— E aí a Sohee ganhou a última cicatriz dela. — Nayeon contava enquanto a água caía sobre elas. Tomavam banho cercada de várias outras detentas, tendo Nayeon explicando sobre seu primeiro dia na prisão.
— Ela te defendeu sem te conhecer? — Sana perguntou verdadeiramente curiosa.
— Ela tinha comido comigo nesse dia mais cedo e eu lhe ofereci o leite, já que não gosto. Acho que viramos amigas pelo brilho nos olhos dela quando aceitou o leite. — Nayeon disse rindo baixinho.
— Não entendo para que toda essa agressividade aqui dentro. — Sana disse suspirando e Nayeon assentiu.
— Mas dessa vez foi sem querer. — Nayeon explicou. — Elas não iriam me agredir, só estavam me chamando de trator ou porca e rindo da forma como eu dou risada às vezes. — Nayeon disse um tanto desconfortável. — Como se eu tivesse culpa. — Falou desligando o chuveiro. — E a Sohee não gostou.
— Não ligue para elas, eu acho fofo sua risada e Jihyo também. — Sana disse e Nayeon riu, soltando seu tão conhecido ruído pelo nariz e boca.
— Quando você adiciona a parceira até em uma conversa dessa você já deveria encomendar o anel. — Nayeon disse rindo. — Você pensa nela o dia todo, não é? — Sana mordeu o lábio inferior antes de abaixar o tom de voz.
— Eu, uh, penso bastante. — Confessou ruborizando.
— Não precisa corar, amiga. Core só quando me disser algo que eu não saiba, tudo bem? — Nayeon disse rindo, retirando o plástico de proteção da toalha antes de usá-la.
— Uh, é que eu não deveria deixar-me sentir nada por ela. — Sana falou, afundando o rosto entre a água e fechando os olhos para protegê-los da mesma. — Mas não é como se desse para controlar, sabe? Dividimos a mesma cela e ela faz coisas tão doces por mim.
— Ninguém manda no coração, Sana. — Nayeon disse. — Essas pessoas que se afastam de alguém por medo de sofrer acabam sofrendo também em seus próprios interiores.
— Sentir algo por ela não me trará nada de bom, Nayeon. — Sana disse tristemente. — Agora pode até ser tudo lindo caso ela corresponda, mas e lá na frente? E quando uma de nós sair daqui? Eu corro o risco de ficar vinte e dois anos aqui se tudo der errado, não quero ela tendo que perder a vida vindo me ver, tendo que ser revistada de forma... uh, íntima, sabe?
— Mas se tudo der certo você sai em seis meses. — Nayeon disse positivamente e Sana suspirou.
— E ela em dois anos. Quer dizer, não temos futuro juntas. — Sana disse e Nayeon sorriu tristemente.
— Não esperaria por ela?
— Esperaria. — Sana disse sinceramente. — É claro que eu esperaria, mas conheço a Jihyo o suficiente para saber que ela não admitiria esse tipo de vida para mim. Ela terminaria seja lá o que tivéssemos.
— Então o que fará? — Nayeon perguntou e Sana deu de ombros.
— Não há nada a se fazer. Não consigo ficar perto dela sem beijá-la e não vou fugir disso, nem conseguiria. — Confessou rindo fraco. — Mas já sei o fim dessa história e já me prevejo triste nele.
— E então a Sohee me disse isso. — Nayeon disse rindo alto, fazendo Sana franzir o cenho confusa.
— O que... — Sana se calou quando sentiu um par de braços abraçá-la por trás e logo percebeu que Nayeon havia disfarçado.
— Posso me juntar a você? — Jihyo perguntou, se afastando apenas para retirar sua roupa. Nayeon riu baixinho e piscou para Sana.
— Já terminei meu banho mesmo, então estou indo. Até mais, meninas. — Nayeon disse e Sana corou ante ao olhar malicioso e sugestivo de Nayeon.
Era óbvio que não fariam nada, até porque não estavam sozinhas ali.
— Eu já estava de saída. — Sana disse e Jihyo riu, se enfiando em baixo do chuveiro com ela sem falar nada.
— Você está corada por me ver nua? Você não corava antes... Ao contrário, ainda encarava meus seios descaradamente. — Jihyo disse rindo e Sana sorriu, saindo de baixo do chuveiro para deixar Jihyo começar a se lavar.
— Antes eu não podia te tocar. — Sana falou mais baixo. — Agora sei que você quer tanto quanto eu e, bem, ver você nua... — Seus olhos acompanharam as mãos de Jihyo percorrendo seu corpo enquanto se ensaboava. Sana engoliu em seco e desligou o chuveiro, vendo Jihyo lhe olhar confusa. — Para não gastar água a toa, sabe? — Disse rindo sem graça e Jihyo assentiu.
— E então... o que dizia? — Jihyo disse provocando e Sana riu, estreitando os olhos.
— Que eu malicio e, mesmo sem querer, é inevitável não desejar você. — Sana disse, vendo Jihyo lavar suas partes baixas antes de voltar a abrir o chuveiro para se enxaguar.
— Vai ficar com frio aí. — Jihyo disse, puxando Sana para seus braços, fazendo seus seios baterem um pouco acima dos dela. — Melhor aqui, hm? Mais quentinho... — Jihyo disse, se inclinando para dar um selinho em Sana.
— Você e eu estamos nuas, Jihyo... — Sana sussurrou, olhando em volta. — Ficar me abraçando e usando esse tom rouco de voz não me faz feliz.
— Não faz? — Jihyo perguntou arqueando uma sobrancelha e Sana mordeu o lábio inferior ao sentir os dedos suaves e molhados da menor deslizando por suas costas.
— Não aqui. — Sana se explicou, prendendo o lábio inferior de Jihyo entre seus dentes. — Onde eu não posso fazer nada além de me excitar vergonhosamente. — A menor sentiu seu corpo acender diante do som arrastado que emanou de Sana em sua fala.
— Você tem só mais cinco meses aqui... — Jihyo sussurrou contra os lábios de Sana. — Então deveria não usar esse tom sexy para falar comigo... — Ela disse e Sana prendeu os braços ao redor de seu pescoço. — Se não eu não me responsabilizo por me comportar até lá.
— Eu não quero que se comporte... — Sana falou, erguendo ligeiramente a ponta dos pés para mordiscar o lóbulo da orelha de Jihyo antes de se afastar bruscamente. — Quero que tome logo esse bendito banho e me encontre na cela. — Jihyo sentiu seu coração acelerar e respirou fundo, mordendo seu lábio inferior.
— Tem certeza? — Jihyo indagou e Sana sorriu maliciosamente, pegando uma das toalhas e abrindo a embalagem.
— Você que tem que ter. — Ela disse, envolvendo a toalha ao redor de seu corpo. — Afinal, dessa vez você não poderá usar a desculpa de que tenho que ir para a enfermaria. — Sana concluiu, mandando um beijo no ar antes de ir em direção a porta. Jihyo riu graciosamente; adorava aquele jeito espontâneo e sexy de Sana.
Eu definitivamente o adorei.
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Presa por acaso - sahyo
Hayran KurguO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...