Capítulo 16

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RAFAELLA

Na quinta-feira pela manhã, acordei um pouco mais animada. Abri meu aplicativo de mensagens e finalmente consegui responder algumas pessoas importantes, que se preocuparam comigo durante toda a semana.

Na hora do almoço eu desci pra comer na mesa, já que era o último dia do meu irmão e sua família aqui em casa. Dessa vez pra valer. Eles se despediram e nossos pais os levaram ao aeroporto. A casa ficou vazia e silenciosa novamente, e eu já havia me acostumado com as almofadas espalhadas, brinquedos pelos cantos e a falação de todo mundo. Principalmente as briguinhas entre irmãos dos meus sobrinhos. Era sempre assim.

Durante a tarde, Manu veio e arrumamos as minhas malas. Foram duas grandes e uma pequena com somente três sapatos e dois pares de tênis. Quando terminamos, começamos a organizar o meu closet. Enquanto isso, conversávamos sobre o que aconteceu durante toda a semana que eu estive off, e agora eu contava o que havia acontecido na noite passada.

- Esse homem é desprezível.- Minha prima esbravejou, assim que terminei. - Ele conseguiu piorar as coisas pro lado dele. E vamos tirar fotos desse braço, isso vai ser usado contra ele no processo.- Ela disse, já pegando o aparelho telefônico.

Meu braço não havia ficado com uma marca de agressão exorbitante. Mas estava um pouco rosado, chegando num tom roxo bem claro, com as marcas dos dedos. Larguei os cabides com os vestidos que eu organizava e ela fotografou. Logo vi quando enviou pra Marcella.

- Pronto! A Lella vai encaminhar para a advogada. Agora continue me contando... Quer dizer que a prima da Ivy te defendeu?!-

Voltei minha atenção no que eu fazia.

- Agora pensando melhor, eu me orgulho e até achei bonitinho ela enfrentando ele por mim. Mas na hora eu fiquei muito assustada, meus nervos ficaram abalados.-

- Por que? Foi tão feio assim?-

Parei por um instante e a encarei diminuindo o tom de voz:

- Ela apontou uma arma pra ele.- Manu pôs a mão na boca, com os olhos arregalados. - Chegou a encostar na cabeça.-

- Por que ela tem uma arma?- Sua pergunta no mesmo tom, soou em desespero.

- Ela disse que é normal andar assim, onde mora. Mas pediu pra eu não me preocupar, pois ela tem licença pra usa-la.-

- Meninas!- Minha mãe entrou no closet, assustando nós duas. - Desculpe, eu só vim trazer um lanchinho.-

Encarei Manu com os olhos espantados e voltei a encarar Genilda.

- Obrigada, mãe! Estava mesmo começando a ter fome.-

- Então dêem uma pausa e vão comer.-

Assentimos, deixando os cabides de lado, indo até a cama onde a bandeja estava.

Comemos enquanto conversávamos sobre a viagem. Minha mãe permaneceu no quarto durante esse intervalo e quis saber minimamente sobre as minhas mini férias. Contei onde iria, quanto tempo ficaria, mas não disse com quem eu iria. Para todos, eu viajaria sozinha.

Quando terminamos, ela se foi, levando a bandeja junto. Manu e eu voltamos a organizar o closet e só paramos quase a noite, quando tudo estava pronto.

Ela se despediu e foi embora.

Com tudo pronto para Bilu e eu pegarmos o voo pela madrugada, tomei banho e desci. Decidi sentar nas cadeiras perto da piscina e tomar um suco, enquanto esperava o jantar. Estava com meu telefone celular nas mãos, então entrei em minhas redes sociais, mas ainda me mantendo fora de foco. Fiscalizei tudo e vi todas as coisas em ordem. Nem Manu e nem minha equipe de criação de conteúdo mexeram nas minhas páginas desde o fim de semana. Pedi para Marcella deixar tudo como está, até eu mesma me pronunciar. Ela respeitou o meu pedido e até a própria advogada achou correto. Apenas uma nota foi lançada no perfil da empresa que me acessoria.

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