Capítulo 34

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GIZELLY

O restante da semana foi tranquila. Bem tranquila. Sem a tipóia, eu voltava aos poucos para a minha rotina. Principalmente em coisas que eu fazia com a ajuda de Marcela, agora faço sozinha. Como por exemplo, a massagem.

Começamos a fisioterapia logo depois que voltamos do Espírito Santo, na segunda-feira. E desde então, o progresso vem acontecendo gradativamente. Aos poucos estou conseguindo erguer o braço por completo.

Depois do meu último contato com Rafaella, por chamada de vídeo no avião, ela sumiu. Eu seguia mandando mensagem e respondendo aos seus stories, mas diferente de todas as outras vezes, ela não respondeu. No início achei que fosse por conta do trabalho, me custava acreditar que ela estava ignorando minhas tentativas de contato. Mas conforme os dias foram passando, e ela ainda mais ativa nas redes sociais, fui me convencendo de que ela realmente não queria conversa.

Eu só não sabia o porquê...

Até a noite de quinta-feira, a qual vi uma notícia sua em uma página de fofocas.

Até a noite de quinta-feira, a qual vi uma notícia sua em uma página de fofocas

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Eu não consegui ler a notícia toda, pois me senti um nada no mesmo momento. Todas as investidas e tentativas de reconquista caíram por terra. Eu me sentia uma palhaça de marca maior, e mais ainda quando pensava nas mensagens que eu mandei durante toda essa semana e ela não respondeu.

Passei o restante desse dia, a sexta-feira inteira e a manhã de sábado sem conseguir pensar em outra coisa. Rafaella agora, mais do que nunca, não saía da minha cabeça. No entanto, diferente de quando eu pensava nela e instantaneamente sentia alegria, agora sinto tristeza. Um sentimento novo para mim.

- Gi...- Marcela chegou na porta do quarto, quando terminei a massagem. - Madá pediu pra avisar que a lasanha está pronta.-

- Mais tarde eu como um pouco.-

- Não senhora, tem os antibióticos pra tomar depois do almoço. E você sabe que não pode tomar com o estômago vazio.- Suspirei e não disse nada. Nem a encarei. Apenas brincava distraidamente com o frasco do gel. - O que está acontecendo?-

Ela voltou a perguntar e se aproximou, se sentando ao meu lado na cama. Eu estava com a costa na cabeceira e uma das pernas esticadas sobre o colchão. A outra, no chão.

Finalmente devolvi o olhar.

- Só estou sem fome e entediada.-

- Eu jurava que os nossos passeios estavam funcionando. Você estava tão animada.-

Sorri sem ânimo.

- Eu só preciso voltar completamente pra minha rotina e ocupar a mente com alguma coisa.-

- Voltar a sua rotina? Nada disso. Não deixarei.-

Soltei uma bufada risonha, pois em um dos nossos passeios eu contei para ela e Madalena sobre o meu passado.

A encomenda Onde histórias criam vida. Descubra agora