cap. 55

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O mundo era agitado lá fora; sirenes disparadas anunciavam que alguma emergência havia ocorrido, buzinas ansiosas demonstravam o estresse do trânsito diário, o barulho das vozes aleatórias nas ruas era insuportável para uma mente cansada, por tal razão Sana suspirou em alívio assim que entrou em seu apartamento, fechando a porta e jogando as chaves sobre a mesa, colocando o celular ao lado das mesmas.

Ali dentro tudo era paz, o barulho desapareceu e, o melhor, Jihyo apareceu sorrindo ao ter ouvido a porta ser fechada. Sem dúvida aquela era a melhor parte de seu dia, aquela onde ela voltava para Jihyo.

— Oi. — Sana sussurrou sorrindo, percorrendo os olhos pelo corpo de Jihyo, que usava uma blusa larga e provavelmente apenas uma calcinha por baixo. Seus cabelos estavam úmidos, indícios de que ela havia tomado um banho recentemente.

— Demorou. — Jihyo disse, se aproximando de Sana e enlaçando seus braços pela cintura da menor.

— Odeio o trânsito. — Sana falou, depositando um beijo manso sobre os lábios rosados de Jihyo.

— Acabei de receber um telefonema. — Jihyo anunciou suspirando pesadamente ao encerrar o beijo.

— De quem? — Sana perguntou de cenho franzido.

— Da empresa que ficou de me dar uma resposta. — Ela replicou, vendo Sana lhe lançar um sorriso animado.

— E então? — Sana questionou em expectativa.

— Não consegui. O gerente disse sentir muito, mas por minha ficha... — Sana deixou seus ombros caírem ao ouvir aquilo.

— Hey, não fique triste, amor. Você vai conseguir! — Tentou animar Jihyo, não obstante, o sorriso fraco da maior mostrava que Sana falhara em tentar animá-la.

— É a sétima empresa que me recusa esse mês por isso, Sana! — Disse com profunda chateação. — Eu só preciso de uma única chance, céus!

— Você vai conseguir, Jihyo, eu juro, só seja paciente, está bem? — Sana pediu, levando uma mão até o rosto da maior para acariciar a região.

— É que, você sabe, é muito desconfortável para mim estar aqui sendo praticamente bancada por você. — Informou, vendo Sana assentir. — Eu não gosto disso.

— Eu sei e nós já conversamos sobre isso, minha vida. — Sana murmurou, encostando sua testa na de Jihyo. — Eu não me incomodo com isso, pelo contrário, adoro a sua companhia, além do que, você super me ajuda com a Hana. — Afirmou. — Céus, eu nem sei o que seria de mim sem você me ajudando a cuidar dela.

— Eu ajudo com prazer. — Jihyo afirmou. — Adoro aquela criança.

— Eu sei e é esse um dos motivos de eu te amar tanto. Você tem um coração enorme e, sobretudo, é tão boa, tanto para mim quanto para ela. — Jihyo se inclinou e, ainda triste, depositou um beijo no rosto de Sana. — Olha para mim! — A menor pediu quando viu Jihyo fitar o chão.

— Sim? — Jihyo disse.

— Você sabe que eu não faço questão desse dinheiro, e realmente não preciso, mas eu sei que você é teimosa demais para deixar isso para lá. — Comentou rindo baixinho.

— Ainda bem que sabe. — Jihyo comentou levemente molesta, ganhando um sorriso sincero de Sana.

— Eu já falei, mas vou repetir... — Disse em um tom calmo, encarando as orbes verdes com toda adoração que habitava seu ser. — Você tem o resto de nossas vidas para quitar essa dívida, amor, não precisa de pressa. — Falou e Jihyo até tentou, porém um esboço de sorriso dominou sua expressão.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora