Capítulo 2 - Marcelo

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Capítulo 2 

Marcelo

Fechei os olhos ao ouvir os gritos de alegria do meu irmão. Mateus havia acabado de sair da sala de partos, seu filho acabara de nascer e ele queria comemorar com nossa família. Ravi havia chegado ao mundo para nos encher de alegria e unir ainda mais os seus pais. Mateus e Mariah tiveram um começo conturbado e por pouco ele não perdeu o nascimento do próprio filho. Mas agora eles estavam bem, estavam felizes, e Ravi só iria acrescentar felicidade à relação deles.

— Parabéns, irmão. — O abracei assim que ele chegou próximo a mim.

— Obrigado, mano. Não sabe como estou feliz com o nascimento do meu filho.

Seu sorriso era imenso e seus olhos brilhavam tanto pela felicidade de poder ver o filho nascer quanto às lágrimas que isso trouxe aos seus olhos.

— Fico muito feliz por você, irmão. Por você e Mariah. Merecem ser feliz depois de tudo o que passaram.

— Você também merece, Marcelo. Acredite quando digo que há algo especial à sua espera por aí. — Apenas assenti.

Era o momento dele e não iria estragar isso falando das minhas dores.

— Sim, eu sei que sim. Agora vá lá ficar com sua mulher e seu filho. — Sorri e ele assentiu e voltou para junto de Mariah.

Em poucos minutos, eles iriam para o quarto e poderíamos ver Ravi.

— Pronto para ser o segundo tio preferido? — Minha irmã se aproximou e a abracei.

Natali era linda, tinha 13 anos, e bem encapetada. Deixava-nos, eu, meu irmão e meu papai, de cabelo em pé. Não sei como nosso pai ainda não enfartou com as coisas que ela inventava e fazia. Se havia uma menina mais vida louca que a minha 'doce' Natali, eu desconhecia.

Sua beleza era algo que chamava a atenção, cabelos castanhos que brilhavam ao sol e olhos que pareciam captar cada detalhe ao redor. Mas, apesar da aparência angelical, Natali tinha uma personalidade travessa e uma energia inesgotável.

Se havia algo proibido ou perigoso, podia apostar que Natali estaria lá, desafiando as regras e testando limites. Uma vez, ela convenceu meu irmão a ajudá-la a subir no telhado da casa para buscar um gato que, supostamente, estava preso lá em cima. O gato, na verdade, estava bem seguro no quintal, mas Natali queria experimentar a adrenalina da escalada.

Outro episódio memorável foi quando ela decidiu "decorar" o Porsche do nosso pai com tinta lavável. Achou que seria uma ótima ideia pintar flores e borboletas na lataria. Papai não achou tão divertido, mas por sorte a tinta saiu realmente com água e sabão.

As situações mais estressantes eram sempre as ideias mirabolantes de Natali, como a vez em que ela tentou preparar um jantar surpresa para todos nós, sem ter a menor noção de como usar o fogão. Resultado: uma pequena explosão de molho de tomate que deixou a cozinha parecendo uma cena de filme de terror. A cozinheira e a babá quase enfartaram e pediram demissão no mesmo dia. Julgo que nossos pais só não surtaram porque esperavam sempre o pior vindo da encapetada da minha irmãzinha.

Lembro-me de um dia específico quando Natali decidiu que seria uma ótima ideia organizar uma "caça ao tesouro" no bairro. Reuniu todas as crianças da rua, desenhou mapas e escondeu pistas em lugares improváveis, como em uma caixa de correio ou no alto de uma árvore. A aventura se transformou em uma pequena confusão quando os vizinhos começaram a reclamar das crianças invadindo seus jardins, mas Natali, com seu sorriso encantador, conseguiu acalmar os ânimos e transformar tudo em uma grande brincadeira.

Outra vez, ela convenceu o meu irmão a construir uma "fortaleza" no quintal, usando tudo que encontravam pela casa: lençóis, cadeiras, caixas de papelão. A fortaleza resistiu a uma chuva torrencial e, mesmo molhados e com frio, eles continuaram brincando como se nada tivesse acontecido. Era impossível não admirar a determinação e a criatividade de Natali e o modo como conseguia nos enrolar em seu dedo mindinho. Não havia nada que quisesse que eu e Mateus não fizéssemos o impossível para dar a ela.

De Cara com o Amor: Uma virgem (grávida) para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora