Capítulo 20

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GIZELLY

Depois que eu bloqueei o contato dos meus irmãos e do meu pai, consegui respirar um pouco. Com toda a certeza tanto Petrix quanto Bianca e meu pai já haviam me ligado, talvez até Felipe também. Mas eu decidi que viveria a viagem da forma que eu tinha que viver. Queria proporcionar esse descanso, prazer e alegria para Rafaella. Talvez fosse suas últimas férias.

No saguão do hotel, conversei com a advogada e ela me orientou no que fazer no processo contra o ex noivo da influencer. Por mim eu resolveria de outra forma, mas como já estou com problemas demais, preferi ceder. Doutora Deolane entraria com outra ação em meu nome, contra Allan. A primeira audiência já havia sido marcada, e Rafaella já o enfrentaria.

Quando voltei para o quarto, a vi deitada na cama, com a atenção no telefone celular. Ela me mostrou o vídeo que gravou e eu vi a repercussão rápida. Faziam alguns minutos que ela havia soltado, e o pronunciamento já estava em todas as páginas de veículos de comunicação.

Ela resolveu deixar o assunto de lado um pouco e se ergueu. Íamos almoçar fora do restaurante, e finalmente usaríamos o carro que alugamos. Só havíamos usado uma única vez, vindo do aeroporto.

O restaurante é à beira-mar, pés na areia. O ambiente é muito calmo e relaxante. Sentamos numa mesa vaga e fizemos os nossos pedidos.

- Pensei em jantarmos fora também, mais tarde.- Falei quando o garçom se afastou com os pedidos.

- Podemos! Onde você quer me levar? Já tá familiarizada assim?-

Soltei uma risada com a pergunta descontraída.

- Para o seu governo, eu tenho celular com internet, Google maps e tradutor... Não sou caipira, já falei.-

Ela abriu a boca, fingindo surpresa:

- Tem internet na roça?-

A encarei com uma falsa indignação e ela gargalhou.

- Eu vi que tem um restaurante em uma das ilhas. É bem bonito, porque é no alto. Pelas fotos, a vista é impressionante.-

- Então vamos nesse! Eu pensei em leva-la em outro lugar, mas podemos ir outro dia.-

- Se quiser, deixamos pra visitar esse restaurante depois.-

- Nós vamos, não tem problema. Me interessei nesse.-

Entre conversas e risadas, nossos pratos chegaram. Consumimos tudo tranquilamente, ainda conversando, até que terminamos e pedimos brownie com sorvete. Quando a sobremesa acabou, fechamos a conta e seguimos pelas ruas, conhecendo aquela parte a qual era desconhecida para nós.

Caminhávamos de mãos dadas, pois Rafaella não deixava nossas mãos soltas hora alguma. Andamos envolta do bairro e ela foi comprando várias lembrancinhas. Cada coisa, oferecia para alguém. Tudo minúsculas, que caberiam nas malas sem sermos barradas por excesso na bagagem.

O tempo passou e resolvemos sentar na orla, em um dos quiosques. Uma garota trouxe o cardápio e Rafaella pediu duas bebidas. A garota anotou e se foi.

- Esse é o da casa. Vamos ver se é bom.- Ela disse e então continuamos a nossa conversa.

Não demorou muito e a garota voltou. Era uma bebida amarela, e muito gostosa.

- É bom mesmo!- Falei bebericando a taça e ela concordou.

- Me surpreendeu.-

E mais alguns minutos se passaram com aquele clima de paz. Era tudo que eu buscava.

Em um dado momento, entre as risadas contagiante de Rafaella, e o semblante leve, lindo, peguei meu telefone celular. Em todo tempo eu registrava tudo. O que fazíamos, o seu sorriso, seus passos... E começava a ter medo dos meus sentimentos por ela. Estavam cada dia mais fortes.

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