ARGUS╿Jikook - [2ª temporada]

22╿Você amava tudo. Menos ela.

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ᴊᴇᴏɴ ᴊᴜɴɢᴋᴏᴏᴋ
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𝕰le parecia acabado. Seus hematomas roxos espalhados pelo corpo conseguiam se sobrepor às cicatrizes que ele adquiriu na base ultra secreta do governo.

Cada vez que meu olhar se prendia às suas marcas, mais raiva de Seokjin e Namjoon eu sentia. Era fácil para eles distribuir ordens quando não eram eles que as acatavam.

Eu não havia fodido com a vida deles até agora em respeito a Jimin. Em respeito a admiração cega que ele tem com eles.

Ele estava do meu lado, seu ombro tocava o meu enquanto ele prendia seu olhar na janela. Como se estivesse procurando algo. Desde que o 02 se manifestou, Jimin não conseguiu dormir mais.

Vez ou outra conversas banais surgiam, mas não eram mantidas por muito tempo, porque o clima ainda não era um dos melhores.

Conforme a noite chegava, o silêncio se tornava ainda maior, porém, ninguém conseguia dormir. E quando faltou poucos quilômetros para sairmos da zona urbana, Jimin finalmente se pronunciou.

─ Eu gostaria de ficar aqui. ─ ele pediu. Estávamos próximos a um cemitério. ─ Irei para o hotel ainda hoje.

Virei para ele ao pararem o carro. O silêncio da presidência da ARGUS corroía meu corpo. Eles sequer cogitaram o impedir, mesmo ele parecendo piorar com a noite chegando.

─ Nós ainda somos fugitivos diante dos olhos da mídia e seu estado ainda não é um dos melhores. Eu irei com você. ─ afirmei, abrindo a porta do carro.

Jimin não retrucou pela primeira vez. Nós descemos do carro e vimos ele se afastar aos poucos.

Caminhamos em um silêncio confortável, e então, paramos diante da entrada do cemitério. Pude vê-lo respirar fundo e me olhar.

─ Pode ficar aqui. ─ ele pediu.

─ Eu disse que te acompanharia. Isso inclui entrar com você.

Ele voltou a olhar para a entrada do cemitério.

─ Não sei se ela gostaria da sua presença. ─ Jimin cruzou os braços.

─ É a mesma que você citou no carro meses atrás? ─ indaguei e ele assentiu. ─ Tudo bem, aposto que eu não gostaria da presença dela também.

Ele riu baixinho e negou com a cabeça, caminhando para dentro. Nós andamos até estarmos de frente a uma lápide comum, mas era a mais limpa dentre todas ali.

A foto de uma mulher de cabelos longos e claros era moldada pela lápide.

Jimin se agachou, mas quase tombou no chão pela fraqueza do seu corpo. Então fiquei atrás dele, o fazendo apoiar suas costas em minhas pernas.

Eu o via de cima. Ele olhava para a estrutura sem sequer piscar, era como se apenas estivesse observando. Eu não entendia o significado disso para as pessoas.

─ O que há de tão importante em visitar os mortos? ─ questionei, realmente curioso.

─ De certa forma, me sinto próximo dos sentimentos que tinha na época. ─ ele passou a mão pela pedra fria que portava o caixão dela.

─ Você a amava? ─ um nó em minha garganta se formou ao fazer essa pergunta para ele. Que ridículo.

Ele olhou para cima. Seus olhos dourados estavam opacos. Sem brilho algum: ─ Eu amava o amor que ela tinha por mim.

─ Então Park Jimin também sabe ser egoísta.

Ele sorriu e voltou a olhar para a lápide.

─ É. Eu também amava a forma como ela me permitia ser tão egoísta.