8 A Lady na Mesa

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Por favor não me odeiem por esse capítulo, ter as ex namoradas/peguetes das duas nesse começo é essencial lá na frente! Mas pra quem gostar, deleitem-se.

triste porque não tem nenhum comentário :/ queria opiniões...
Fica cada vez melhor, prometo.

BOA LEITURA


CAROLINE

Em pouco mais de 40 minutos, Caroline já estava pronta e dava aquela última olhada no espelho. Usava um vestido preto acinturado, com a parte de baixo mais justa, acompanhando e valorizando suas curvas até um pouco acima dos joelhos. Na parte de cima, o tecido era mais maleável e leve, cobrindo todo o seu abdômen e busto, com mangas que estendiam-se até os antebraços, porém, não havia tecido na parte de trás e toda a extensão de suas costas estava à mostra até a base da coluna. Sem se esforçar ela já chamava muita atenção, se essa fosse a sua intenção então, o estrago seria grande!

Optou por uma maquiagem que expressasse seu humor naquele momento: Uma escura sombra nos olhos e um batom num vermelho intensamente escuro. Seu cabelo deslumbrante estava muito bem penteado e domado num coque perfeito e, para completar o visual, usava saltos de bico fino. Um verdadeiro escândalo de mulher! Furtivamente, a expectativa de como uma certa pessoa reagiria se a visse daquele jeito brotou em sua mente e, antes mesmo que pairasse por lá, balançou a cabeça, espantando o pensamento.

No entanto, a empolgação inicial que a levou a ligar para a sua colega de trabalho e às vezes de cama, já havia se dissipado naquela altura. Pensou em desistir umas três vezes, mas se obrigou a sair, tendo a impressão de que se ficasse enfurnada em seu apartamento iria enlouquecer, além de já ter feito a outra mulher desmarcar de última hora os planos que tinha. Era sempre assim, Caroline nem precisava se esforçar, ela só precisava querer. Revirou os olhos com a constatação.

Também não queria - e não iria - reconhecer que estava sendo afetada pelo o que quer que fosse aquela situação ridícula. Não. Não ela! Não a "Toda poderosa Gattaz" como costumavam chamá-la. - Toda poderosa... - falou num tom sério enquanto se encarava no espelho, fazendo cara de mal. 5 segundos depois ela não se aguentou, explodindo numa gargalhada curta! ''Ridículo!'' Ela sabia de todos os apelidos e expressões pelos quais era conhecida na Universidade e nenhum deles a incomodava ou tinham qualquer importância, contanto que nenhum deles chegasse perto de definir quem ela realmente era. Tudo aquilo ajudava a criar a personagem que ela precisava representar.

Apesar de todos a considerarem brilhante e terrivelmente linda, de um intelecto surreal e único, também a consideravam uma mulher fria, inalcançável, distante e praticamente inatingível. Sim, ela poderia ser isso tudo, mas a verdade sobre Caroline era muito mais perturbadora e inconcebível. O lugar onde sua mente, alma e coração estavam era muito mais escuro e sombrio do que qualquer um poderia imaginar. Não, eles não poderiam mesmo imaginar e esse pensamento a fez suspirar, visivelmente derrotada. Ainda assim, se obrigou a passar pela porta. - Vamos logo com isso, Gattaz... - Sua voz era firme e convicta, quase como se fosse para encorajá-la. Queria e precisava retomar o controle sobre tudo à sua volta, embora no fundo, - bem lá no fundinho - sentisse uma persistente sensação de que isso não duraria por muito mais tempo. Caroline Gattaz era como um poderoso e inigualável ímã, atraindo tudo e todos que queria e principalmente, que eram necessários para manter o curso de seus objetivos.

Cogitou ligar para sua segurança, mas sabia que não seria justo com ela e decidiu não atrapalhar sua merecida folga, mesmo sabendo que se realmente precisasse, Priscila não hesitaria em largar o que quer que estivesse fazendo para vir em seu auxílio. Sorriu de um jeito melancólico, agradecendo a devoção e lealdade de sua amiga, mas sabendo que jamais seria capaz de retribuí-la; não da maneira que ela merecia e muito menos da forma que Priscila gostaria. Sabia que era imprudente sair sozinha, porém duvidava muito que seus inimigos voltassem a atentar contra a sua vida. A oportunidade já havia passado e o objetivo não fora alcançado. Ela estava ali, não é? Tinha conseguido e era uma sobrevivente, mesmo contra todas as possibilidades. Somente o fato de estar viva revelava e reafirmava quanta força ainda existia nela. O recado foi dado. E muito bem dado.

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