Capítulo 24 - Thalia

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Capítulo 24 - Thalia

A enfermeira me ajudou a deitar na maca e depois me cobriu da cintura para baixo. Pegou meu braço e colocou o acesso do soro. Aplicou um conteúdo no cateter que se conectava a bolsa de soro e pediu que eu ficasse quieta e descansasse que ela logo voltaria para me ver.

— Eu... O rapaz que veio comigo não pode ficar aqui? Não queria ficar sozinha.

— Acredito que a doutora o deixe entrar. Mas não se esforce, está fraca e precisa repousar.

Assenti e ela saiu da sala. Fechei os olhos levei a mão à barriga. Estava tonta e a ânsia de vômito não havia passado.

A médica que me atendeu me disse que passaria um remédio para dor de cabeça e outro para o vomito. Eram remédios que eu poderia tomar mesmo estando gestante e esperava que ele logo fizesse efeito.

Ela me dissera que a dor de cabeça se dava ao esforço que eu estava fazendo para vomitar e pela falta de água no meu organismo. Estava desidratada e precisava repor os sais minerais perdidos pelo vomito recorrente.

A doutora Andreia, a médica que me atendeu, disse que eu posso estar sofrendo de A hiperêmese gravídica que é quando a mulher está grávida e vomita bastante. Que iria passar o soro e os remédios para eu melhorar e assim poder fazer os exames para comprovar se é ou não hiperêmese. Confesso que estou torcendo para não ser, pois já ouvi falar de que isso é algo sério e até posso perder meu bebê.

Uma das recepcionistas do Vila Esmeralda teve isso e precisou interromper a gravidez. Ela não conseguia comer e vomitava muito, o que lhe causou problemas no fígado. Para o bem de sua saúde, ela precisou fazer um aborto, mas sofreu muito com isso e até hoje não engravidou novamente.

Abri os olhos quando a porta da sala foi aberta. Pensei ser uma das enfermeiras, mas era Marcelo e sorri largo ao vê-lo. Queria mesmo a sua companhia. Estava com medo e ele me passava segurança e confiança.

— Como se sente? — se aproximou e puxou uma cadeira que havia no quarto para se sentar ao lado da maca.

— Mal, não vou mentir. Estou com medo, Marcelo. E se eu perder meu bebê

Voltei a chorar.

— Ei, — segurou minha mão e a beijou. — Nada vai acontecer. Não tenha medo.

— Eu... Preciso comer, tenho que me alimentar por mim e ele, mas nada fica. Eu já estava anêmica e agora estou desidratada. Isso irá fazer mal ao meu bebê, Marcelo.

— Calma, você vai melhorar e depois vai poder comer um caminhão de comida.

Uma risada me escapou.

— Não vou conseguir comer um caminhão de comida, talvez um carro, mas não um caminhão.

— É assim que quero te ver; rindo e fazendo piadas. Vai ficar tudo bem, eu prometo.

— A doutora me disse que posso estar com hiperêmese gravídica. Sei que isso é grave, pois uma das minhas colegas de trabalho teve e acabou desenvolvendo problemas no fígado.

— Meu irmão levantou essa hipótese, mas não vamos sofrer por antecedência. Você terá de fazer exames, suponho?

— Sim. Exames de sangue e de urina para ver se estou mesmo desidratada. Além disso, ele realiza um ultrassom para determinar se estou vomitando por outros motivos... ou se espero gêmeos.

— Acredita que são gêmeos?

— Não, seria muita sorte... ou azar. Há apenas um bebê aqui.

Sorrimos.

De Cara com o Amor: Uma virgem (grávida) para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora