cap. 42

240 34 5
                                    

Jihyo respirou fundo assim que seu pé voltou a pisar no solo; o ar fresco e levemente frio invadiu seus pulmões, fazendo-a fechar os olhos para sentí-lo espalhar seus cabelos. Seus olhos automaticamente voltaram a se abrir assim que sentiu os dedos frios de Sana se entrelaçando aos seus.

— Fazia três anos, Sannie. — Jihyo disse finalmente, notando uma linha se formar no rosto de Sana, puxando seu sorriso junto.

— Vem comigo. — Sana disse, puxando-a pela mão. O olhar castanho capturava cada milímetro de visão, desde os passarinhos cantando naquele fim de tarde até a grama extremamente verde, contrastando com o azul do céu. — Acho que aqui está bom. — A garota falou, sentando-se na grama e cruzando as pernas. Jihyo a seguiu com os olhos antes de sorrir.

— Uau. — A menor disse e Sana a fitou.

— O que foi? Não vai se sentar comigo? — A maior indagou e Jihyo mordeu o lábio inferior.

— Não é isso. É que... Acho que nunca me sentei em um parque antes. — Ela disse. — Digo, não para apenas desfrutar da vista.

— Acho que algumas rotinas não permitem isso. — Sana falou. — Senta aqui pertinho, vem? — Usou de seu tom mais terno, não deixando outra opção para Jihyo senão se sentar ao seu lado, voltando a entrelaçar as mãos.

— Estou livre. — Jihyo disse após alguns segundos, ainda não acreditando que após tanto tempo ela estava em liberdade. Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Sana antes de ela assentir.

— Eu nunca tinha te visto com outra roupa além do uniforme. — Ela disse, analisando Jihyo com adoração. — Digo, não depois que fui presa. — Se corrigiu ao se lembrar que a viu, ainda que de relance, no passado. — Você fica ainda mais linda. — Jihyo suspirou e umedeceu seus lábios.

—Você... pode me contar o que aconteceu, agora? — Jihyo perguntou o que realmente queria saber, vendo Sana assentir e começar a explicar tudo o que havia ocorrido, sem deixar nada de lado.

A garota fazia algumas pequenas pausas apenas quando via um sorriso tímido nascer nos lábios de Jihyo conforme ia entendendo que tudo não havia passado de um mal entendido.

— E então... — Sana disse, fitando o antebraço bronzeado de Jihyo antes de iniciar uma delicada carícia na região. — Ainda somos namoradas ou você não me quer mais agora que está aqui fora e com certeza terá um harém de mulheres aos seus pés? — Jihyo riu baixinho.

—Não seja boba. — Jihyo proferiu sutilmente, removendo uma mecha intrusa do rosto de Sana. — Não há como eu deixar de te querer. — O olhar de Sana lentamente se levantou, fitando Jihyo. Suas bochechas coraram levemente antes de um sorriso brotar em seus lábios.

— Senti tanto a sua falta. — Sana murmurou, se inclinando alguns centímetros apenas para deslizar a vértice de seu nariz pelo rosto de Jihyo em uma carícia carregada de ternura. Os olhos se encontraram após isso e a intensidade contida naquela troca de olhares fez ambas suspirarem ao mesmo tempo.

Foi Sana que tomou a atitude, esbarrando a superficie de seus lábios sobre os de Jihyo, sentindo a garota retribuir com o mesmo afeto. A maior gemeu baixinho em puro deleite no encontro de línguas; jamais se adaptaria à forma como se sentia cada vez que se beijavam: Como se estivesse flutuando ou em alguma espécie de bolha, onde a gravidade deixava de existir.

— Desculpe ter acreditado nos rumores. — Jihyo murmurou ainda com as bocas juntas, recebendo um selinho demorado de Sana, que apoiou um braço em sua cintura enquanto o outro estava sobre a grama sustentando o peso de seu corpo e se sentou ainda mais perto.

— Esqueça isso. Já foi. — Sana falou.

— Começaram esse rumor idiota de que você havia dito para a guarda que preferia não me dizer nada e você jamais voltou para buscar suas coisas... Eu...

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora