capítulo 3"Stalker"

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Acordei com a luz do sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina. Espreguicei-me, sentindo o corpo relaxar um pouco depois de tantas emoções no dia anterior. Havia algo reconfortante em estar de volta em casa, mas, ao mesmo tempo, uma sensação estranha de inquietude pairava no ar.

Me levantei lentamente, sentindo o frio do chão de madeira nos meus pés descalços. Caminhei até o banheiro, lavei o rosto e me olhei no espelho. Por alguns segundos, fiquei ali, apenas encarando meu reflexo, tentando entender essa ansiedade que não parecia querer me deixar.

Voltei para o quarto e peguei meu celular no criado-mudo. Várias notificações se acumulavam, a maioria de redes sociais. Mas uma em particular me chamou atenção: uma mensagem de um número desconhecido.

Fiquei parada por um momento, hesitante, mas a curiosidade acabou vencendo. Abri a mensagem.

"Bom dia, minha garota. Dormiu bem?"

Um arrepio percorreu minha espinha. Quem poderia ser? Meu coração começou a bater mais rápido, a mente correndo com mil suposições. Olhei novamente para o número, tentando reconhecer, mas nada parecia familiar.

"Quem é você?" Digitei rapidamente, sem conseguir disfarçar a tensão.

Não demorou muito para a resposta chegar.

"Não importa quem eu sou, importa que eu sei quem você é. Te vi ontem, sabia? Tão linda. Tão perfeita. Eu sabia que você era a minha garota assim que te vi. Você não precisa ter medo, só quero te proteger."

Meu coração martelava no peito. Quem era essa pessoa? Como sabia de mim? Lembrei-me do restaurante, do garçom... não, isso era loucura. Mas não conseguia afastar a sensação de que alguém estava me observando, de que talvez, desde ontem, eu estivesse sendo seguida.

Minhas mãos começaram a tremer. A insegurança tomou conta, e minha primeira reação foi bloquear o número. Mas uma parte de mim, por mais irracional que fosse, hesitou. Havia algo naquelas palavras que me deixava em dúvida. Seria apenas uma brincadeira de mau gosto?

Desci para a cozinha, tentando ignorar o incômodo que aquelas mensagens me causaram. Preparei um café, mas a sensação de estar sendo vigiada não me deixava. As janelas, que antes pareciam normais, agora pareciam olhos indiscretos, observando cada movimento meu.

Olhei para fora, mas tudo parecia normal. Talvez fosse só minha imaginação. Talvez eu só estivesse cansada com toda a mudança recente.

Meu celular vibrou novamente. Olhei para a tela com receio. Outra mensagem do mesmo número.

“Vejo que gosta de café. Espero que goste do presente que deixei para você."

Minha respiração ficou presa na garganta. O que ele queria dizer com isso? Larguei o café na pia e corri até a porta da frente. Abri devagar, o coração acelerado. No chão, um pequeno pacote embrulhado em papel branco e uma fita vermelha.

Meu sangue gelou. Peguei o pacote com mãos trêmulas, o coração batendo tão forte que eu podia ouvi-lo nos meus ouvidos. Desfiz o laço da fita e abri o embrulho com cuidado. Dentro, havia uma xícara de porcelana fina, com meu nome gravado nela em letras douradas.

E um bilhete, escrito à mão:

"Para que nunca se esqueça de que sempre estarei aqui, cuidando de você. - Seu."

Soltei o pacote no chão, dando um passo para trás, quase tropeçando. O que estava acontecendo? Quem era essa pessoa que parecia saber tanto sobre mim?

Voltei para dentro, trancando a porta com força. Meu coração não desacelerava, e a sensação de estar sendo observada era mais forte do que nunca.

Eu sabia que algo estava errado. Muito errado. E, pela primeira vez, senti um medo genuíno.

continua

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora