iria dormir? — Indagou, quase suspirando ao ver o quão bela era a imagem de sua namorada sonolenta.

— Você disse que não iria dormir na minha cama. — Sana disse com a voz rouca pelo sono. — Não falou nada sobre a sua. — Jihyo franziu os olhos e Sana suspirou.

— Por favor? — Ela pediu, se levantando e deitando a cabeça no ombro de Jihyo. — Só hoje? Eu estou com saudade, amor.

— Como dizer não para esse dengo todo? — Jihyo murmurou, inalando o cheiro fresco da pele de Sana. — Não vai nem secar o cabelo?

— Estou cansada. — Sana disse, se afastando de Jihyo para coçar um olho. A menor assentiu e puxou Sana para a cama, fazendo-a deitar sobre seu peito. Aquele era, de longe, o colchão mais confortável onde já havia se deitado em toda a sua vida.

— Você teve um dia agitado. — Jihyo disse iniciando uma carícia nas costas de sua namorada.

— Não quero dormir. — Sana reclamou, se aconchegando mais nos braços de Jihyo.

— Você precisa descansar, vida. Você está caindo de sono. — Jihyo disse rindo suavemente. — Eu não vou fugir no meio da madrugada, então durma que amanhã ainda estarei aqui com você.

— Está bem... — Disse sentindo-se completamente embriagada de sono graças ao seu cansaço associado às carícias que ela tanto amava de Jihyo. — Obrigada. — Sana sussurrou. — Boa noite, Jih. — Ela disse, não demorando nem dois minutos para pegar no sono

Jihyo também não demorou a dormir, ainda mais tendo o calor do corpo de Sana sobre o seu novamente após uma longa semana de noites mal dormidas sem o aconchego de sua namorada.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora