Capítulo 26 - Marcelo
Peguei a bolsa da Thalia e coloquei no ombro. Um enfermeiro a ajudou a se sentar na cadeira de rodas e o agradeci. Mateus estava escorado na porta nos observando. A doutora Andreia já havia lhe dado alta, mas só fez isso depois de termos dado garantias que voltaríamos ainda essa semana para uma nova bateria de exames e termos assegurado que Thalia seguira a risco sua prescrição médica. Como era domingo, Vivan havia ido para a casa de Thalia para preparar tudo para sua chegada.
— Pronta para ir? — Thalia sorriu diante da pergunta do meu irmão. Eu havia começado a empurrar a cadeira e me aproximado dele
— Estava ansiosa por isso. Odeio hospital.
Eu a entendia. Também odiava hospitais. Sempre que íamos a eles era por causa de algo grave, fosse com a gente ou com alguém que amávamos.
Ela havia vivido momentos difíceis com a mãe doente e a última vez que viu i mãe com vida ela estava em uma cama de hospital. Eu amava meu irmão com a minha vida, mas não entendia como podia estar boa parte de sua vida dentro de um lugar onde a maior parte é tem tristeza e pesar.
— Muitos compartilham desse sentimento com você.
Saímos do quarto.
— Não sei como pode gostar tanto de estar dentro dessas paredes brancas. — comentei, empurrando a cadeira pelo corredor do hospital.
Mateus sorriu.
— Não sei viver de modo diferente. — sorri para ele, assentindo.
Chegamos na recepção.
Mateus olhou para uma de suas colegas médicas e piscou para ela. Ela revirou os olhos e seguiu caminhando para uma das muitas alas que havia no hospital São Germano.
— Não sei como Mariah pôde ter se casado com alguém como você. Cara, você flerta com todo mundo.
Mateus deu uma risada. Thalia estava trocando mensagens com Vivian.
— Ava é minha amiga, cara. Nós nos conhecemos desde a faculdade e nunca rolou nada entre nós. Ela sempre foi apaixonada pelo irmão da Mariah.
— Pelo Antony? Eles se conhecem? Não sabia disso.
— Sim, eles moravam na mesma rua. Você bem sabe que Mariah é carioca. — assinto. — A historia deles é complicada. Ava tinha câncer quando era nova e possuía poucos recursos, o que não possibilitava a ela ter a vida de regalias que Antony possuía. Sabe como os pais de Mariah eram. — fiz uma careta.
Os pais da minha cunhada são muito preconceituosos. Mariah sofreu muito nas mãos deles por ser gorda. Eles não aceitavam e a forçava a ser magra a todo custo. Alegavam que era vergonhoso ter uma filha assim. Era como se ser gordo fosse uma doença e não um tipo de corpo. Há pessoas que mesmo se esforçando ao máximo para ser magro, não conseguem pelo fato de sua composição corporal ser avantajada.
Ser ou não gorda vai além do querer.
Mateus seguiu me falando do lance deles.
— Eles proibiram Antony de ver Ava e os dois acabaram se afastando. Dias depois, ele foi mandado para a Espanha para ficar com os avós e perderam o contato em definitivo.
— Então era amor de infância?
— Sim, anos depois os pais de Mariah se mudaram para São Paulo, para o mesmo bairro que nós, ela terminou o colegial e entrou na faculdade.
— Onde vocês se conheceram.
— Isso. Meses depois de ela ter começado a faculdade, seus avós adoeceram e ela foi para a Espanha. Ficou lá, concluiu a faculdade e voltou anos depois. Nós nos reencontramos e o resto da história você conhece bem. Antony segue na Espanha.
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De Cara com o Amor: Uma virgem (grávida) para o CEO
RomansaOlá, me chamo Thalia Albuquerque Viana e estou aqui para compartilhar minha história, uma história tão inusitada que vocês provavelmente não irão acreditar. Imaginem: você é virgem e de repente descobre que está grávida. Sim, é isso mesmo, não lera...