cap. 32

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— Hoje é meu dia de ir lavar o banheiro. — Mina reclamou e Sana fez uma careta.

— O meu foi ontem. — Ela respondeu e Jihyo sorriu.

— O meu não foi semana passada e nem essa. Acho que esqueceram de mim. — Ela falou e Sana olhou desapontada para a semente da fruta em sua mão.

— Jih, minha maçã acabou. — Sana disse e fitou sua namorada. — Eu queria outra. — Sana falou e a morena de olhos escuros ergueu a cabeça para olhar para o lugar aonde deixavam as frutas.

— Olha que sorte, Sannie. Ainda há frutas. — Ela disse e Sana deitou a cabeça em seu ombro.

— Busca para mim? — Ela pediu com a voz manhosa e Jihyo riu.

— Está bem. — Ela replicou após alguns segundos, se esquivando da maior antes de ir buscar a fruta.

— Ela ficou frouxa demais, não é certo explorar ela assim, Sana. — Mina falou e a morena riu.

— Não a estou explorando. — A maior rebateu. — Eu pedi para ela, ou seja, ela teve a opção de dizer não.

— Céus, ela está apaixonada. Não te dirá não para essas coisas que te agradam. — Mina falou e Sana sorriu.

— Aqui está. — A voz de Jihyo soou atrás de Sana e a maior se virou, pegando a fruta e esperando Jihyo se sentar ao seu lado novamente para se inclinar e depositar um beijo manso em seus lábios.

— Obrigada. — Ela disse sorrindo. — Mas você sabe que pode dizer não quando eu te pedir algo, não é? — Sana indagou e Jihyo assentiu.

— Eu sei, mas gosto de te dar todos os sim's possíveis. — Ela replicou e Sana mordeu o lábio inferior.

— Então... — Sana começou, inclinando-se sutilmente para sussurrar algo no ouvido de Jihyo. — Que tal dizer sim para a ideia de irmos para nossa cela para eu te dar alguns orgasmos, hm? — Indagou sensualmente, pincelando seu nariz ao longo do pescoço de Jihyo. — Essa noite a gente nem fez nada disso, apenas dormimos.

— Sua proposta é muito tentadora. — Jihyo disse respirando fundo, ouvindo o riso genuíno da maior.

— E então? — Sana perguntou mordendo o lábio inferior.

— Minatozaki Sana! — A voz firme de uma das policiais soou e a maior a olhou instantaneamente.

— Sim, senhora?

— Visita para você. — Ela disse e a maior franziu o cenho.

— Mas não estamos em horário e nem em dia de visita.

Ela falou confusa.

— Vai recebê-la ou não? É sua advogada. — A mulher disse sem paciência.

— Oh. — Ela falou assentindo. — Eu já volto, pensa no que eu disse. — Sana falou, se inclinando e dando um selinho em Jihyo antes de se levantar e seguir a policial.

Caminharam em silêncio até o lugar, tendo sido algemada no percurso. Quando chegaram lá a advogada voltou a pedir que a soltassem e assim a policial o fez. Sana agradeceu com um sorriso, porém a expressão solene no rosto de sua advogada quase lhe trouxe náuseas.

— Devo admitir que me surpreendi com sua visita inesperada. — Sana falou, se aproximando alguns passos. — Não se supõe que eu sairia só em alguns meses? — Joohyun assentiu. — Então a que devo a honra de sua visita?

A loira suspirou e ajeitou os óculos que usava. Ela alisou seu blazer preto e endireitou sua coluna, encarando Sana no momento seguinte.

— Eu não sou a favor de injustiças, senhorita, quero deixar isso claro antes de tudo. — Sana arqueou uma sobrancelha e uma sensação de mal-estar varreu sua paz interior naquele momento.

— Por que diz isso?

— Eu fui contratada por sua irmã após sua audiência. — Ela começou. — Porém levo meu trabalho à níveis elevados e, por determinada razão, eu fui procurar o advogado que representou a senhorita no tribunal. — Sana assentiu atenta. — E o que descobri não me atraiu de forma alguma.

— Por favor, explique-me. — Sana pediu aflita, cruzando os braços.

— Eu estranhei o fato de um advogado tão bom não ter conseguido resolver uma simples coisa. Seu caso era simples, era apenas localizar a pessoa da farmácia e pronto, não teriam como te prender.

— O que está sugerindo? — A loira umedeceu os lábios e se aproximou um pouco mais.

— Eu fui procurar a pessoa dessa farmácia e ela tinha desaparecido. Me deixei guiar pelo instinto e segui os rastros do cartão de crédito dessa pessoa, senhorita, e quando a encontrei aleguei que ela poderia ser presa caso se negasse a comparecer no julgamento. — Falou. — Claro que eu já tinha provas de sua inocência, porém quis ir à fundo e, bem, a amiga de Yuki ficou com tanto medo que acabou confessando ter sido comprada para se afastar. — Sana arregalou os olhos em total surpresa.

— Oh meu Deus! — Exclamou boquiabierta. — Quem poderia ter feito isso? — A loira suspirou e a fitou.

— Sua irmã, senhorita. — Sana sentiu de supetão um vazio tão grande que congelou sua alma por um instante. Aquilo não poderia ser real. Por que Sakura faria algo cruel daquele jeito?

— Como disse? — Sana indagou e a loira arrumou seus cabelos com uma expressão apenada em seu rosto.

— Foi Sakura.

— Vo-você... uh, tem certeza? — Ela questionou e Joohyun assentiu.

— Por isso vim lhe procurar. — Advertiu. — Eu me demito do posto de sua advogada, pois sou completamente contra esse tipo de ação, a menos que a senhorita que me contrate.

— Eu... — Sana queria chorar, porém se conteve. — Não acredito que perdi o natal e ano novo aqui; o aniversário de minha sobrinha... — Disse indignada.

— Não costumo cometer negligências em meu trabalho, senhorita, por isso fui a fundo nisso. — Bae disse e Sana assentiu.

— Eu agradeço, Joohyun. Eu... vou querer, sim, os seus serviços. — Ela disse, ainda arrasada demais.

— Ótimo. Prepare-se então, senhorita. Abrirei um novo pedido de audiência, desta vez por fraude. Garanto que em menos de um mês estará completamente fora daqui e muito bem remunerada pelo descuido tanto do estado como do seu antigo advogado.

— Sou imensamente grata. — Sana disse, sorrindo fraco. Não podia crer o tipo de monstro que sua irmã se transformara.

— Qualquer novidade eu volto. Passar bem e tenha um ótimo dia, Sana.

— Você também, Joohyun. Obrigada de novo. — A advogada assentiu com um terno sorriso no rosto e se retirou.

O momento onde a policial a algemou, para levá-la de volta ao pátio, mal foi notado por ela. Em sua mente só se passava perguntas e mais perguntas do porquê de sua irmã ter feito aquilo e trazia consigo uma só certeza: Aquilo não ficaria assim.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora