cap. 37

259 51 10
                                    


— Jihyo, você sabe que eu não sei lutar de verdade, não é? — Mina sussurrou conforme se aproximavam das garotas da mini arquibancada.

— Não iremos lutar, Mina, é só para fazer igual sempre e, bem, seu porte ajuda. — Ela disse rindo, adotando a expressão séria e impassível assim que parou de frente para as garotas, fazendo até mesmo Mina se surpreender com tamanha mudança de humor em tão poucos segundos.

— Algum problema? — Beatrice perguntou e Jihyo umedeceu os lábios.

— Eu realmente não ligo para que merda de lugar vocês estão sentando, já que ainda sou eu que mando nessa merda, mas conheço vocês o suficiente para saber que querem falar comigo. — Ela disse solenemente. — Para terem vindo até aqui deve ser algo importante. — A loira maior ajeitou o cabelo e se levantou, ficando cara a cara com Jihyo, porém mais alta, afinal estava em cima da arquibancada.

— Você manteve um riquinha em segredo. — A garota disse cruzando os braços. — Sabe bem o quanto adoramos assustar uma.

— Ela está comigo. — Jihyo disse calmamente, como se aquela conversa fosse extremamente entediante.

— Foda-se! A gente sempre faz as ricas nos conseguir algum dinheiro e alguns cigarros.

— Vou repetir: Sana está comigo. — Jihyo disse entredentes, sentindo a paciência começar a se esvair de seus poros.

— Você ficou frouxa com ela aqui. As pessoas já não te olham com tanto medo, já que vive sorrindo para todos os lados. — A mulher disse e Mina empurrou o ombro da mesma assim que ela se aproximou demais de Jihyo.

— Sem tocar. — Mina disse apenas duas palavras com a cara fechada, mas foi piamente respeitada quando a garota assentiu, voltando a fitar Jihyo.

— Sana está para sair, não vai dar tempo de conseguir nada para ninguém, então acho bom deixarem ela em paz. — Jihyo alertou.

— O que ela te conseguiu? — Beatrice, que ainda estava sentada, perguntou.

— Alguns bons orgasmos. Sabe como é, não é? Não precisei forçá-la a nada, então saiu tudo mais gostoso assim. Reciprocidade é uma delícia, você deveria tentar experimentar. — Jihyo falou em tom zombeteiro, fazendo Beatrice bufar em tamanha raiva.

— Você a manteve para si, então terá que nos pagar tudo o que ela poderia ter nos dados. — A loira disse, ganhando a atenção de Jihyo para si. Uma risada fria escapuliu de seus lábios.

— Você está brincando, não é? Porque se não estiver, preciso informar que está começando a tirar a minha paciência. — Ela disse e a loira suspirou, umedecendo os lábios.

— Chaeyoung tinha nosso respeito e só estamos quietas porque ela pediu que obedecessemos a nova líder, mas você é fraca, não serve para esse cargo.

— Fraca? — Jihyo perguntou indignada. Ela sabia que era só estalar os dedos e quase todas as detentas estariam ali dispostas a lutarem por ela, porém ela não queria briga.

— Olha só, queremos alguns cigarros e você deveria nos ajudar. — A loira rebateu e Jihyo assentiu após alguns segundos de silêncio, sabendo que realmente a líder dali ajudava as outras acima de tudo.

— Vou conseguir os cigarros, mas se alguém encostar um mero fio de cabelo em Sana ou simplesmente falar com ela sobre isso eu juro que...

— Ninguém relará na galinha dos ovos de ouro. — A loira disse e Jihyo suspirou, súbitamente se acalmando.

— Acho muito bom. — Ela disse e as outras duas levantaram.

— Desculpe ter sentado aqui. Estávamos apenas irritadas e viemos prontas para uma briga. — A loira disse, estendendo a mão para Jihyo.

— Seria interessante ver vocês perdendo isso. — Jihyo disse friamente, esnobando a mão da garota. — Agora saiam da minha frente, vou atrás dos cigarros.

— Obrigada. — A loira disse, se afastando delas no momento seguinte com suas companheiras.

— Você acha que Sana dará dinheiro para os cigarros? — Mina perguntou assim que as garotas se afastaram o suficiente e Jihyo mordeu o lábio inferior, olhando com um olhar culpado para a loira.

— Não pedirei nada a ela.

— Jihyo! — Mina disse incrédula. — Não acredito. — Falou, passando uma das mãos no rosto. — Como vai conseguir cigarro para tudo isso de detentas? — A mais baixa comprimiu os lábios e Mina negou com a cabeça. Não. Não... nem pense nisso!

— Eu não tenho outra opção, Mina! — Jihyo disse e a loira começou a caminhar irritada para longe de Jihyo. — Hey! Espere... — A menor gritou, vendo Mina parar bruscamente e se virar para ela com o olhar enfurecido.

— Você poderia não dar a porcaria dos cigarros para elas. — Mina disse e Jihyo negou.

— Eu não permitirei que toquem em Sana. — Jihyo avisou. — Não posso deixar que a machuquem. Não posso e não irei!

— Ou seja, não será a madrinha do meu casamento. — Ela disse irritada.

— Tenta me entender... — Jihyo pediu cautelosamente. — Tem apenas alguns dias para ela sair e...

— E nada! Diz para ela que você precisa desse dinheiro e tenho certeza de que ela te ajudará com esses malditos cigarros. — Mina disse irritada e Jihyo negou freneticamente.

— Não vou fazer isso. — Jihyo rebateu.

— Céus, Jihyo! Ela é podre de rica e pode resolver isso. — Mina disse. — Ela pode resolver isso e também pode resolver...

— Não! — Jihyo rebateu. — Ela pensou que eu fosse uma interesseira algum tempo atrás. Não quero que esse pensamento volte a surgir em sua mente. Eu não me importo com o dinheiro dela, só quero o seu bem.

— E quanto ao seu bem?

— Não vou ficar aqui discutindo isso. — Jihyo resmungou e Mina riu com frieza.

— Eu amo você como uma irmã e Jeongyeon muito mais, mas não posso ficar parada aqui vendo você se ferrar por ser orgulhosa.

— O que vai fazer? — Jihyo perguntou temerosa.

— vou dizer a ela sobre a merda dos cigarros e que ela não precisa esperar trezentos anos para que você saia.

— Não se atreva! — Jihyo gritou ao ver Mina correr em direção à sua cela.

— Onde está Sana, Nayeon? — Mina perguntou assim que invadiu o local e Jihyo segurou seu braço, a olhando com uma súplica silenciosa para não contar nada.

— Uh, não sei. Uma policial a chamou há alguns minutos e ela foi. Ainda não voltou. — Nayeon disse, se levantando da cama. — Posso ir?

— Pode. Está tudo bem, não se preocupe. — Jihyo informou e Nayeon sorriu aliviada, pedindo licença antes de sair dali.

— Não me olhe assim. — Mina disse de braços cruzados ao ver Jihyo voltar a lhe fitar com súplica. — Eu direi tudo a ela. Não esconderei mais nada.

— Por fav...

— Temos quase todo o dinheiro para você sair dessa merda. — Mina a cortou. — Não vou deixar que faça uma merda dessas agora que Jeongyeon já juntou quase todo o dinheiro para a sua fiança. — Protestou. — Ela não vem trabalhando quase o período dobrado para pagar sua fiança para você fazer isso. Não mesmo.

— Mas Mina...

— Quero você como madrinha do meu casamento em alguns meses, não permitirei que estrague o meu momento. — E dito isso Jihyo se calou, aceitando Mina esperar Sana.

Esperou minutos; esperou horas... Esperou e esperou, porém ela não voltou.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora