Capítulo 30

338 49 53
                                    

Atenção galerinha! Passando pra avisar que chegamos na metade da história.

Divirtam-se e boa leitura! 😎

-------×-------

GIZELLY

Alguns dias se passaram desde que voltei do coma. Para ser mais exata, uma semana. Com isso, fazem três no total, que eu estou internada. Já não sentia tanto incômodo e as dores haviam cessado. No entanto, sentia apenas algumas pontadas quando forçava o lado esquerdo do ombro, ou quando fazia algum movimento brusco com o braço. Eu ainda usava a faixa de pano que me mantinha imobilizada, e só retirava para o banho e a troca do curativo.

Durante esses dias, a advogada entrava em contato comigo por telefone. Ela me atualizava sobre o meu processo na justiça, e não só aqui, mas também no Rio. Quando ela chegou aqui no hospital e se apresentou como minha defesa, eu estranhei e demorei um pouco para aceitar seus serviços. Mas depois ela explicou que viu meu caso pelos jornais e se interessou. Também me contou que faz parte de um grupo jurídico em São Paulo, e quando Bianca pesquisou sobre, descobriu ser um dos escritórios mais recomendados do Estado paulista. Escritório esse que raramente perde um caso. Entretanto, depois que a advogada se foi, pesquisei um pouco mais e descobri que a empresa é a mesma da advogada de Rafaella, que está cuidando do meu caso no Rio de Janeiro. Até pensei em voltar atrás da minha decisão em aceita-la, mas Bianca me convenceu de que seria uma boa. Pois assim, doutora Jaqueline teria mais facilidade por conta do outro processo.

Ela também nos atualizou sobre as buscas que a polícia Federal fazia para encontrar o nosso pai. O paradeiro dele ninguém sabe ainda, e sobre a fazenda, está com as porteiras fechadas por ordem da justiça. Voltaríamos apenas para buscar nossos pertences pessoais, pois até os bens materiais foram confiscados.

....

 Mais um final de semana chegou e com ele, a minha preocupação. Tudo que eu não tinha pensado antes, ou melhor, feito questão de pensar e me preocupar, veio à tona agora. No dia seguinte vou receber a minha alta e precisarei de um lugar para ficar. Há bastante lugares, como hotéis, albergues e afins... Porém, não tenho dinheiro para arcar com os custos. Bianca está morando com a namorada desde que precisou ter um lar fixo por conta do processo, e Felipe no Rio de Janeiro com nossa tia. Embora ela tenha me oferecido abrigo mais uma vez, eu não aceitei. Não queria dar trabalho, pois além de ter a presença de mais um indivíduo em sua casa, ainda teria que me ajudar nos cuidados da recuperação.  

Meus pensamentos estavam à milhão.

- Posso entrar?- A advogava apareceu na porta do quarto, tirando-me de meus devaneios.

- Entre, doutora.- Falei e ela se aproximou.

- Vim resolver alguns trâmites e acompanhar um pouco de perto o seu caso, já que essa semana eu não vim aqui. Então resolvi passar pra ver como você está.-

- Fisicamente eu estou bem. Quer dizer, estou indo... Mas psicologicamente eu tô um pouco perturbada.-

- Por que está assim? Se for sobre o processo, está tudo ocorrendo perfeitamente bem.-

- A doutora Thelma veio aqui mais cedo e disse que já estou pronta para ir pra casa, e que vou receber alta amanhã. Eu só não tenho casa pra ir.- Brinquei e ela riu.

- Bom, eu posso te ajudar.- Franzi o cenho. - Uma amiga tem um apartamento e ta precisando que alguém ocupe o imóvel pra não deixa-lo vazio, abandonado, sabe?! Ela até me ofereceu, mas não posso me mudar de São Paulo para o Rio, assim de repente... Seria uma boa se você aceitasse. Juntaria o útil ao agradável.-

A encomenda Onde histórias criam vida. Descubra agora