Sana teve o resto do dia tranquilo na medida do possível, tomou seu banho sem ninguém incomodar, sequer vira Park naquele horário e as outras detentas tampouco incomodaram, porém, seu medo ainda se baseava em Beatrice. Ela sairia em poucos minutos da detenção e iria para a cela delas.
Sana se desencostou da cama e se levantou quando viu que seria revistada. Tudo ocorreu bem e o horário chegou. O mesmo sorriso prepotente da noite anterior brincava nos lábios da outra garota.
— Sentiu minha falta? — Ela perguntou, se aproximando.
— Por favor, me deixe em paz. Eu não te fiz nada. — Sana disse, um pouco mais temerosa do que gostaria. Estava cansada de lutar, no entanto, sabia que ainda tinha muito mais pela frente.
— Sabe que ficar em um quarto escuro por vinte e quatro horas não me agradou muito? — A mulher disse, vendo Sana se levantar e ir para o canto da parede.
— Eu não quis...
— Chega de conversa. — A garota disse, puxando Sana pela cintura com força. A menor tentou se soltar, mas garota imobilizou suas mãos e pressionou sua pélvis contra a menor, não deixando-a ser capaz de chutá-la. — Sua pele é muito macia. — A garota murmurou, distribuindo beijos por seu pescoço.
— Jihyo não gostaria disso. — Sana disse em seu ímpeto, fechando os olhos fortemente e, como num passe de mágica, a garota se afastou, a olhando confusa.
— O que ela tem a ver com isso? — Beatrice perguntou e Sana respirou fundo. Teria que dizer aquelas palavras em voz alta, seria estranho, primeiro porque teria que fazer parecer ser verdade, segundo porque não sabia até onde a outra sustentaria aquela mentira.
— Bem, ela me escolheu para, huh, ser a mulher, você sabe, dela. — Sana disse bastante hesitante, experimentando o sabor estranho daquelas palavras em sua boca e Beatrice estreitou os olhos.
— Desde quando?
— Esta tarde. — Disse firmemente e a outra passou a mão na nuca, parecendo um pouco desnorteada.
— Acha que tenho medo dela? — Beatrice perguntou e Sana negou rapidamente.
— Eu só, bem, estou te avisando. — Sana disse, vendo Beatrice a olhar ainda cética.
— Amanhã falarei com ela, mas se isso for uma mentira, espero que saiba que não serei carinhosa na noite de amanhã. — Sana assentiu e suspirou aliviada quando a outra subiu no beliche e se calou.
Deus que tivesse misericórdia dela, se descobrissem a mentira ela estaria em maus lençóis.
[...]
O corpo magro corria desesperado para a cantina no dia seguinte, procurando pelos olhos castanhos. Assim que encontrou, foi em direção à Jihyo, se sentando na sua mesa sem pedir autorização.
— Você disse para eu dizer aquela merda, então por favor, não volte atrás em sua palavra, caso contrário eu estarei bem, bem, bem fodida. — Sana disse eufórica.
— Quem te mandou sentar? - Jihyo perguntou rudemente.
— Eu só... Só precisava falar com você antes da, huh, Beatrice. — Sana disse fitando suas mãos.
— Já falou. — Jihyo disse friamente e Sana suspirou, assentindo e se levantando.
— Desculpe, eu não quis te atrapalhar. — Ela pediu cabisbaixa.
— Esteja na minha cela no mesmo horário de ontem e deixe os outros saberem disso. Vá sorrindo. — Park disse seriamente e Minatozaki assentiu, indo para a fila.
— Hey, não teve problemas ontem à noite? — A voz fina de Nayeon soou preocupada assim que parou atrás dela na fila.
— Não. — Sana disse, vendo Beatrice surgir na porta da cantina. Sana viu o exato momento onde ela marchou em direção à mesa de Jihyo e se debruçou sobre ela, apoiando as duas mãos na mesa.
Aparentemente aquela era a nova atração do lugar, porque Sana viu todos os pares de olhos voltados para as duas. Park a olhou friamente antes de dizer algo que Sana não pôde ouvir devido à distância.
Beatrice pareceu irritada e Jihyo disse mais alguma coisa, fazendo Beatrice dar um soco na mesa. Jihyo se levantou e deu a volta na mesa, ficando cara a cara com Beatrice. Ela disse algo com o músculo do maxilar enrijecido e Beatrice bufou antes de abaixar os olhos, assentir e ir a passos duros até a fila, ou seja, bem atrás de Nayeon.
Sana viu Jihyo se aproximar dela e então sorrir. Caramba! Era a primeira que via seu sorriso.
A menor não se atreveu a olhar para Nayeon, afinal Beatrice estava bem atrás dela e não sabia o que ela tinha conversado com Jihyo.
A surpresa de Sana aconteceu quando sentiu um braço delicadamente se enlaçar em sua cintura antes de colar seus corpos. Era Jihyo.
Sana prendeu a respiração ao se atrever a olhar para cima: Os olhos castanhos fixados nos seus e um sorriso lindo brincando em seus lábios.
— Nos vemos mais tarde? — A voz rouca e sexy fez Sana engolir em seco e assentir, totalmente paralisada ante àquela visão.
Park se inclinou e deixou sua boca a centímetros de distância da de Sana, fazendo seus narizes se tocarem e seus olhos mergulharem um no outro. A menor podia jurar que sentiu seu corpo tremer e seu coração disparar em seu peito.
— Então eu te espero na minha cela. — Jihyo disse ligeiramente mais baixo, apertando um pouco mais Sana contra seu corpo antes de se inclinar um pouco mais e relar seus lábios suavemente sobre os de Sana, em um selinho demorado.
A menor se afastou e Minatozaki sentiu seu corpo inteiro tremer; ela ainda era capaz de sentir a chama que se acendeu em seu interior graças ao calor dos lábios macios de Jihyo.
— Menina, o que foi isso? — A pergunta de Nayeontrouxe Sana de volta.
— Eu não sei. — Sana disse levemente desnorteada, se virando e olhando para Nayeon com a expressão paralisada.
— Como não sabe? — Nayeon perguntou confusa.
— Meio que desde ontem nós... Estamos juntas. — Sana falou, olhando para a figura de Jihyo, que se afastava enquanto olhares se abaixavam para não cruzar com o dela.
— Ela escolheu você? — Nayeon perguntou retoricamente. — Uau, parabéns. Você é a primeira garota que ela arruma aqui dentro. Ela sempre renegou todas e eu só não achava que ela fosse heterossexual por causa do meu gaydar.
— Salada? — A mulher na frente delas perguntou e Sana assentiu.
— Espere! Você é tipo minha patroa agora? Porque se é a mulher da Park e tudo o que a Park pede todas fazem, farão isso para você também. — Nayeon deduziu. — Oh céus, eu devo te chamar de senhorita?
— Você deveria calar a boca desse assunto e irmos comer. — Sana disse rindo, mas viu Nayeon assentir freneticamente antes de fazer o que ela pediu.
Apesar da conversa que engatou com Nayeon após isso, a única coisa que sua mente conseguia pensar era: O que Jihyo queria com ela mais tarde?
...
Seguinte leitores, eu estava sempre
fazendo att dupla mas como estão lendo
fora de ordem, não farei mais, agora atualizarei
um sexta e outro sábado, ou um de tarde e outro de noite, qual preferem?
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Presa por acaso - sahyo
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...