capitulo 27

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Acordo com a claridade que entra pela janela, e demoro um pouco para me convencer a sair da cama. Sentada, ainda meio zonza, meus pensamentos voltam para ele... o stalker. Por que ele não mandou mensagem hoje? Nenhum "bom dia"? O que estou pensando? Estou ficando louca?

Balanço a cabeça, tentando afastar a confusão. Preciso focar. Levanto e vou para o banheiro, tentando me sacudir desse torpor.

No banho, a água quente escorre pelo meu corpo, relaxando meus músculos, mas meus pensamentos insistem em voltar para ele. Será que ele consegue me ver agora? Uma vergonha repentina me invade, e um sorriso nervoso se forma no meu rosto.

Saio do banho, me visto com aquele uniforme da escola que detesto. O da Coreia era tão melhor... Passo uma maquiagem básica, arrumo o cabelo, e pego o celular novamente. Nada. Nenhuma mensagem. Será que ele esqueceu de mim?

Mas então, vejo uma notificação. É do meu melhor amigo, Jeon Jungkook. Um alívio imediato me preenche. Ele é coreano, adora cantar, e sempre me faz rir com seu jeito brincalhão.

Kookie: 좋은 아침 고양이 (Bom dia, gatinha.) 나를 잊었나요? 다시는 메시지를 보내지 않았습니다 (Você se esqueceu de mim? Nunca mais enviou mensagem.)

Solto um risinho. Jungkook e sua maneira dramática de ser. Ele é assim, sempre exagerando, mas de um jeito fofo, como o Taehyung e os outros meninos.

S/n: 좋은 아침이에요 왕자님. 잊지 않았어요. 요즘 바빠서 시간을 바꿔도 소용이 없어요. (Bom dia, meu príncipe. Não me esqueci de você. Estive ocupada esses dias, e a mudança de horário não ajuda.)

Guardo o celular, pego minha bolsa e vou para a cozinha, onde meu irmão, Bak, já está tomando café.

Bak: Bom dia, irmã. - Ele diz entre um gole e outro.

S/n:Bom dia, irmão. - Respondo, tentando soar animada.

Bak:Tá tão animada. Posso saber o motivo? Ultimamente, você não estava bem por causa do stalker...

Seu tom é preocupado, e isso me deixa desconfortável. Como explicar o que nem eu mesma entendo?

S/n: Ele já não é um problema tão grande. - Tento disfarçar.

Bak:Como assim?

Vejo a hesitação em seus olhos, mas antes que ele possa perguntar mais, respondo:

S/n:Não sei como dizer, só peço que confie em mim.

Bak me olha por um tempo, avaliando minhas palavras, e finalmente concorda com a cabeça. Sinto um alívio por não precisar explicar mais nada.

Tomo café rapidamente ao lado dele, e logo estamos no carro, a caminho da escola.

Assim que chego, sou abordada por Thaiga, minha melhor amiga, que quase me abraça com a energia de sempre.

Thaiga: Amiga! - Ela exclama, com um sorriso largo.

S/n: Oi, amiga! - Respondo, tentando acompanhar sua empolgação.

Thaiga: Que bom que você veio, se não eu iria ficar sozinha.

S/n: O Thur não veio?

Thaiga: Não.

S/n:Hum.

Ela entrelaça o braço no meu e começa a caminhar em direção à sala de aula.

Thaiga:Vamos, vou te contar uma coisa!

Thaiga fala tanto que às vezes nem consigo acompanhar. Mas eu gosto disso, gosto da companhia dela. É uma das poucas pessoas que realmente me entendem, ou pelo menos tentam. Hoje, ela começa a falar sobre um garoto que está afim de mim. Sinto uma pontada de ansiedade no peito. E se o stalker souber? Ele poderia machucar esse garoto. Mas e se ele não fizer nada? Preciso parar de viver com medo. Talvez sair com outro garoto seja o que eu preciso para me libertar desse pesadelo.

Durante o intervalo, minha mente continua ocupada com esses pensamentos. Me vejo encarando o garoto de quem Thaiga falou. Matheus. Ele é bonito, com aquele jeito tímido que parece esconder algo mais.

Ele finalmente toma coragem e se aproxima.

Matheus: Oi. - Sua voz é suave, quase hesitante.

S/n: Oie. - Tento ser simpática, mesmo que meu coração esteja disparado.

Matheus:Depois da escola, você quer tomar um sorvete?

Sua proposta é simples, mas meu estômago se revira. Sinto que estou prestes a cruzar uma linha perigosa.

S/n: Claro.

Matheus:Onde te encontro?

S/n: Vamos nos encontrar na frente da escola, às 14:30.

Matheus: Combinado.

Ele sorri, satisfeito, e se afasta. Observo-o indo embora, enquanto um sentimento estranho se instala em mim. Thaiga se aproxima, notando a cena.

Thaiga: Uiu, alguém tem um encontro!

Ela ri, e eu tento rir também, mas a sensação de que algo está prestes a dar muito errado não me abandona. É como se eu estivesse andando sobre uma fina camada de gelo, prestes a quebrar. E, no fundo, eu sei... algo ruim está para acontecer.

Contínua

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora