Capítulo 36

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RAFAELLA

Os dias se passaram e logo o fim de semana chegou. Depois da minha conversa com Gizelly, não nos vimos mais. Porém voltamos a nos falar através de mensagens e telefonemas. Agora, bem mais constante do que antes. Contudo, ainda não havíamos conversado sobre tudo que aconteceu, e isso faríamos dentro desses três dias. Entre hoje (sexta-feira) e domingo, pois combinamos de eu passar o fim de semana no apartamento. No entanto, a enfermeira e a cozinheira não sabiam nada sobre nós, e nem saberiam. Mas estavam cientes de que a patroa estaria lá, com elas.

Segundo Gizelly elas estavam nervosas, e isso me fez rir junto com ela. Pois ela também fingia estar.

Em contrapartida, Caon também passaria esses dias lá. Mas esse já sabia de tudo; uma vez que saímos para almoçar e conversamos. Entretanto, concordou em manter o silêncio.

Depois do almoço eu tomei banho e me arrumei. Durante toda a manhã, a diarista foi até o apartamento e deu uma limpeza no meu quarto. Gizelly avisou que ela havia terminado, quando eu estava na mesa almoçando. Agora estou eu aqui, esperando Caon no portão de casa, com os seguranças de olho em tudo.

O carro parou cinco minutos depois e eu entrei, cumprimentando o cantor.

Quando chegamos no prédio, me identifiquei na portaria e liberaram o acesso de Caon na garagem. Nos encontramos no elevador e subimos juntos. O corredor que tinha apenas uma porta, estava silencioso. Parecia que não havia ninguém em casa, mas quando abri a porta, vi as três mulheres na mesa, assistindo tv na parede da cozinha.

- Olá, boa tarde!- As cumprimentei e Caon também.

Todas elas responderam, inclusive Gizelly. Então nos aproximamos, e Caon deixou sua mochila no sofá.

- Dona Rafa, fiz um bolinho de cenoura e já já sai do forno.- Madalena avisou.

- Por favor, me chame só de Rafa...- Pedi e ela sorriu em concordância. - Vocês estão bem? Precisam de alguma coisa aqui?-

- Tá tudo sob controle.- Marcela quem respondeu.

- E você? Tá tudo bem com a recuperação?- Perguntei de forma branda para Gizelly.

- Sim, senhora.-

- Muito bem! Eu vou até meu quarto e já volto pra comer esse bolo de cenoura.-

Elas assentiram e eu chamei Caon, antes de sumir corredor a dentro.

Assim que entrei em minha suíte, senti o cheirinho maravilhoso de limpeza. Mostrei onde Caon poderia colocar a mochila e apresentei o quarto para ele. Dormiríamos no mesmo cômodo, para não levantar suspeitas. Porém, não na mesma cama. Na mochila do cantor, havia um colchonete de acampamento.

Demorei um tempinho para voltar, pois assim que bati os olhos nas roupas de Allan, fiz questão de recolher tudo e pôr dentro de uma mala. E não só as roupas, mas alguns pertences também. Empurrei a mala para o canto do closet e deixei ali. Pediria para alguém de sua família vir buscar. E quando voltei para o quarto, Caon estava na cama de bruços, com os pés para fora, mexendo em seu telefone celular.

- Rafa, será que consigo sair mais tarde?- Ele perguntou, quando percebeu a minha presença.

- Depende de onde você vai, e que horas vai. Não tem só nós três aqui dentro.-

- Vou esperar a cozinheira e a enfermeira entrar para os quartos, depois do jantar. Mas é só uma saída rápida, eu volto logo.-

- Eu vou estar no quarto ao lado. Se você deixar com que elas pensem que estamos juntos aqui dentro, pode ir.-

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