capitulo 21

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pov Arthur

Acordei com o coração acelerado, o que me assustou por um momento. O pesadelo ainda era vívido em minha mente, uma mistura de medo e excitação que me deixava agitado. Levantei-me rapidamente e fui direto ao computador. Liguei-o e, ao abrir as câmeras que monitorei, meus olhos encontraram a imagem dela, S/N, dormindo tranquilamente. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios. Ela era perfeita, um verdadeiro anjo.

Enquanto a observava, vi que ela começava a despertar. Decidi mandar uma mensagem de bom dia antes que ela percebesse minha ausência.

Assim que a mensagem foi enviada, notei uma expressão de medo cruzar seu rosto. Não entendi por que ela ficava tão assustada. Eu a amava, sempre a protegi, sempre estava por perto, cuidando de tudo. Ela não precisava ter medo.

Com essa ideia em mente, fui tomar banho. A água quente escorria pelas minhas costas, mas não fazia muito para dissipar o tumulto de pensamentos em minha cabeça. Me arrumei rapidamente e fui tomar café.

Saindo do quarto, encontrei o Coringa na cozinha. Ele estava sentado à mesa, parecendo cansado.

“Dormi aqui ontem?” perguntei, pegando um pedaço de pão.

“Sim, briguei com a Taina,” ele respondeu, sua voz carregada de frustração.

“Putz, cara, mas vai dar tudo certo,” falei, tentando confortá-lo enquanto tomava meu café. Taina e Coringa estavam juntos desde o colégio, um relacionamento longo, mas sempre cheio de altos e baixos.

Depois do café, escovei os dentes e segui para a escola. Lá, avistei Thaiga. Nunca gostei da proximidade dela com S/N. Sempre senti que Thaiga não era uma boa influência, mas S/N gostava dela, então, mantive minhas suspeitas para mim.

“Oi, Thur, bom dia!” Thaiga disse animadamente.

“Bom dia,” respondi, sem muita emoção.

“Você percebeu que a S/N está demorando hoje?” ela perguntou, olhando em volta.

De fato, S/N normalmente chegava à escola às 7:00 com o irmão, mas agora já eram 7:10. Peguei meu celular discretamente e chequei as câmeras. A casa estava vazia. Eles deviam estar a caminho.

Thaiga continuou a falar sobre Matheus, um garoto que andava olhando demais para S/N nos últimos dias. O ciúme fervilhou dentro de mim, mas tentei ignorá-lo. Não sou possessivo, mas se algum idiota ousar fazer algo contra ela, eu não hesitaria em acabar com ele.

Dez minutos depois, S/N finalmente chegou. Thaiga foi a primeira a falar com ela.

“Bom dia, princesa! Chegou tarde hoje, hein?”

“Algo aconteceu?” perguntei, preocupado.

“O pneu do carro furou no meio do caminho,” ela explicou, com um suspiro.

“Que chato,” Thaiga comentou, tentando ser simpática.

O dia seguiu em frente, mas decidi que não mandaria tantas mensagens para S/N durante as aulas. Eu a observava à distância, me certificando de que estivesse bem, mas mantive-me contido.

Depois da escola, fui direto para o restaurante. O dia estava tedioso, e Coringa estava de folga. Senti-me preso na monotonia até que vi a porta se abrir. Meu humor mudou instantaneamente ao ver S/N entrar, irradiando sua beleza usual.

“Oie, Arthur,” ela disse, caminhando até mim com um sorriso deslumbrante.

“Vocês se tornaram amigos?” Bak, o irmão de S/N, perguntou, claramente curioso.

“Eu nem te contei, Bak, o Arthur estuda comigo,” ela respondeu, rindo levemente.

Bak me olhou de cima a baixo, tentando avaliar minha presença.

“Prazer,” ele disse, apertando minha mão. “Sou Gabriel Lessa, irmão da S/N.”

“O prazer é todo meu,” respondi, mantendo a calma. “Sou Arthur Fernandes.”

A expressão de Bak mudou para algo mais sério. “Então, Arthur, qual é o jogo?”

“Bak, não faz isso,” S/N tentou intervir, mas eu sabia que ele não iria desistir tão fácil.

“Tudo bem, princesa,” eu disse, tentando tranquilizá-la. “Irmãos mais velhos são assim mesmo.”

Bak ficou ainda mais irritado quando me ouviu chamá-la de "princesa". “Princesa?” ele repetiu, visivelmente incomodado.

“Gabriel, eu só sou amigo da S/N, amigo próximo,” expliquei, tentando parecer inofensivo.

“Pra você é senhor Lessa,” ele corrigiu com autoridade. “E eu espero que seja só amigo mesmo.”

“Somos só amigos, Bak,” S/N interveio mais uma vez, tentando aliviar a tensão.

“Por isso que você insistiu para comer aqui,” ele comentou, claramente desconfiado.

Sorri levemente ao ouvir isso.

“Tá no dentista, garoto?” Bak perguntou, notando meu sorriso.

“Não, senhor Lessa. No que posso ajudar?” respondi, mantendo a formalidade.

“Thur, eu vou querer um arroz de cenoura com galinha guisada,” S/N pediu com um sorriso.

“Ok, princesa. E para o senhor?” perguntei, voltando minha atenção para Bak.

“O mesmo que minha irmã e, por favor, pare de chamá-la de princesa,” ele pediu, tentando controlar a irritação.

“Claro, senhor Lessa. E para beber?” continuei, mantendo a calma.

“Eu quero um suco de laranja,” S/N respondeu.

“Eu quero uma Coca-Cola,” Bak disse, ainda sério.

Já de volta ao meu posto, mandei o pedido para a cozinha. Enquanto atendia outras mesas, sempre que podia, observava S/N. Ela era a razão pela qual eu aguentava tudo. Ela era a única que fazia meu coração bater mais forte.

Depois de um tempo, eles pediram a conta. Finalizei meu turno e voltei para casa, mas percebi que mal havia falado com minha garota. Tomei um banho rápido e, assim que me senti relaxado, peguei o celular e mandei uma mensagem para ela.

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WhatsApp ON
My Girl😍

Oie, meu amor.

S/N:Tava tão bom sem você mandar mensagem.

Você tava com saudades, eu sei.

S/N:Não estava.

Eu vi você olhando para o celular várias vezes.

S/N:Não posso ver meu celular?

Gracinha, você estava linda com aquele vestido preto.

S/N:Você ainda me segue?

Sempre, amor.

S/N:Me deixe em paz, Stalker.*

Nunca, amor.

S/N:Eu vou dormir.

Boa noite, meu bem. Sonhe comigo. Te amo.

WhatsApp OFF

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Desliguei o telefone e me deitei, sentindo uma paz inquieta. Saber que ela estava ali, tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante, me fazia desejar ainda mais. Eu a teria para mim, custe o que custar.

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora