17╿You came. You call.

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ᴘᴀʀᴋ ᴊɪᴍɪɴ
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𝕬lguns dias se passaram desde que todos se foram.

Agora, eu estava na segurança de uma casa escondida no interior, o alívio inicial que eu tive ao sair da prisão acabou dando lugar a algo mais sombrio. Mesmo com eles afirmando que em breve entrariam em contato, ainda assim, a palavra "sozinho" ecoava na minha mente como um grito na beira de um abismo.

Mesmo com os pais de Jin estando em casa, ainda assim, era diferente. O silêncio que veio com a ausência deles ao irem para a missão, faziam com que eu me recordasse vividamente de cada instante dentro daquela prisão.

Eu pensava sobre isso enquanto abraçava minhas pernas, olhando pelo vidro da janela, sentado na cama.

Havia uma pequena fonte de luz em meu quarto, e ela vinha do sol, porém, conforme ele ia se pondo, meu terror também ia se aproximando: a noite.

Quando o sol se aproximava do horizonte, quando a lua tomava o maior espaço do céu. Quando sobrava só eu, só eu comigo mesmo... era terrível.

Novamente, dia após dia, noite após noite, eu novamente me sentia da forma que acreditei que jamais me sentiria de novo; me sentia solitário.

Com o passar do tempo, eu entendia que não importava o quanto eu enrolasse, o quanto eu demorasse. O que estava na minha mente me esperava pacientemente.

As paredes do quarto pareciam se aproximar cada vez mais de mim, até que se tornaram as mesmas da cela que me aprisionava antes. Com isso, um pânico ligeiro correu pela minha espinha. As memórias da prisão estavam voltando em sua pior versão: o isolamento, o silêncio mortal, a sensação de que eu nunca mais veria outro rosto humano.

Apenas cogitar isso fazia com que minha respiração se acelerasse. Meu peito se apertava, como se o ar do quarto estivesse sendo sugado por tudo, menos pelos meus pulmões.

O eco da voz que gritava na minha mente confirmava que mais uma vez eu estava sozinho.

Minhas mãos se tornaram trêmulas ao mesmo tempo em que eu me esforçava para controlar minha respiração.

A angústia crescia, cada vez mais forte, e eu sabia que precisava fazer algo, qualquer coisa, para não sucumbir ao desespero. Mas eu não conseguia.

Não conseguia fazer nada além de me render a ela.

Naquele instante, enquanto eu era tomado vagarosamente pelos meus pensamentos, eu quis que alguém me fizesse ser capaz de pensar em outra coisa.

Eu fechei meus olhos fortemente, tentando me livrar daquilo, e então, olhei para a janela.

Naquele momento eu decidi algo.

Eu decidi dormir com a janela aberta.

Esperando que você viesse.

Que você viesse e me tirasse da correnteza que parecia me levar vagarosamente e cruelmente para o fundo.

Esperando que você trouxesse seu mar de caos, esperando que ele me fizesse emergir do meu.

Naquele noite eu tive pesadelos que eu não teria normalmente.

E o pior foi acordar durante a noite e ver que um deles estava concreto; você não foi até mim. Você não veio. E era terrível, pois eu estava esperando tanto quanto esperei qualquer dia na prisão.

Eu senti meu peito arder, uma ardência que não se mantinha parada. Ela percorria toda a minha garganta, formando um grosso e rude nó nela.

Mas ele logo foi desfeito quando senti as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto.

ARGUS╿Jikook - [2ª temporada]Onde histórias criam vida. Descubra agora