21 Cassiopeia

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Tenho tatuada a Cassiopeia igualzinho na história. É uma música linda! Ouçam as músicas junto com a história, fica mais delicioso ainda.

Boa Leirura!

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Completamente emocionados, os Semideuses recebiam os aplausos dos demais estudantes e lhes retribuíam da mesma forma. Aquela pequena surpresa preparada por sua professora os tocou profundamente, pois ela conseguiu lhes proporcionar uma experiência única, capaz de desnudar e apontar nuances de seus trabalhos que, por vezes, poderiam passar despercebidos até mesmo por ela.

A entrega e a devoção que os estudantes mais jovens dedicaram às apresentações de cada um dos trabalhos dos Semideuses os tocaram de uma forma surpreendente e os encheu de um novo fôlego para continuarem suas pesquisas e produções.

Cada um, a seu modo, estavam agradecidos por aquele pequeno presente e Caroline sabia disso, pois podia ler em cada olhar que lhe lançavam e ela realmente estava se sentindo bem em poder lhes ofertar aquilo. Até mesmo os seus alunos experimentaram algo novo e surpreendente naquela tarde. Todos ali viveram uma experiência ímpar naquela tarde.

Mas o que de fato estava tocando e comovendo aquela professora – de uma maneira desconcertante - era toda a força do sentimento que estava sendo emanado por Rosamaria. Seus olhos lhe traiam, seu corpo lhe entregava, pois, por mais que lutasse (pra quê?), tudo nela lhe impelia para uma só pessoa e, dessa maneira, não conseguia parar de olhá-la. E por mais que aquela soberana professora quisesse evitar demonstrar que estava sendo atingida, sabia que estava falhando com louvor, pois seus olhos lhe traiam, buscando sempre os de Rosamaria. E aquele sentimento – não mais apenas uma sensação – indicava que a sua “suposta” espiã, estava falhando em seu objetivo. Pois se fora enviada até ela com o intuito e se aproximar para atingi-la, também estava sendo atingida. Isso fez com que Caroline odiasse Lamartine ainda mais, pois ele usava as pessoas sem medir consequência alguma, desde que atingisse seu objetivo maior, que era destruí-la, e com ela, toda a Ordem.

Se ele estava usando aquela mulher deliberadamente para atingi-la sem que a mesma soubesse disso, seria um dos golpes mais baixos usados por ele. Contudo, a ideia de que ela era inocente se agigantava dentro de seu peito e, intimamente, um temor começou a se avultar. Era isso que aquele monstro conseguia fazer com ela. Desestabilizá-la! E mais do que nunca ela não poderia sucumbir. Não devia se entregar.

Desejou acabar com ele mais do que nunca!

E mais uma aula inesquecível havia chegado ao fim e a certeza de que Caroline havia atingido seu objetivo vinha com cada aluno que saia de sua sala lhe olhando com gratidão e com sorrisos estampados em seus rostos. Aquilo era muito recompensador e ela se deixou preencher por aquela sensação. E assistir aos seus orientandos rindo entre si lhe deixava estranhamente bem. Fez algo que a muito não fazia, permitiu-se admirar a jovial alegria deles e vivenciá-la por alguns poucos instantes. Como se pudesse sentir o que eles sentiam.

- Professora, em nome dos demais, eu gostaria de lhe agradecer por essa experiência surreal. – disse Marc sinceramente emocionado. – Acredito que será muito útil para todos nós e para os próprios estudantes também, que puderam ter uma boa amostra de como é realizar um trabalho denso de pesquisa. – E no olhar do rapaz Caroline viu a sincera admiração com a qual estava acostumada, contudo, ela estava despida de adulação barata ou temor. Ele não demonstrava qualquer desconforto ou receio que sempre lhe dirigia. Como se estivesse sempre com medo de levar algum tipo de repreensão. Caroline o olhou gentilmente. Até a chegada de Rosamaria, Marc era o melhor e mais brilhante orientando que ela tivera e receber aquele reconhecimento por parte dele, lhe enchia de uma incomum alegria.

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