cap. 20

371 51 15
                                    

— Park! — A voz firme da policial loira fez Jihyo se virar para trás e limpar a garganta, se cobrindo com a parte de cima do uniforme que precisou se abaixar para pegar do chão.

— Pois não? — Perguntou, vendo a policial negar com a cabeça.

— Nada. Não quero esse tipo de atividade durante o dia. Se quiserem fazer isso durante a noite o problema é de vocês. — A policial disse e Jihyo assentiu. — Se eu voltar aqui e ver vocês assim terão problemas. — Alertou, puxando o lençol das grades e o fazendo cair no chão antes de sumir de vista.

— Essa foi por pouco. — Jihyo sussurrou e Sana riu, assentindo.

— Eu quase me borrei de medo. — Sana confessou, porém seus olhos pararam na região abaixo dos seios se Jihyo pois dava para ver de lado. Estava sangrando.

— O que foi? — Jihyo perguntou e Sana puxou sua blusa para o lado, analisando a ferida com olhos preocupados.

— O que foi isso? — Perguntou e Jihyo abaixou a vista, encontrando o pequeno ferimento.

— Esse sangue deve estar seco já. Me machuquei hoje pela manhã naquela porcaria de jogo. — Jihyo falou e Sana se levantou, pegando algodão, Band-Aid e pomada que havia levado para a sua cela como brinde por estar na enfermaria.

— Já falei para tomar cuidado nesse jogo. Elas são muito brutas, Jih. — Sana falou, molhando o algodão no lavatório antes de se aproximar de Jihyo e deslizar o mesmo sobre sua pele.

— Você abandonou meu time. — Jihyo falou fingindo ressentimento. — Estou com uma jogadora a menos agora.

— Não sirvo para jogar. — Sana falou, cuidando do ferimento antes de correr os olhos pelo corpo de Jihyo a procura de mais. Encontrou outro em suas costas e a virou de costas para ela, jogando seus cabelos para frente e se levantando para molhar outro pedaço de algodão. — Aquelas garotas te machucam aqui em cima como?

— Não faço ideia. — Jihyo respondeu rindo, segurando a camisa na frente dos seios enquanto sentia o algodão deslizar por sua pele. — O chão não é limpinho igual em todos os lugares. Há pontas de concreto tortas também, talvez quando eu caí tenha me machucado.

— Tome cuidado, por favor. — Sana pediu preocupada e Jihyo assentiu, sentindo Sana parar o que fazia e suspirar. Elas sentiu as pontas dos dedos de Sana percorrerem sua pele desnuda e instantaneamente se arrepiou.

Os lábios de Sana tocaram a pele quente de suas costas, começando a distribuir mansos beijos ao longo da extensão até finalmente apoiar o queixo em seu ombro e envolver seus braços na cintura da garota.

— Eu senti sua falta essa semana. — Sana confessou, percebendo que Jihyo havia engolido em seco. — Não se afaste assim de novo, Jih, por favor.

— Eu não vou. — Jihyo respondeu, se esquivando de

Sana apenas para sentir novamente o deslizar dos dedos em suas costas, fazendo-a fechar os olhos para manter o autocontrole.

— Obrigada por hoje. — Sana disse, deslumbrada conforme sentia a pele macia sob seu toque.

— De nada. — Jihyo respondeu, controlando novamente sua respiração ao sentir os lábios de Sana tocarem sua nuca vagarosamente. — Pare, Sana... — Jihyo pediu com fraqueza na voz.

— Eu senti mesmo a sua falta... — Sana falou e Jihyo se esquivou dela, vestindo a camisa as pressas sem sutiã mesmo.

— Você já disse isso. — Jihyo falou ao se virar de frente para Sana e a menor se aproximou, porém Jihyo se levantou.

— Eu sei que você também se sente atraída por mim, então para que ficar fugindo? — Sana perguntou e Jihyo se encostou na parede.

— Não estou fugindo, mas uma policial meio que nos proibiu de qualquer coisas de dia. Não estou afim de problemas. — Jihyo falou e Sana assentiu, se levantando para ficar de frente para ela.

— Nos proibiu de transar, não de nós beijarmos. — Sana falou e Jihyo riu.

— Eu devo beijar muito bem mesmo, para você estar desesperada assim. — Jihyo falou sorrindo prepotente e Sana franziu os olhos.

— idiota. — Resmungou. — Não quero mais também. Fique aí com seu egocentrismo e narcisismo. — Sana reclamou, no entanto, quando estava prestes a sair da cela, sentiu uma mão de Jihyo tocar seu pulso, puxando-a para seus braços.

— Ah, não minta! — Jihyo falou, colando ainda mais os corpos. — Você e eu sabemos que você quer sim. — Seus lábios roçaram nos de Sana antes da menor suspirar.

— E você e eu também sabemos que você também quer. — Sana falou sorrindo de forma contida. — Então que tal você só me beijar e ambas calarmos a boca?

— Certo. — Jihyo falou, rindo baixinho antes de se inclinar ligeiramente e beijar Sana. O toque singelo fez ambas suspirarem e então a maior se aconchegou mais nos braços de Jihyo, deixando sua língua deslizar pela da outra garota.

— Hmm... — Sana murmurou antes de depositar um selinho em Jihyo. — Que beijo gostoso. — Falou sorrindo contra seus lábios e Jihyo riu, corando levemente.

— Sabe que às vezes eu gostaria de te falar as coisas? — Jihyo comentou, levando uma mão até as mechas de Sana, colocando-as atrás da orelha da menor. — Não tem nada demais em te falar, mas...

— Então me fala. — Sana pediu e Jihyo riu.

— Eu não queria te contar para não quebrar a barreira entre nós, mas parece que você se infiltrou, hm? — Jihyo disse rindo e Sana assentiu.

— Sim. — Sana disse e Jihyo umedeceu os lábios. — Por favor, me conta algo... Sou muito curiosa. — A menor riu e assentiu.

— Bem, eu posso te contar da primeira vez que te vi, que tal? — Sugeriu e Sana balançou a cabeça positivamente de uma maneira frenética.

— Se eu te disser que não foi nesse estado você acredita? — Jihyo perguntou e Sana assentiu.

— Eu viajava bastante alguns anos atrás, então não seria difícil. — Sana disse, deitando sua cabeça no ombro de Jihyo.

— Foi na praia. — Jihyo disse olhando para um ponto distante, como se puxasse de sua memória uma antiga lembrança. — E você estava tão maravilhosa.

— Quem te vê com aquela cara emburrada lá fora jamais acreditaria em você me dizendo coisas assim. — Sana falou rindo e Jihyo suspirou.

— Vai me deixar contar ou não? — Jihyo perguntou e Sana assentiu.

— Desculpe. — Sana se retratou. — É que estou feliz. ẓ
— Jihyo arqueou uma sobrancelha e a fitou nos olhos.

— Eu imagino. Conversar com sua...

— Não é só por isso. — Sana disse. — Você voltou a falar comigo e eu não sabia o quanto você poderia fazer falta. Explicou. — Eu gosto de ficar assim com você, Jih.

— Eu também gosto. — Jihyo confessou, vendo Sana envolver os dois braços em torno de seu pescoço.

— Agora conta... — Sana pediu e Jihyo riu, assentindo.

— Sem interrupções? — Jihyo indagou, sentindo Sana fitar seus lábios antes de dar-lhe um beijo casto.

— Pronto. Agora sim sem interrupções. — Sana disse e Jihyo assentiu.

Não faria mal contar aquilo à Sana, até porque não tinha nada a ver com o que ela deveria manter segredo, porém ela sabia que aos poucos Sana ia desvendando ela. Precisava tomar cuidado, porque algo que acontecera alguns anos atrás para seu benefício poderia acarretar em grandes problemas se descobrissem.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora