cap. 21

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— Vamos, Park. Diz! — Sana pediu animada, porém impaciente e Jihyo riu assentindo.

— Como eu dizia, nós estávamos na praia. — Jihyo falou. — Eu não sei bem quantos anos eu tinha. Acho que uns dezessete anos aproximadamente.

— E eu estava maravilhosa. — Sana disse sorrindo. — Suas palavras. — Falou ao ver Jihyo franzir os olhos.

— Sim, estava. — Jihyo falou, prendendo mais os braços ao redor do corpo da maior. — E eu estava o completo oposto disso.

— Eu duvido. — Sana disse e Jihyo olhou para um ponto qualquer, rindo com decepção em sua voz.

— Não duvide. — Ela disse. — Por acaso se lembra de alguma vez onde uma pessoa apanhava vergonhosamente de três enormes brutamontes e então você, magricela daquele jeito, porém ainda assim linda, correu ao encontro dessa pessoa e gritou com os caras, ameaçando chamar a polícia? — Sana arregalou os olhos porque, sim, ela se lembrava.

— Era você? — Sana perguntou e Jihyo assentiu.

— Sim. — Jihyo respondeu desgostosa. — Eu me distraí te olhando, porque, nossa, eu nunca tinha visto uma garota tão linda. — Confessou enrubescendo. — E então eu não vi eles se aproximarem.

— Céus! — Sana proferiu horrorizada. — E por que eles te bateram daquele jeito? Eu me lembro que seu rosto ficou horrivelmente machucado.

— Espaço. — Jihyo respondeu dando de ombros. — Eu precisava de dinheiro para... uh, para algo importante, então fui vender na área deles, mesmo tendo sido alertada que naquele espaço eles que trabalhavam.

— O que vendia? — Sana perguntou, tentando não pensar no pior.

— Chapéu de praia. — Jihyo respondeu e Sana se lembrou que realmente a garota na praia tinha chapéus espalhados por todo o local após ter apanhado.

— Não acredito que te bateram por isso. — Sana falou irritada. — Eu... estou com raiva disso. — A maior disse e Jihyo sorriu.

— Já passou. Foi anos atrás. — Ela disse e Sana suspirou.

— Por que fugiu de mim aquele dia? — Sana perguntou e Jihyo umedeceu os lábios.

— Vergonha. — Disse sinceramente. — Eu estava vislumbrada por sua imagem segundos antes e então lá estava você, perguntando-me se eu estava bem. — Sana a fitou meticulosamente. — Só me lembro que não tive coragem de olhar em seus olhos, por isso me virei e saí correndo.

— Não deveria ter feito isso. Eu fiquei preocupada. — Sana repreendeu e Jihyo assentiu. — E ainda esqueceu seus chapéus.

— Bem, perdi dinheiro de investimento. — Jihyo disse sorrindo, porém Sana estava irritada, muito irritada. Não conseguia retirar a imagem de Jihyo toda suja de sangue, com o rosto arroxeado e o corpo sujo de areia. Ela parecia tão indefesa.

— Por isso eu não te reconheci, seu rosto...

— Sim. — Jihyo a cortou e logo Sana franziu o cenho.

— Espere! Isso não explica como sabe que tenho dinheiro. — Sana disse e Jihyo assentiu.

— Bem, naquele dia eu realmente não soube. Não tinha como eu saber ou te procurar no Google. O que eu colocaria? "Garota mais linda da praia salva moça em apuros numa praia da Flórida?" — Jihyo disse rindo. — Bem que poderia ser assim.

— E então? — Sana indagou.

— O destino voltou a cruzar nossas vidas. — Jihyo disse nostálgica. — E você voltou a me ajudar, de uma maneira ainda mais incrível. Dessa vez eu só conheci seu nome, não seu rosto.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora