9 Força da Natureza

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começando a ficar interessante essa 'conexão' das duas, vocês não acham? Vão achar!!!
Por favor comentem, soltando uns 4 capítulos por dia pra não abandonar vocês...

Boa leitura!

ROSAMARIA

Uma aconchegante e preguiçosa manhã de domingo se apresentava para uma Rosamaria destruída pelo Jet Lag em decorrência da grande diferença de horário que experimentava. O cansaço da viagem fez com que passasse boa parte do sossegado sábado dormindo, trocando o dia pela noite e gastando toda a madrugada insone na organização do seu novo loft, tentando deixá-lo mais a sua cara. O local contava com uma linda sala conjugada com a cozinha, separadas pela simpática bancada estilo americana. A sala continha o famigerado e ainda muito odiado sofá azul escuro e de textura super macia, com um médio tapete cinza também escuro, adornado por uma pequena mesinha de centro transparente e redonda e muito adorável. Uma grande janela iluminava o ambiente, dando vista para boa parte do Quartier Latin e, lateralmente à janela, presa à parede, se encontrava uma pequena TV de tela plana.

Ficou muito satisfeita e feliz por conseguir colocar todas as suas roupas no pequeno closet, já cogitando que talvez fosse preciso adquirir algumas novas peças devido ao frio. Seus dois pesados sobretudos e os pouquíssimos casacos que tinha certamente não dariam conta, mesmo ciente de que não poderia gastar muito, já que precisaria poupar para os todos os gastos que teria naquele novo país. Mesmo que tivesse dinheiro sobrando, Rosa não era do tipo que gostava de esbanjar com roupas, - e nem com nada - sempre optando por mesclar peças novas com as preciosidades que encontrava em brechós. Adorava alimentar a ideia de que as roupas que a abraçavam tinham uma história única, e, como boa sonhadora que era, costumava brincar e imaginar algumas delas, como a do largo casaco marrom de tricô que usava naquele momento e que caía até seus pés, cobrindo o shortinho minúsculo e confortável que estava usando.

Segundo os devaneios dela, aquele casaco que servia tanto para homens como para mulheres fora dividido por um casal de escritores de novelas para a TV, fracassados e falidos, mas que viram no amor a chance de superarem tudo. Respirou profundamente e de maneira teatral. "Aaah Rosamaria...! Nem adianta tentar fingir... Você é sim uma sonhadora e uma romântica incorrigível! "

Riu muito divertidamente! Aquelas histórias aqueciam seu coração. Estava no seu usual ótimo humor, a despeito dos últimos acontecimentos. Encarou seu pé, que graças às Deusas quase não doía mais e decidiu arriscar tirar a bota de proteção, experimentando caminhar sem ela. Para sua sorte, parecia estar tudo bem e o pobre dedinho aparentava estar praticamente recuperado, fazendo Rosamaria bater palminhas de felicidade! Mesmo assim, circulava pelo pequeno apto com a atenção redobrada - quadruplicada -, o que com certeza era novidade, já que era considerada pelos amigos a rainha da péssima coordenação motora e da falta de atenção. - É só ficar longe do maldito sofá, Rosamaria! Não deve ser tão difícil assim, certo? - Seu tom era brincalhão, mas a advertência no aviso era bem real!

Cogitou dar uma volta pelos arredores e conhecer melhor o seu histórico bairro, porém, não queria dar chances para o azar e magoar seu dedo recém curado, mesmo sabendo que precisava sair para comprar comida. Sua dispensa e geladeira agradeceriam, assim como seu dramático e estragado estômago. ''Huum... melhor deixar para mais tarde.''

Parada no centro do confortável quarto que dispunha de uma cama não muito grande, mas ideal para ela, observou as prateleiras que ficavam acima de uma charmosa escrivaninha, localizadas no lado oposto de sua cama e viu que seus livros estavam devidamente organizados em sua desorganização predileta, onde só assim ela se encontrava. Exceto por aquele que ela considerava o mais importante deles. Esse, ela deixou guardado dentro de uma mala guardada dentro de outra! Sabia que se alguém realmente desejasse, poderia facilmente encontrá-lo, mesmo ali dentro daquele ''esconderijo''. Ainda assim, não conseguia imaginar o que alguém poderia querer com um livro de quase 400 anos! Talvez, somente por seu valor e conteúdo histórico, nada além disso. ''Uma velharia inestimável!'' Pelo menos para ela.

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