GIZELLY
Cheguei no apartamento, na noite passada, e logo fui atrás de Marcela. Ela não voltou para a festa, e quando a encontrei em seu quarto, ela contou que precisou ficar com Madalena. Segundo ela, a mais velha teve uma queda de pressão quando soube que um ente querido veio a óbito. Preocupada, a chamei para levá-la ao pronto socorro, mas a enfermeira já havia feito o atendimento. Contudo, a cozinheira havia sido medicada e cuidada. Ficou tudo bem e ela foi se deitar. No fim, compreendi Marcela não ter voltado para a festa. Foi necessário fazer companhia à mais velha.
Pela manhã, Marcela fez o café e nos chamou para a mesa. Madalena ainda estava um pouco abalada com a situação familiar e nos contou com detalhes, o que havia acontecido. Nos compadecemos e prometemos ajuda-la nas tarefas da casa.
Na hora do almoço, cheguei na cozinha e a encontrei na dispensa.
- Ei, o que a senhora está fazendo?- Chamei sua atenção e ela se virou no susto.
- Estou procurando o pacote de macarrão que eu comprei. Vou fazer uma massa pra gente almoçar.-
- Nada disso, eu faço o almoço hoje. A senhora só vai descansar.-
- Mas você ainda está com o ombro...-
- Meu ombro está ótimo. E eu não vou fazer tantos movimentos e pegar peso. Fique tranquila! Mas agora vá se deitar ou sentar no sofá pra assistir alguma coisa... É massa que a senhora quer? Eu vou fazer!-
Ela suspirou derrotada e assentiu.
- Qualquer coisa me chama.-
- Pode deixar!-
Ela se foi e eu passei um tempo preparando tudo. Fiz a massa à bolonhesa e ralei um pouco de queijo em um potinho. Depois de pronto, Marcela chegou na cozinha e me ajudou levando as coisas até a mesa.
Almoçamos novamente na mesma paz em que fizemos o desjejum pela manhã, e as duas rasgaram elogios para a minha culinária. Mas nada se comparava com as receitas de Madá.
Quando terminamos, Marcela se prontificou em arrumar a cozinha; uma vez que eu não conseguiria. Então entrei para o meu quarto em busca de um banho, a massagem e os medicamentos.
Mais uma vez o tempo passou e eu me ofereci para ir à padaria, quando o relógio marcou o horário do lanche. Marcela se ofereceu para ir junto, mas eu preferi ir sozinha. Era domingo, as ruas estavam movimentadas e eu precisava espairecer. Demorei tempo suficiente até que estive de volta com as coisas compradas, e não foram tantas; visto que eu só podia usar um dos braços.
Quando cheguei na portaria do prédio, o porteiro me entregou algumas correspondências. Segurei com a mão livre e subi. Assim que abri a porta, vi as duas mulheres sentadas na mesa, assistindo algum programa de fofocas na tv da cozinha.
Franzi o cenho, fechando a porta.
- Por que não estão no sofá?- Perguntei e elas me encararam.
- Nossa tv é essa aqui? Não podemos usar as coisas dos patrões.- Marcela quem respondeu e eu me aproximei.
- E qual é a diferença? O ambiente só está sendo dividido por conta de um sofá.-
Elas riram e Madalena respondeu:
- Você nunca teve um patrão ou uma patroa, filha. Nem sequer trabalhou em casas ou apartamentos, tem muito o que aprender.-
- Mas já tive funcionários na fazenda e sempre tratei todos iguais... Aqui, eu trouxe o que pediram.- Pus as duas sacolas na mesa.
Logo olhei as correspondências, enquanto elas retiravam tudo de lá.. Conta do condomínio, luz, água e...
- Ué, que isso?- Pensei alto ao ler o nome.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A encomenda
FanfictionGizelly Bicalho chegou ao Rio de Janeiro com o objetivo de matar a filha do empresário Sebastião Ferreira (a digital influencer Rafa Kalimann), mas depois de um mal-entendido ela acreditou que essa pessoa seria Marcella Ribeiro. Só que a verdade sem...