cap. 43

198 40 11
                                    

Sana se via absolutamente anestesiada e rendida ao poder da risada genuína de Jihyo. Ela definitivamente adorava aquele som e saber que ele havia sido causado graças a ela apenas a fazia se sentir ainda mais abençoada. Sua ficha ainda não havia caído de que estava solta, tanto ela como Jihyo.

— E então... — Ela começou. — Que tal deixarmos os bichinhos aí, afinal já os alimentamos muito... — Ela fez uma breve pausa para rir. — E irmos nós duas comer, hm?

— Parece uma boa ideia. — Jihyo replicou ao ouvir seu estômago roncar.

— Ótimo, porque estou faminta e você também deve estar. — Sana disse, estendendo a mão no ar apenas para sentir Jihyo entrelaçar seus dedos antes de começarem a caminhar.

— Você já resolveu algo com sua irmã? — Jihyo indagou e Sana deixou o ar se esvair de seus pulmões, negando.

— Não, e ainda precisava resolver algo para a minha mãe hoje, mas quando descobri que você podia ser solta quis resolver isso logo. — Jihyo assentiu.

— Obrigada por ter inteirado o dinheiro da minha fiança. — Jihyo pediu, fazendo Sana lhe fitar culpada. — Eu vou devolver o que completou, só preciso que espere eu arranjar algum trabalho. — A maior mordeu seu lábio inferior e abriu a porta de seu carro, vendo Jihyo dar a volta no veículo e entrar nele.

— Precisamos conversar sobre isso. — Sana disse assim que entrou no carro e fechou a porta, se virando para Jihyo. — Eu paguei sua fiança completa. — Disse de uma vez. Jihyo iria dizer algo, porém Sana foi mais rápida. — Jeongyeon vai se casar e achei justo ela desfrutar com Mina, sabe? Então falei para ela usar o dinheiro para isso.

— Certo. — Jihyo disse piscando um pouco embaraçada. — Eu devolveria a ela o dinheiro, então o que daria a ela eu te dou.

— Não quero de volta esse dinheiro. — Sana disse e Jihyo a fitou seriamente. — Por favor, não vamos nos tornar aquele casal clichê onde a rica e a pobre se desentendem porque uma quer ajudar e a outra não deixa. — Sana pediu, se inclinando para depositar um beijo nos lábios de Jihyo.

— É porque sou eu no papel da pobre. Não é tão simples quanto parece. — Jihyo disse e Sana riu baixinho, assentindo.

— Eu sei, mas, amor, eu te amo e você me ama. Você acabou de sair da cadeia e ainda não trabalha, não quero que fique pensando em me devolver um dinheiro que usei em meu benefício também.

— Em seu beneficio? — Jihyo indagou e Sana assentiu.

— É claro. Eu não vou precisar ficar indo te visitar na prisão toda semana. Posso te ver sempre que der saudade. — Ela disse e Jihyo sorriu timidamente.

— Certo, é só ir no endereço onde eu estiver. — Jihyo deduziu e Sana mordeu o lábio inferior, fazendo Jihyo arquear uma sobrancelha por sua expressão. — O que foi?

— Uh, sobre isso de endereço... — Ela disse, adentrando uma mão nos próprios cabelos para os jogar para trás. — Eu gostaria que você ficasse comigo no meu apartamento. — Jihyo arregalou os olhos de repente.

— Sannie...

— Calma! — Sana pediu rindo. — Não estou pedindo para pularmos um passo no nosso relacionamento, amor, não tenho pressa. — Esclareceu

— É só que... Jeongyeon vai se casar em poucos meses e vai morar com a Mina. Não sabemos quanto tempo você vai demorar para se estabilizar, então acho melhor que fique comigo e, olha, pode até dormir no quarto de hóspedes como prova de que estou falando sério. — Disse rindo. — Aí quando estiver em um trabalho fixo e estabilizada você aluga algo para você e me larga de novo. — Disse, fazendo um pequeno drama no final da frase, o que causou uma risada doce em Jihyo.

— Jura que não vou te atrapalhar? — Jihyo perguntou e Sana assentiu.

— Não fale bobagens, eu adoro ficar pertinho de você. — Ela disse, dando mais um selinho em Jihyo, que engoliu todo o seu orgulho antes de assentir.

— Então eu aceito. — Jihyo disse, vendo Sana socar o ar em uma comemoração silenciosa. — Boba. — Ela sussurrou, puxando Sana para um beijo manso, algo que obviamente a garota não protestou. — Mas viremos aqui outro dia para agradecer a ela e conversarmos um pouco. — Sussurrou sobre os lábios de Sana assim que terminaram de se beijar.

— Combinado. — A menor disse.

— Além do mais meus livros e minhas coisas de lá ela vai me trazer. — Jihyo falou e Sana assentiu.

— Ótimo, agora vamos comer e comprar algumas roupas para você. — O sorriso de Jihyo vacilou ligeiramente.

— Satang...

— Amor, você não tem roupas. — Jihyo sentiu seu rosto esquentar e afundou o mesmo na curva do pescoço de sua namorada.

— Esse dinheiro pelo menos eu posso devolver mais para a frente? — Pediu inalando o cheiro de Sana, que assentiu lentamente.

— Mas você sabe que não precisa, não é? — Ela disse e Jihyo assentiu, se ajustando no banco para voltar a fitá-la.

— Mas eu me sentiria melhor se pudesse. — Ela disse e Sana assentiu. — Começando por essa roupa que você me comprou. — Apontou para a própria roupa do corpo. Quanto custou? — Sana entortou o rosto e negou com a cabeça.

— Essa não vai contar. Você já aceitou. —Sana rebateu.

— Quanto, Sana? — Jihyo requeriu firmemente e Sana mordiscou o lábio inferior.

— Quanto custaria em um lugar normal? —Sana perguntou e Jihyo riu.

— Você pagou uma fortuna, não foi? — Indagou e Sana assentiu cautelosamente.

— É macia e de tecido bom, ainda por cima o material de confecção não causa alergias na pele.

— Sana, pobre não tem alergia na pele por roupa barata. — Jihyo disse rindo e Sana segurou em sua mão.

— Desculpe. — Pediu corando, porém ainda sorrindo.

— Não se desculpe. Agora diga, quanto foi?

— Não foi tão caro, digo... perto do que costumo, uh... — Uma tosse seca foi proferida por ela, porém diante do olhar entediante e sério de Jihyo ela bufou. — Está bem, setecentos dólares.

— Sana! — Jihyo vociferou. — Alguém está te roubando nesse mundo. Setecentas pratas em uma camisa e uma calça?

— Não reclame, tinha algumas com preços mais altos, mas sabia que você não iria aceitar.

— E essa eu aceitaria?

— Era a mais barata do lugar. — Sana se defendeu.

— A mercadoria inclui seguro de vida? — Jihyo perguntou e Sana a fitou confusa, fazendo Jihyo suspirar antes de rir.

— Olha, eu vou te ensinar uns lugares onde mesmo roupa boa pode ser barata, tudo bem? Você poderia ter encontrado por uns cento e cinquenta dólares e economizaria quinhentos e cinquenta pratas. — Disse enlaçando os braços ao redor de Sana.

— Desde que você não brigue comigo por te comprar roupas eu aceito o que quiser. — Sana disse sorrindo.

— Eu vou te devolver. — Jihyo alertou e Sana riu.

— Certo... Certo. — Falou rindo, distribuindo pequenos beijos pelo rosto de Jihyo. — Agora vamos.

— Meu estômago agradece a preferência. — Jihyo falou, fazendo Sana rir e assentir, ligando o carro e colocando o cinto antes de sairem dali.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora