Sana colocou o sorriso mais bonito que tinha em seu rosto, falso, porém ninguém saberia. Jihyo pedira que sorrisse para disfarçar, então ela o faria.
O caminho até a cela de Jihyo pareceu eterno e ela fez como a menor pediu: Deixou muitas detentas verem ela entrando no local. Mina ergueu a cabeça e se levantou ao ver Sana ali.
—— Vou procurar a Jeong. Fechem o lençol que eu deixo o aviso ali fora e chamo alguma idiota para avisar se vem alguém. — Mina disse antes de se retirar. Jihyo pulou da cama de cima e puxou o lençol, tampando a visão delas para o lado de fora e Sana engoliu em seco.
— Ela, huh, é sua companheira de cela? — Sana perguntou e Jihyo negou.
— Não divido a cela com ninguém. Mina divide a cela com alguma idiota por aí. — Ela disse e Sana suspirou, vendo que seu pé começava a tremer de ansiedade.
— O que eu vim fazer aqui? — Sana perguntou e Jihyo lhe olhou, encostando as costas no beliche antes de cruzar os braços e sorrir, erguendo uma sobrancelha.
— Não é óbvio? — Sana a fitou sem dar resposta alguma por um momento, até se lembrar que precisava falar.
— Huh, na verdade não. — Jihyo assentiu e apontou para a cama de baixo.
— Pode ficar nela por enquanto e tenho alguns livros embaixo do beliche. Pode ler algum se quiser, vamos ficar aqui por algum tempo para acreditarem que estamos transando.
Sana se sentiu aliviada internamente, mas centenas de dúvidas rodeavam sua mente.
— Por que está fazendo isso? — Sana perguntou com cuidado.
— Me chamo Jihyo. — A outra disse aleatoriamente.
— Não perguntei seu nome. — Sana contestou e só então se lembrou com quem falava.
Ela tinha que perder essa mania de falar tudo o que realmente queria, já não era mais a chefe milionária, agora era apenas uma novata, estúpida o suficiente para ter respondido malcriadamente a pessoa mais temida de toda a prisão.
— Eu sei exatamente o que me perguntou, não sou surda. — Jihyo disse secamente. — Acontece que não quero responder.
— Desculpe. — Sana pediu, se abaixando para procurar um livro para ler. — Céus, eu adoro este livro. — Sana disse com os olhos brilhando ao ver um livro de romance policial entre a pilha de livros. — Eu me lembro de ter lido ele uma cinco vezes.
— Estamos quites. — Jihyo falou, se encostando na parede para ter uma visão melhor de Sana.
— Eu esqueci de pedir livros para minha irmā me trazer, então não tenho nada para ler. — Sana disse, lendo capa por capa.
— Pode levar qualquer um que quiser. — Jihyo disse e
Sana ergueu a cabeça, fitando a garota.
— Obrigada. — Sana falou sinceramente. — Eu sei que não quer falar o porquê de estar fazendo isso, mas significa muito para mim. — Jihyo assentiu e Sana voltou a fitar os livros.
— Estou lendo este. — Jihyo disse ao ver Sana passar pelo livro de poemas de uma autora que conhecia.
— Você gosta de poemas? Estou surpresa. — Sana disse sorrindo e pôde ver o início de um sorriso querer dar as caras na feição de Jihyo.
— Leio de tudo, não me restrinjo aos gêneros. Se a sinopse chamar a minha atenção você terá a minha leitura ou se eu já conhecer o autor e tiver gostado de algo dele, apostarei minhas fichas em seus livros. — Ela respondeu e Sana assentiu.
— Já o li, mas adoro. Pode continuar lendo, só que em voz alta? — Sana perguntou e Jihyo pareceu pensativa.
— Podemos revezar nisso? — Ela perguntou e Sana assentiu, um pouco surpresa por isso, se deitando na cama de baixo e vendo Jihyo subir para a de cima com o livro. — Não se acostume com isso.
— Entendido. — Sana disse rindo.
— Só estou fazendo porque amo ler e não porque me pediu. — Jihyo disse friamente.
— Eu sei. — O silêncio predominou por alguns segundos, até a voz rouca preencher o ambiente.
— E no amor encontrei-me instável, e no amor encontrei-me segura, o amor já foi minha desgraça, entretanto, também já foi a minha cura. — Sana sorriu ao ouvir a voz sempre rude soar doce e cheia de vida ao recitar o poema.
— Ao amor me dei, por amor chorei, mas apesar de tantas controversas, jamais esqueci a quem com a alma amei. — Sana disse junto com Jihyo, afinal amava aquele poema.
O silêncio se instalou no ambiente após aquilo. Jihyo queria continuar lendo, mas sem entender o porquê, estava receosa. Ter ouvido Sana dizer algo com tanta paixão a fez sentir-se estranha.
Levava a vida toda solitária para permitir se encantar por uma desconhecida.
Enfrentaria uma prisão inteira de detentas, mas fugiria de um sorriso doce da menor.
— Que tal se formos ao pátio? — Jihyo disse após alguns minutos. — Já ficamos alguns bons minutos aqui. Pelo menos uma rapidinha dava para ter dado, pensarão que foi isso.
— Huh, tudo bem. — Sana disse, saindo da cela apenas para ver a policial Yoo sorrindo para Mina. Ela achou estranho, mas cada um com sua vida, pensou.
Sentiu seus batimentos se desalinharem quando entre seus dedos os dedos de Jihyo se enroscaram, puxando-a para o pátio.
Sana, pela primeira vez, vira aquele caminho pela visão de Jihyo: Conforme iam passando, todas as detentas abaixavam as cabeças ou desviavam os olhares.
— Por que elas têm tanto medo de você? — Sana perguntou em um sussurro e se surpreendeu ao ouvir uma risada baixa e rouca vinda da menor.
— Você pergunta demais. — Jihyo disse, subindo na mini-arquibancada de madeira e puxando Sana para seu colo assim que se sentou.
— Vou precisar andar, huh, com você sempre agora? — Sana perguntou envergonhada.
— Só nesses primeiros dias para deixarmos todas cientes de que não devem tocar em você. — Park disse e Sana assentiu, passando um braço por seu pescoço, temerosa, apenas para ficar mais confortável na posição. — Depois você poderá voltar para as suas amigas e ir em minha cela só de vez em quando para não levantarmos suspeitas.
— Eu gostaria de saber um dia por que você está fazendo isso por mim. Me dirá? — Sana perguntou e Jihyo suspirou, assentindo.
— Um dia, Minatozaki. — Jihyo disse, olhando em volta apenas para ver três líderes de cada grupo juntas, se aproximando delas com Beatrice.
— O que foi? — Sana perguntou confusa ao ver a menor apertar Sana contra seu coгpo.
— Não ouse sair de perto de mim em hipótese alguma. Entendido? — Jihyo perguntou solenemente e Sana assentiu, preocupada. Jihyo respirou fundo e colocou a expressão mais inflexível em seu rosto.
As líderes nunca se juntavam, algo de bom não viria dali.
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Presa por acaso - sahyo
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...