Capítulo 24

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GIZELLY

Faz meia hora que Rafaella avisou que estava a caminho. Foi apenas uma mensagem curta e objetiva. Havíamos marcado para sair e dormir juntas, então vim para o portão da república e estou aqui.

Acendi um cigarro enquanto pensava em tudo que havia acontecido durante as últimas vinte e quatro horas, depois da decisão da minha tia.

"Procurei na internet por um albergue, enquanto estava parada na portaria do prédio. Fazia dez minutos que Petrix se foi, e eu torcia para que ele tenha ido embora para o Espírito Santo. Depois de um tempo procurando e sem sucesso, pedi ajuda ao porteiro. Ele me indicou a pensão de uma parente, na zona Norte.

Ficava um pouco longe, mas pedi um carro de aplicativo e coloquei o endereço.

Durante o caminho, meu pai me ligou. Fiquei encarando a tela do aparelho por alguns segundos antes de atender. Eu sabia do que se tratava, Bianca já havia me informado que o mandante ligou para ele e dispensou o serviço.

Meu pai estava uma fera.

Ligação on: Pai

G: Alô!

Z: Você tem noção do que fez???

Sua voz era ríspida, fria e cortante.

- Jogou o nosso nome na lama!!! O mandante me ligou e disse coisas que nem o diabo mecere ouvir.

Suspirei fundo enquanto ouvia tudo.

- Não me apreça nesse Espírito Santo, ou você vai se encontrar com a sua mãe!!!

Engoli em seco.

- E se tiver vergonha na cara, ainda vai correr atrás do prejuízo. Aí eu vou pensar no que fazer com você.

Ligação off."

A buzina do carro tirou-me de meus devaneios. Era Rafaella. Joguei o cigarro no chão e apaguei com a ponta do pé. Logo segui até o automóvel. A influencer tinha descido e dado volta pelo mesmo, me entregando a chave.

- Você pode dirigir?-

- Aconteceu alguma coisa?-

- Depois a gente conversa, estou irritada agora.-

Assenti e entramos no veículo, seguindo para o nosso motel em silêncio. Na metade do caminho, passamos em um restaurante japonês e pedimos uma barca para viagem. E não demoramos tanto para chegar no nosso destino, pois o lugar era perto. Quando chegamos, pedi o mesmo quarto e estacionei o carro na garagem. Em seguida subimos para a suíte e quando chegamos na porta, abri e dei espaço para ela passar.

Enquanto eu passava a chave no trinco, ouvi seu suspiro. Quando me virei, ela depositava a bolsa sobre a mesa no canto.

- Se importa se eu tomar um banho rapidinho? Depois eu venho e a gente conversa.-

- Pode ir, não me importo.-

Ela sumiu do quarto e eu comecei a organizar tudo para comermos. Pus a barca sobre a mesa e fui atrás do frigobar. Havia latinhas de refrigerante, cervejas e champanhe. Escolhi duas garrafinhas de cerveja. Depois disso resolvi me despir, ficando apenas de camiseta e cueca. Essa que compramos na viagem junto de outras peças de roupa. Pouco tempo depois, Rafaella voltou, vestida no roupão e cabelos presos em um coque frouxo.

- A água está perfeita! Que vontade de passar horas embaixo dela.-

- Depois a gente enche a banheira, se você quiser.- Falei enquanto abria as tapinhas da garrafa e ela se sentou em minha frente.

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