Capítulo 36 - Thalia

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Capítulo 36 - Thalia

Minutos antes

Estava prestes a sair da cabine do banheiro quando ouvi vozes abafadas. Curiosa, me aproximei da porta para ouvir melhor e escutei algumas funcionárias do hotel conversando. O que ouvi fez meu coração acelerar e minha respiração ficar irregular.

— Você viu como ela conseguiu aquele cargo de volta? Foi um golpe muito sujo. Mas não me surpreendeu saber que tinha dormindo com o dono do hotel já que Thalia nunca me enganou. Talvez esteja até grávida dele e o está chantageando. — A voz era recheada de deboche e malícia e mais risadas tomaram conta do local, me paralisando.

As palavras cruéis ecoaram na minha mente, deixando-me atordoada. Senti como se tivesse levado um soco no estômago. Aquelas fofocas maliciosas não apenas feriram minha reputação, mas também abalaram minha confiança e dignidade.

Determinada a esclarecer a situação, abri a porta e dei passos em direção às vozes, meu coração batia forte em meu peito. Ao chegar perto, reconheci a figura da minha ex-chefe, uma mulher austera e manipuladora que havia sido substituída por mim depois que tive meu emprego de volta. Sua saída se deu por uma promoção, ela fora transferida para a filial de Guarulhos e agora trabalhava como gerente geral do hotel de lá.

— O que está acontecendo aqui? — questionei, minha voz firme, mas carregada de emoção.

Gabriela Veiga virou-se para encarar-me, seus olhos cheios de desdém e malícia.

— Ah, Thalia, finalmente decidiu aparecer. Estava apenas comentando com nossas colegas sobre como você conseguiu seu emprego de volta, o meu emprego, na verdade. Parece que dormir com o dono do hotel realmente tem suas vantagens, não é mesmo?

A acusação foi como um golpe direto ao meu coração. Senti as palavras penetrarem profundamente em minha alma, deixando uma ferida aberta de indignação e humilhação.

— Isso é um absurdo! Eu não tenho nenhum relacionamento com o dono do hotel — protestei, minha voz tremendo de raiva contida. — Eu nem o conheço para começo de conversa.

A ex-chefe sorriu com um ar de superioridade, saboreando o desconforto que sentia.

— Oh, minha querida, não adianta negar. Todos aqui sabem a verdade. E agora que estou de volta, você pode dizer adeus ao seu precioso cargo. Você não passa de uma golpista oportunista e assim que todos souberem quem é de verdade, irá para o olho da rua e o Marcelo nunca mais olhará na sua cara. — Riu, vitoriosa.

Eu me negava a acreditar que isso era verdade. Dando-lhe as costas, saí a passos largos. Queria encontrar Vagner; ele sabia quem era o dono do hotel e poderia negar as acusações de Gabriela.

Ao chegar no corredor do terceiro andar, presenciei uma cena que cortou meu coração. Estava descobrindo que tudo o que construí nas últimas semanas era mentira, e o desespero estava me sufocando.

Marcelo estava tendo uma conversa acalorada com Vagner, Mateus, seu irmão, estava ao seu lado, e o que eles falavam só podia ser mentira. Tinha que ser. Marcelo não teria me enganado esse tempo todo. Ele não teria coragem de fazer isso comigo.

Não, não teria!

Talvez isso fosse um engano. Ele não sabia quem eu era, era muitos funcionários para saber que eu trabalhava no Vila Esmeralda e havia sido demitida meses atrás, mas também o modo como tive meu emprego de volta fora estranho demais, rápido demais e aconteceu justamente depois de conhecê-lo.

Eram muitas coincidências e a verdade estava diante de mim, eu só não queria enxergar.

Ele conhecia Vagner, entedia de fusão de hotéis, falava como se conhecesse o dono do hotel. Isso era porque ele era essa pessoa. Que idiota eu fui.

De Cara com o Amor: Uma virgem (grávida) para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora