De Cara com o Amor: Uma virgem (grávida) para o CEO

Capítulo 9 - Marcelo

Capítulo 9 - Marcelo

Após me certificar de que Thalia estava bem, desliguei o celular e tentei dormir. Um sorriso despontou no meu rosto ao me lembrar da loucura que foi conhecê-la.

Há anos eu não tinha um dia tão atípico e, ao mesmo tempo, engraçado. Ela era completamente fora da casinha, mas seu modo leve de levar a vida e não se deixar abater pelos problemas que surgiam a tornava única. Diferente. Sua história é uma completa loucura e digna de livro. Como alguém poderia ficar grávida sem ter transado? Só alguém muito azarado como a jovem que conheci hoje.

Saber que ela havia sido enganada me encheu de fúria. Thalia não merecia isso, e Diego pagaria por ser um canalha com ela. Buscaria um jeito de descobrir seus podres e o destruiria. Tenho poder suficiente para isso e faria. Mas, por outro lado, eu sentia orgulho de Thalia.

Ela não pensou duas vezes antes de assumir a responsabilidade de ser mãe solo, ainda mais após ter perdido o emprego. Desempregada, sem pais, ou alguém para lhe dar apoio e estender a mão, e grávida de um homem casado, eram problemas demais para alguém tão jovem lidar sozinha. E era isso que me deixava orgulhoso dela, mesmo sem saber quem ela era com mais profundidade.

Thalia merecia que alguém olhasse por ela, e eu seria essa pessoa.

Meus olhos pesaram e adormeci, com a jovem que conhecera hoje povoando a minha mente.

◆◆◆

Dias depois...

Já passava das 7h da manhã quando acordei. Dormi além da conta, então corri para tomar banho e comer algo antes de ir à empresa. Havia alguns documentos para assinar, contratos com engenheiros para analisar e as demissões para anexar e dar baixa. Havia se passado uma semana desde que as demissões aconteceram, e eu precisava dar seguimento e conferir se estava tudo certo com a papelada e os pagamentos dos honorários.

Após me levantar da cama, segui para o banheiro, escovei os dentes, tomei banho e saí. No quarto, me troquei e fui em direção à cozinha. Preparei ovos mexidos e, enquanto fazia minha vitamina de banana com whey protein e cacau em pó, as fatias de pão integral torravam na torradeira. Depois de tudo pronto, tomei café, escovei os dentes e saí do apartamento. Cerca de 30 minutos depois, eu estava na empresa.

— Bom dia, Raquel, como passou a noite? — perguntei ao sair do meu elevador privativo e dar de cara com minha secretária.

— Bom dia, senhor Marcelo, passei bem, obrigada por perguntar.

Assenti, sorrindo, e segui para a minha sala. Retirei o paletó e me sentei na cadeira atrás da mesa de mogno de cor marrom escuro.

— Aqui estão os papéis que precisa assinar. As demissões já estão todas prontas, só à espera da sua assinatura.

— Caterina não reclamou? — uma risada me escapou.

Caterina era minha prima, filha da irmã da minha mãe. Ela era psicóloga, mas, ao invés de ter seu próprio escritório, preferiu trabalhar na minha empresa. Ela era a chefe do RH.

— Sim, disse que o senhor era um chato, que não sabia como o suportava. — gargalhei e olhei para Raquel. — Não me demita, senhor, as palavras foram ditas por ela, só estou repassando.

— Sei que jamais me desrespeitaria, Raquel, assim como sei que Caterina fica insuportável quando se metem no seu trabalho. Eu poderia deixar que ela mesma desse baixa nas demissões sozinha, mas quero escrever uma carta de recomendação para os funcionários e deixar claro que as demissões se deram por conta da compra do hotel e não por eles irem contra o regulamento da empresa. São pessoas de bem que precisam de seus empregos para sobreviverem.