RAFAELLA
Entrei em meu quarto, depositando minha bolsa na cama e fui para o banheiro. Enquanto tomava banho, minha mente dava voltas em torno das últimas horas. Eu realmente não havia me arrependido do que eu fiz, eu quis fazer! Eu só não sabia como encarar isso daqui pra frente, pois a pior das hipóteses aconteceu: Eu gostei.
Não vou dizer que senti culpa, remorso ou algo do tipo em relação ao meu noivado. Pelo contrário, meu sentimento em relação a isso estava neutro. E isso muito me preocupava. Eu amo meu noivo, mas a nossa relação está abalada, e a consequência disso é o nosso afastamento. Estamos tentando de todas as formas, mas parece que quando as coisas começam a se encaixar, tudo desmorona outra vez.
Durante essa semana quase não nos vimos, pois assim como eu, ele também tem adiantado seus trabalhos e gravações para se ver livre na lua de mel. Hoje foi o único dia dessa semana que achamos para ficarmos um pouco sozinhos. No entanto, eu não estava no clima, nem com aquela empolgação e tesão de sempre. Na verdade eu estou esgotada de tantas brigas e isso faz com que meus desejos evaporem. Não estou feliz com isso, mas entendo que dessa forma não pode ficar. Por isso andei pensando bastante sobre o meu relacionamento.
Terminei o banho ainda com a cabeça a mil e vesti meu baby doll. Por algum motivo peguei meu telefone celular na intenção de ver se havia alguma mensagem de Bilu, já que eu tinha passado meu contato pra ela. Não tinha nada. Estava tarde, então pus o aparelho no carregador e me entreguei ao sono.
****
O domingo amanheceu agitado aqui em casa. Era aniversário da minha avó e ela ofereceu um almoço para as amigas do bingo e nossa família. Seus outros filhos, irmãos da minha mãe, chegavam aos poucos e meus primos também. O almoço foi servido ao meio dia em ponto, todos sentaram à mesa externa no jardim da piscina e começamos a comer.
Quando terminamos, todos se espalharam novamente. Alguns na piscina, outros na sala de jogos, sauna... e eu estava na poltrona da varanda com alguns primos e Allan. Conversávamos amenidades.
A tarde foi divertida, quando o sol deu uma trégua, formamos os times e seguimos para o campo de futebol. O jogo durou um tempo, até todos enjoarem e irem pra piscina outra vez.
- Amor, vamos subir?- Allan chamou minha atenção quando entramos na cozinha gourmet.
- Por que quer subir, se todos ainda estão aqui?- Me servi de um copo com suco.
- Eu trouxe algumas coisas pra dar uma estudada. Só que o dia tá acabando e eu nem sequer passei os olhos nas apostilas.-
Larguei o copo na pia e o encarei.
- Você sabia que hoje seria o aniversário da minha avó.-
- Sim, e já ficamos aqui praticamente o dia todo.-
- Eu não vou subir agora, é feio isso.- Falei e vi Manu entrando na cozinha.
- Rafa...- Allan chamou minha atenção quando me distraí. - O aniversário é da sua avó e não seu. Não vai ser feio pra você, se deixar eles aqui.-
- Allan, por favor! Se quiser subir, pode ir. Depois eu vou. Até porque você vai estudar e eu não vou ficar assistindo.-
- Mas...-
- Manu, pode vir aqui?- Ignorei o início do seu argumento e segui em direção a sala.
Minha prima veio atrás.
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A encomenda
FanfictionGizelly Bicalho chegou ao Rio de Janeiro com o objetivo de matar a filha do empresário Sebastião Ferreira (a digital influencer Rafa Kalimann), mas depois de um mal-entendido ela acreditou que essa pessoa seria Marcella Ribeiro. Só que a verdade sem...