Capítulo 43

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GIZELLY

2/3 FIM

Na manhã seguinte, depois do café, Rafaella se despediu. Seu humor já estava melhor, ontem a noite (apesar de sua calmaria) dormimos chateadas. Eu, com as ações do seu ex noivo. E ela, por minha reação impulsiva. Enquanto fazíamos o nosso desjejum, conversamos sobre a possibilidade de procurarmos um especialista. Ela me incentivava a fazer algum tipo de tratamento para controlar minhas emoções, e eu aceitei. Faremos isso dentro dos próximos dias.

Peguei o revólver e pus dentro da minha mochila. Havia marcado com Hadson para devolve-lo. Busquei por um carro de aplicativo e quando o motorista chegou, demos partida.

Hadson já me esperava na porta do albergue. O carro parou, e depois de eu acertar a corrida, fui em direção ao mesmo.

- E aí, mãozinha nervosa?-

Nos cumprimentamos com um aperto de mão.

- Vim devolver seu pacote.-

- Já falei que pode ficar com você.-

- Vamos entrar?-

Ele assentiu e seguimos para dentro do prédio. Logo subimos as escadas, até chegarmos na porta do quarto. O cômodo não estava tão arrumado como eu acostumada deixar, quando dividíamos o espaço.

- Passou um furacão por aqui?- Perguntei e ele riu.

- Essa noite eu fiz uma festinha. Consegui um malote bom, e o pessoal veio buscar. Ainda tem um pouco, você quer? Cortesia.-

- Não, só vim entregar isso mesmo.-

Abri a mochila e retirei o revólver de dentro. Logo o estendi e ele pegou.

- Pelo menos resolveu as paradas?-

- Resolvi.-

- E o otário lá?-

- Esse tá difícil, mas vou deixar por conta da justiça.-

- Justiça?- Ele riu alto. - Você tá muito estranha... Em outros tempos, já teria dado uma imprensa nele.-

- Mas eu dei, não lembra? Demos juntos.-

- E parece que ele tá sentindo saudades de uns carinhos outra vez.-

- Esquece isso, cara. Ontem a Rafa e eu brigamos feio, e resolvemos esquecer essa história toda. A essa hora ela já deve estar com o pai dela, e eles vão até a vara de justiça.-

- Bom, se você quiser...-

- Eu não quero é nada, tá legal? Agradeço a sua oferta. Agora eu preciso ir.-

- Aquele atorzinho de araque tá precisando sossegar no lugar dele.- Ele resmungou e eu o encarei. - Nunca gostei dele, e todos reclamam do jeito marrento dele. Ele trata os fãs com o nariz em pé.-

- Bom, eu vou indo. Obrigada pelo ferro, e eu também tenho aqui uma coisinha...- Peguei minha carteira do bolsa da calça, e abri, retirando algumas notas.
- Trouxe pra retribuir o favor.-

Ele sorriu animado e pegou o valor oferecido.

- Dinheiro é sempre muito bem vindo!-

- Agora eu vou indo. Até mais!-

Deixei o quarto e enquanto descia as escadas, chamei por um carro.

....

Passei a tarde no apartamento da minha tia, na companhia de Bianca, sua namorada e Felipe. Também estava presente o pai de Mari, advogado. Ele estava acompanhando as investigações sobre o paradeiro do nosso pai, juntamente com a polícia de Vitória. Aparentemente, vizinhos viram nosso pai pelas redondezas da fazenda. E agora as autoridades desconfiam que ele ainda esteja entocado por lá.

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