Esse era o medo de manter proximidade com Sana: Uma hora ela baixaria sua guarda e a menor perceberia algum deslize.
— O quê? — Jihyo perguntou incrédula. — Você enlouqueceu?
— Como sabe sobre o meu pai? — Sana voltou a perguntar com solenidade. — Os olhos castanhos se fecharam para a menor enxaguar o condicionador de seus cabelos.
— Eu não colocaria uma estupradora ou serial killer dentro da minha cela, então pedi para Jeongyeon puxar sua ficha. — Jihyo falou e Sana a olhou cética.
— Você viu o crime que fui acusada? — Sana perguntou incrédula.
— Vi. — Jihyo disse naturalmente.
— E mesmo assim me mudou para sua cela? — Indagou surpresa.
— Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Beatrice. — Jihyo disse seriamente, fechando o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas, haviam esquecido de pegar.
— Por que eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? — Sana perguntou cética e Jihyo bufou.
— É a porra da polícia federal. Eles sabem tudo sobre você. — Jihyo disse e Sana aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Jihyo e pegou a toalha de sua mão, vendo a menor desviar os olhos para outro lugar qualquer.
— Quantos anos você tem? — Sana perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.
— O suficiente.
— Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? — Sana perguntou e Jihyo suspirou.
— Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. — Jihyo disse e Sana assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixando o sujo.
— Sabe que eu saber sua idade no faz de você minha amiga, não é? — Sana perguntou, indo para o vestuário apenas para se vestir rapidamente.
— Mas seria um começo. — Jihyo alertou.
— Então tenho um belo começo de amizade com meus atores preferidos de Hollywood, preciso que eles saibam. — Sana disse sarcástica e Jihyo revirou os olhos.
— Vinte e seis. — Jihyo disse por fim e Sana ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.
— Doeu? — Sana perguntou sorrindo e a menor franziu o cenho. — Dizer sua idade. Doeu?
— Quase. Qual a sua? — Jihyo perguntou.
— Não viu na minha ficha? — Sana perguntou debochadamente e Jihyo revirou os olhos, terminando de se vestir antes de marchar a passos duros para sua cela, deixando Sana sozinha ali.
A menor riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum de pressa para a sua cela.
— Desculpe. — Sana pediu ao ver a menor penteando seus cabelos com uma carranca. — Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.
— Não soou. — Jihyo disse seriamente e Sana assentiu.
— Tenho vinte e quatro anos. — Sana mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. — O que mais viu em minha ficha? — Ela perguntou temerosa.
— Nada. Só o fato de saber seu crime.
— Não foi meu crime, mas entendi. — Sana disse. E sobre meu pai, certo? — Sana perguntou e Jihyo assentiu.
— Certo.
— Sabe o que é bem curioso? — Sana começou, pegando sua escova de dentes em suas coisas. Que de todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.
— O que está insinuando? — Jihyo perguntou e Sana meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório dali.
— Nada. Só que não acredito que você tenha visto minha ficha. — Sana disse, vendo Jihyo terminar de pentear seus cabelos e prensá-las contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.
Os olhos de Sana enxergaram o músculo do maxilar de Jihyo tensionado e os olhos castanhos lhe fitarem solenemente. Seu olhar desceu para os lábios rosados de Jihyo antes de ela sentir sua pulsação acelerar.
— Nunca duvide de mim. — Jihyo disse firmemente e Sana foi ousada em seu próximo ato, esticando o pescoço para ficar mais perto de Jihyo antes de fitá-la intensamente.
— Então me diz, Park... — Sana começou, com a voz carregada de poder. — Se você realmente viu minha ficha... — Umedeceu seus lábios. — Qual foi meu crime?
Ela viu a hesitação invadir o olhar castanho e ali ela teve certeza: Jihyo não havia visto sua ficha.
Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Jihyo rodeou sua cintura e grudou os corpos, causando uma leve falta de ar na menor.
— Você fica realmente abalada com toda essa proximidade, não é? — Jihyo perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Sana antes de roçar seus lábios nos dela. — Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... — Sana engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Jihyo. Nas esferas castanhos nasceu um brilho hipnotizante aos olhos de Sana, mas ela se conteve.
— Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. — Sana disse, virando o rosto quando a menor sorriu vitoriosa e se inclinou. — Sem distrações. Quero que me responda! — Pediu com veemência e Jihyo a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.
— Eu não sei a merda do seu crime, está bem? Você me pegou. — Jihyo disse irritada. — Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. — Disse, se deitando e virando para a parede.
— Mas...
— Deixei algumas coisas para você comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!
Sana sorriu sem perceber ao notar que Jihyo continuava se preocupando com ela.
— Jihyo? — Sana chamou.
— Hm?
— Obrigada. — Agradeceu, começando a escovar seus dentes.
— Não há de quê. — Respondeu unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Sana não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.
![](https://img.wattpad.com/cover/373891440-288-k947247.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Presa por acaso - sahyo
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...