Capítulo 39

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Galerinha, passando pra avisar que já já vamos entrar na contagem regressiva para o fim.

Boa leitura! 😎

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GIZELLY

Franzi o cenho quando me inclinei no parapeito da sacada e olhei a rua lá embaixo. Perdi as contas de quantas vezes vi o mesmo carro parado do outro lado da calçada, e um homem sentado no boteco. Hora ele estava sentado em uma das mesas, e eu o flagrava olhando nessa direção. Hora dentro do carro.

Havia se passado duas semanas desde que Rafaella veio ficar aqui. E desde quando eu comentei sobre essa desconfiança minha, ela achou melhor não vir mais. Não me disse com todas as letras, talvez por achar que eu desceria e tiraria essa história à limpo. Mas deixou subentendido que ela estava tão desconfiada quanto eu.

Eu havia terminado minha última sessão de fisioterapia, quando resolvi olhar a rua. E mais uma vez vi o tal carro parado ali. Busquei meu telefone celular em uma das cadeiras externas e disquei o número. Eu precisava resolver esse problema, antes que criasse raízes.

Ligação on: Hadson

H: Quem é vivo sempre aparece...

Ele disse assim que atendeu, e eu soltei uma risada.

G: Como vai?

H: Bem... Muito bem! Você voltou para a sua terra e nem avisou.

G: Eu disse que voltaria há qualquer momento. Mas já estou no Rio outra vez, e preciso de um favor.

H: Aqueles favores... Manda ver, estou pronto.

Soltei outra risada.

G: Tenho um problema pra resolver, mas dessa vez eu vou sozinha. Só preciso que me arrume um ferro.

H: Tá na mão! Qual tipo você quer?

G: Qualquer um, desde que não seja algo chamativo. E que caiba na minha cintura.

Ele riu do outro lado.

H: Pode deixar! Sua ferramenta já está separada.

G: Eu vou devolver... Pensando bem, eu tenho algumas pólvoras aqui. Se conseguir um calibre38 é mais fácil.

H: Não tenho, mas posso conseguir. Pra quando você precisa?

G: Amanhã.

H: Amanhã!

G: Eu busco na pensão? Ou você já mudou?

H: Ainda estou aqui. Venha na parte da tarde, porque pela manhã eu vou atrás do seu brinquedinho com a numeração raspada.

G: Ok, vou desligar. Qualquer coisa, me liga.

H: Até mais!

Ligação off.

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No dia seguinte, fui ao encontro de Hadson na pensão onde outrora morei por alguns dias. Conversamos em nosso antigo quarto, mas nada relacionado ao que eu iria fazer, ou o que aconteceu entre minha família e eu. Foi alguns minutos de uma conversa aleatória, até que ele me entregou o revólver e eu escondi no cós da minha calça. Pus a jaqueta por cima e me despedi.

Alguns minutos já dentro do carro de aplicativo, pedi para que o motorista me deixasse na esquina. Pedi quando vi o carro estranho parado novamente em frente ao prédio. Acertei a corrida e desci do veículo.

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