— Jihyo, você sabe que eu não sei lutar de verdade, não é? — Mina sussurrou conforme se aproximavam das garotas da mini arquibancada.— Não iremos lutar, Mina, é só para fazer igual sempre e, bem, seu porte ajuda. — Ela disse rindo, adotando a expressão séria e impassível assim que parou de frente para as garotas, fazendo até mesmo Mina se surpreender com tamanha mudança de humor em tão poucos segundos.
— Algum problema? — Beatrice perguntou e Jihyo umedeceu os lábios.
— Eu realmente não ligo para que merda de lugar vocês estão sentando, já que ainda sou eu que mando nessa merda, mas conheço vocês o suficiente para saber que querem falar comigo. — Ela disse solenemente. — Para terem vindo até aqui deve ser algo importante. — A loira maior ajeitou o cabelo e se levantou, ficando cara a cara com Jihyo, porém mais alta, afinal estava em cima da arquibancada.
— Você manteve um riquinha em segredo. — A garota disse cruzando os braços. — Sabe bem o quanto adoramos assustar uma.
— Ela está comigo. — Jihyo disse calmamente, como se aquela conversa fosse extremamente entediante.
— Foda-se! A gente sempre faz as ricas nos conseguir algum dinheiro e alguns cigarros.
— Vou repetir: Sana está comigo. — Jihyo disse entredentes, sentindo a paciência começar a se esvair de seus poros.
— Você ficou frouxa com ela aqui. As pessoas já não te olham com tanto medo, já que vive sorrindo para todos os lados. — A mulher disse e Mina empurrou o ombro da mesma assim que ela se aproximou demais de Jihyo.
— Sem tocar. — Mina disse apenas duas palavras com a cara fechada, mas foi piamente respeitada quando a garota assentiu, voltando a fitar Jihyo.
— Sana está para sair, não vai dar tempo de conseguir nada para ninguém, então acho bom deixarem ela em paz. — Jihyo alertou.
— O que ela te conseguiu? — Beatrice, que ainda estava sentada, perguntou.
— Alguns bons orgasmos. Sabe como é, não é? Não precisei forçá-la a nada, então saiu tudo mais gostoso assim. Reciprocidade é uma delícia, você deveria tentar experimentar. — Jihyo falou em tom zombeteiro, fazendo Beatrice bufar em tamanha raiva.
— Você a manteve para si, então terá que nos pagar tudo o que ela poderia ter nos dados. — A loira disse, ganhando a atenção de Jihyo para si. Uma risada fria escapuliu de seus lábios.
— Você está brincando, não é? Porque se não estiver, preciso informar que está começando a tirar a minha paciência. — Ela disse e a loira suspirou, umedecendo os lábios.
— Chaeyoung tinha nosso respeito e só estamos quietas porque ela pediu que obedecessemos a nova líder, mas você é fraca, não serve para esse cargo.
— Fraca? — Jihyo perguntou indignada. Ela sabia que era só estalar os dedos e quase todas as detentas estariam ali dispostas a lutarem por ela, porém ela não queria briga.
— Olha só, queremos alguns cigarros e você deveria nos ajudar. — A loira rebateu e Jihyo assentiu após alguns segundos de silêncio, sabendo que realmente a líder dali ajudava as outras acima de tudo.
— Vou conseguir os cigarros, mas se alguém encostar um mero fio de cabelo em Sana ou simplesmente falar com ela sobre isso eu juro que...
— Ninguém relará na galinha dos ovos de ouro. — A loira disse e Jihyo suspirou, súbitamente se acalmando.
— Acho muito bom. — Ela disse e as outras duas levantaram.
— Desculpe ter sentado aqui. Estávamos apenas irritadas e viemos prontas para uma briga. — A loira disse, estendendo a mão para Jihyo.
— Seria interessante ver vocês perdendo isso. — Jihyo disse friamente, esnobando a mão da garota. — Agora saiam da minha frente, vou atrás dos cigarros.
— Obrigada. — A loira disse, se afastando delas no momento seguinte com suas companheiras.
— Você acha que Sana dará dinheiro para os cigarros? — Mina perguntou assim que as garotas se afastaram o suficiente e Jihyo mordeu o lábio inferior, olhando com um olhar culpado para a loira.
— Não pedirei nada a ela.
— Jihyo! — Mina disse incrédula. — Não acredito. — Falou, passando uma das mãos no rosto. — Como vai conseguir cigarro para tudo isso de detentas? — A mais baixa comprimiu os lábios e Mina negou com a cabeça. Não. Não... nem pense nisso!
— Eu não tenho outra opção, Mina! — Jihyo disse e a loira começou a caminhar irritada para longe de Jihyo. — Hey! Espere... — A menor gritou, vendo Mina parar bruscamente e se virar para ela com o olhar enfurecido.
— Você poderia não dar a porcaria dos cigarros para elas. — Mina disse e Jihyo negou.
— Eu não permitirei que toquem em Sana. — Jihyo avisou. — Não posso deixar que a machuquem. Não posso e não irei!
— Ou seja, não será a madrinha do meu casamento. — Ela disse irritada.
— Tenta me entender... — Jihyo pediu cautelosamente. — Tem apenas alguns dias para ela sair e...
— E nada! Diz para ela que você precisa desse dinheiro e tenho certeza de que ela te ajudará com esses malditos cigarros. — Mina disse irritada e Jihyo negou freneticamente.
— Não vou fazer isso. — Jihyo rebateu.
— Céus, Jihyo! Ela é podre de rica e pode resolver isso. — Mina disse. — Ela pode resolver isso e também pode resolver...
— Não! — Jihyo rebateu. — Ela pensou que eu fosse uma interesseira algum tempo atrás. Não quero que esse pensamento volte a surgir em sua mente. Eu não me importo com o dinheiro dela, só quero o seu bem.
— E quanto ao seu bem?
— Não vou ficar aqui discutindo isso. — Jihyo resmungou e Mina riu com frieza.
— Eu amo você como uma irmã e Jeongyeon muito mais, mas não posso ficar parada aqui vendo você se ferrar por ser orgulhosa.
— O que vai fazer? — Jihyo perguntou temerosa.
— vou dizer a ela sobre a merda dos cigarros e que ela não precisa esperar trezentos anos para que você saia.
— Não se atreva! — Jihyo gritou ao ver Mina correr em direção à sua cela.
— Onde está Sana, Nayeon? — Mina perguntou assim que invadiu o local e Jihyo segurou seu braço, a olhando com uma súplica silenciosa para não contar nada.
— Uh, não sei. Uma policial a chamou há alguns minutos e ela foi. Ainda não voltou. — Nayeon disse, se levantando da cama. — Posso ir?
— Pode. Está tudo bem, não se preocupe. — Jihyo informou e Nayeon sorriu aliviada, pedindo licença antes de sair dali.
— Não me olhe assim. — Mina disse de braços cruzados ao ver Jihyo voltar a lhe fitar com súplica. — Eu direi tudo a ela. Não esconderei mais nada.
— Por fav...
— Temos quase todo o dinheiro para você sair dessa merda. — Mina a cortou. — Não vou deixar que faça uma merda dessas agora que Jeongyeon já juntou quase todo o dinheiro para a sua fiança. — Protestou. — Ela não vem trabalhando quase o período dobrado para pagar sua fiança para você fazer isso. Não mesmo.
— Mas Mina...
— Quero você como madrinha do meu casamento em alguns meses, não permitirei que estrague o meu momento. — E dito isso Jihyo se calou, aceitando Mina esperar Sana.
Esperou minutos; esperou horas... Esperou e esperou, porém ela não voltou.

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Presa por acaso - sahyo
FanfikceO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...