Capítulo 7 - Thalia

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Capítulo 7 

Thalia

— Está melhor? — Marcelo olhou em meu rosto e assenti.

Ele limpou as últimas lágrimas e me deu um sorriso caloroso.

— Não, mas irei ficar. — Saí de seus braços.

Assim que me afastei, senti falta do calor de seu corpo no meu. Estar em seus braços era reconfortante, por mais que ele fosse apenas um estranho.

— Podemos abrir as janelas, isso ajudará a deixar o apartamento mais arejado e com alguma luz. — Ele olhou no relógio. — Mas precisa separar algumas velas, pois logo irá escurecer e não conseguirá enxergar nada.

Concordei e fui abrir as janelas. Senti uma tontura e me segurei no sofá.

— Você precisa se sentar. Não está nada bem.— Marcelo logo chegou até mim.

Ele segurou a minha cintura e me ajudou a sentar no sofá.

— É a falta de comida. Não como nada desde cedo. — respirei fundo e recostei a cabeça no sofá.

— Não pode ficar tanto tempo sem comer, Thalia. São horas sem ingerir nada e isso pode ser prejudicial para o bebê. Sem contar que vomitou, o que pode tê-la deixada desidratada.

Meus lábios tremeram com sua bronca.

— Bom, não precisa chorar. — Ele passou a mão na cabeça. — Também não almocei, então isso serve para mim também, tirando a parte do vômito, claro. — Me deu um sorriso acolhedor e acabei sorrindo também.

Marcelo olhou para a cozinha.

— Posso fazer algo rápido para nós. — ofereceu, com voz incerta.

— Sério? — funguei. Ele fez que sim com a cabeça. — Mas não quero me aproveitar de você, já me ajudou muito, Marcelo.

— Não está se aproveitando de mim, Thalia, eu sou um bom samaritano, lembra? — Ele me deu um sorriso tão lindo que acabei sorrindo também.

Eu me perderia no sorriso dele com facilidade.

— É... Hum... — ele limpou a garganta e me dei conta de que o estava encarando.

— Não quero que se sinta obrigado a nada, já fez muito por mim e sou grata por isso.

— Não é incômodo algum, já disse. O bom Samaritano só foi, embora depois que teve certeza de que o homem que ajudou estava a salvo e ficaria bem. — sorriu. — Estou apenas fazendo o mesmo com você.

— Não sabia que era cristão. — Me levantei e ele veio me ajudar.

O dispensei com a cabeça e segui para a cozinha. Marcelo me seguiu.

O apartamento estava mais claro depois que abri as janelas. A falta de luz havia se dado devido a um curto-circuito nos fios de alta tensão da rua e ficaríamos algumas horas sem luz. O senhor Dario havia enviado uma mensagem no grupo do prédio.

— Não sou. Quer dizer, eu acredito em Deus, não pense o contrário. Mas, por minha mãe ser católica, eu aprendi algumas passagens bíblicas. A do bom samaritano é uma delas.

— Ah, sim. Também acredito em Deus. Embora não sei o que Ele quer ao me dar um filho sem ter um pai, sem casar, sem ter casa, trabalho e o principal, um psicológico pronto para isso.

Comecei a buscar alguns ingredientes para preparar um macarrão com queijo para nós.

— Bom, minha mãe vive dizendo que Deus só nos dá o que conseguimos suportar. E que cada coisa que nos acontece é para o nosso aprendizado.

De Cara com o Amor: Uma virgem (grávida) para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora