38 MON AMOUR

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AI QUE DELICIA DE CAPITULOOOOOOO. PEGA NA MÃO E ASSUME

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MEMÓRIAS

Eu a vi pela primeira e definitiva vez.

Nada em meus sonhos, devaneios, imaginações nem tão pouco nas narrativas furtadas por trás das portas poderia fazer jus a quem eras. E sabes muito bem que estou falando para muito além da beleza que possuis. Era o brilho, a luz, a força e a segurança que você passava.

Era impressionante a magnitude do fascínio que me causava naquele instante, pois ultrapassam facilmente qualquer expectativa que eu pudesse ter criado em torno de você. A menina da pintura era a definição da beleza pura e angelical e a mulher que se aproximava de mim era a mais pura expressão da beleza divina. Certamente os mestres humanistas poderiam toma-la como musa inspiradora da perfeição humana.

Sua altivez e soberba não eram coisas que passassem despercebidas e se eu já havia ficado impressionada com Manu Shermont, eu estava extasiada com você. Eram incríveis as semelhanças entre vocês, desde o modo de andar até o delicado gesto de retirar cachos impertinentes que pendiam em seus rostos. Não precisavam fazer esforço algum para serem deusas na Terra e o que mais impressionou foi que mesmo cientes do efeito que causavam ambas pouco se importavam com aquilo, pois foram aquele baile com objetivos muito bem determinados.

E ali, ao lado de Manu, vocês eram a mais pura representação da força e poder feminino. Capturando todas as atenções, despertando as mais variadas das emoções e causando um turbilhão que poderia ser sentido no ar.

- O que elas estão fazendo aqui? - Pude ouvir Armand sussurrar e dar vários passos para trás, como se estivesse querendo recuar ou até mesmo sair correndo dali. Já eu, contudo, não conseguia tirar os olhos de você. Porém seu olhar percorria o salão como se procurasse alguém e logo ouvi, atrás de mim, aquele maldito apelido mais uma vez.

- La Déesse de Malheur! - Suspiraram três jovens que faziam questão de ignorar seus acompanhantes. Olhei-as com desdém, mas nem perceberam a minha reprovação, porém não pude me demorar com aquilo, pois ouvi a voz da minha amada Manu a me saldar.

- Minha querida Marie! - Ela deixou todas as formalidades de lado e não apenas beijou-me as bochechas, tratou de me abraçar com intensidade e demorado carinho.

Não pude ver, pois estava de costas, mas eu tenho a certeza que assim que ela me abraçou ela lançou um olhar desafiador para Armand, pois eu pude sentir o acelerar do coração dela e arrepiar de seus pelos arrepiando os meus próprios. E a certeza daquilo veio em seguida.

"Não se preocupe criança." "Confie em mim!" Ela lhe tranquilizou mentalmente. Eu posso me gabar de que sempre fui muito boa em perceber as deixas de Manu e decidi que seguiria e manteria qualquer história que ela viesse a inventar para justificar sua presença ali e aquele caloroso abraço. Contudo, lamentei que você não veio com ela e ainda estiquei a cabeça a sua procura mas não a vi de imediato.

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- Ah Marie... - Caroline suspirou, depositando o diário aberto sobre seu peito e o envolvendo com os braços, como num caloroso abraço. - Não sabia meu amor, mas eu estava a poucos metros dali, próxima a uma escada, ignorando algumas pessoas que insistiam em falar comigo. - Caroline voltou a conversar com suas memórias e com Marie, através dos séculos.

Marie havia lamentando a ausência momentânea de Eva, contudo ela não fazia ideia que a loura a estava observando de longe, com escancarado interesse. Pois conhecê-la foi um dos motivos que fizeram Eva acompanhar Manu ao Baile. Ela lembrou-se dos dias seguintes a sua chegada quando estranhou o comportamento de sua mãe. Uma tristeza incomum havia se instalado no coração dela e não era sua culpa.

ALÉM DESSA VIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora