cap. 12

365 53 15
                                    

— Então amanhã você vem um pouco mais cedo e fica durante duas horas, certo? — Doutora Rosé falou e Sana assentiu, vendo a mulher sorrir gentilmente. — Você não parece ser uma má pessoa.

— Sempre tentei andar na linha, pelo menos. — Sana disse rindo.

— Mas acabou cometendo um deslize, não é? — A mulher insinuou e Sana suspirou.

— Se eu disser que estou aqui injustamente você não acreditaria, não é? — Sana perguntou e a doutora abriu a porta.

— Eu poderia tentar acreditar.

— Já é um começo. — Sana disse. — Nos vemos amanhã. — Ela falou, vendo a mulher estender a mão para ela antes de ela seguir para a cela. Estava na hora do banho.

— Demorou. — Jihyo disse de uma forma não acusatória. — Muitos pacientes? — Jihyo perguntou curiosamente assim que a menor entrou na cela para pegar sua roupa íntima.

— Não muitos. Ela estava me explicando sobre como funciona tudo. — Sana informou. Sentiu a minha falta? — As orbes castanhas fitaram Sana antes da menor rir.

— Sonha mais um pouco. — Jihyo disse e Sana riu, saindo da cela com Jihyo em seu encalço.

— Vai tomar banho comigo? — Sana perguntou e Jihyo arqueou uma sobrancelha.

— Irei tomar banho, não com você. — Replicou friamente.

— Então por que me esperou? — Sana perguntou sorrindo vitoriosa e Jihyo sentiu seu rosto esquentar.

— Não te esperei, foi uma coincidência. - Jihyo falou e Sana suspirou, segurando o riso.

— Obrigada. — A menor disse e Jihyo a fitou confusa. — Por estar cuidando de mim, sabe? Beatrice está por aí a solta.

— Não estou cuidando de você, Sana! — Jihyo disse firmemente.

— Tudo bem. — Sana disse, abrindo a porta do banheiro após passar por uma guarda. — Diz... Por que está aqui? Sana perguntou, deixando sua peça íntima em um canto e levando uma mão até a baínha da peça superior de seu uniforme laranja, a tirando.

Jihyo enrubesceu pela primeira vez diante de Sana ao ver os seios perfeitamente modelados. Seus olhos se desviaram para um ponto fixo na parede e Sana riu baixinho ao notar a reação da menor.

— Não vou te falar por que estou aqui. — Jihyo disse secamente e Sana sorriu.

— Eu imaginei mesmo, mas não custava nada tentar, hm? — Sana perguntou vendo Jihyo tirar sua roupa também. A menor nem sequer percebeu seu olhar carregado de volúpia para os seios de Jihyo. Sua vista se prendeu vários segundos ali, até morder seu lábio inferior e erguer a mirada.

As orbes castanhas a fitavam enquanto um sorriso malicioso enfeitava seu rosto. Sana arqueou uma sobrancelha e abriu um sorriso sugestivo, causando um suspiro em Jihyo, que abriu o chuveiro e entrou embaixo dele.

— Então... — Sana começou, removendo o restante de sua roupa antes de abrir o outro chuveiro. — O que foi isso? — Perguntou, enfiando a cabeça embaixo da água.

— Isso foi você fitando meus seios. — Jihyo disse naturalmente e Sana riu.

— Estou me referindo ao seu flerte. — Sana disse e Jihyo arqueou a sobrancelha, piscando nervosamente.

— Eu não flertei. — Jihyo afirmou.

— Seu sorriso malicioso indicou o quê? — Sana perguntou, começando a se ensaboar.

— Que agora eu sei que você sabe que eu sou linda. — Jihyo disse e Sana semicerrou os olhos, atirando água Jihyo.

— Você é idiota. — Sana disse, colocando um bico em seus lábios.

— Uma idiota que você queria muito pegar. — Jihyo falou sorrindo vitoriosa.

— Só porque olhei para seus seios você acha isso? — Sana perguntou e Jihyo assentiu. — Pois saiba que eu adoro seios, não importa o tamanho, então digamos que eu ache os seus seios bonitos, não necessariamente você.

— Não me acha bonita? — Jihyo perguntou e Sana meneou a cabeça.

— Não te interessa. — Replicou, se virando de costas para Jihyo como uma adolescente pirraçando, o que levou a menor a deixar seus olhos percorrerem o traseiro desnudo da outra garota.

— Você que flertou comigo. — Jihyo disse e Sana permaneceu de costas, se lavando. — O que foi aquela sobrancelha arqueada?

— Estava vendo se compartilhávamos uma ideia, mas já sei que não. — Sana disse, fazendo a curiosidade de Jihyo se aguçar.

— Que ideia? — A menor perguntou, limpando a garganta.

— O que você acha? — Sana perguntou, se virando para ela antes de arquear uma sobrancelha. Jihyo sentiu seu coração bater freneticamente contra seu peito, porém em seu exterior sua expressão era indecifrável.

— Acho que deveríamos tomar banho. — Falou por fim. — Já já acaba o tempo. — Sana a fitou fixamente nos olhos antes de assentir.

— Ninguém nunca te visita? — Sana perguntou curiosamente, tentando mudar de assunto. A porta do banheiro se abriu apenas por duas detentas que encerraram seus banhos nos chuveiros mais distantes dali.

— Parece que estamos quites. — Jihyo disse friamente e Sana assentiu.

— Minha irmā ficou com a guarda provisória de minha sobrinha e não pode me visitar por agora, está uma correria enorme para ela. — Sana explicou.

— Tem uma sobrinha?

— Sim. — Sana respondeu, abrindo o maior dos sorrisos ao se lembrar do rostinho da garota. — Ela completará três anos em pouco menos de duas semanas. — Falou, passando shampoo em seus cabelos. — Se eu soubesse que eles ficavam com nossos pertences eu teria deixado meu colar preferido com ela. Ela o adorava porque tem o formato de um coração.

— Colar preferido por alguma razão? — Jihyo perguntou e Sana assentiu.

— Ganhei do meu pai para um dia ocupá-lo com a foto do amor da minha vida. — Sana disse rindo. — Mas como eu esperava, o coração ainda continua vazio.

— De qual coração estamos falando? — Jihyo perguntou rindo.

— Dos dois. — A menor respondeu e Jihyo assentiu.

— Sinto muito por seu pai, à propósito. — Jihyo falou e Sana virou seu rosto bruscamente para fitá-la.

— Como sabe que meu pai morreu? — Sana perguntou e Jihyo empalideceu.

— Você... Você disse, oras.

— Não, eu não disse. — Sana disse seriamente.

— Disse sim.

— Jihyo, eu tenho a plena certeza de que eu não falei. Odeio falar que ele morreu não comento disso com ninguém. — Sana disse e Jihyo exalou o ar de seus pulmões, fazendo Sana estreitar os olhos irritada. — Você andou pesquisando a minha vida?

Jihyo engoliu em seco. Sana havia lhe colocado em um beco sem saída.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora