capitulo 18

90 7 1
                                    

Naquela madrugada, o silêncio era quase absoluto. Apenas o som suave da respiração de S/N preenchia o quarto enquanto ela dormia, exausta após o dia emocionalmente desgastante. De repente, uma presença perturbadora se manifestou na escuridão.

O stalker, vestido de preto, entrou no quarto com a leveza de uma sombra, seu rosto escondido atrás de uma máscara de palhaço que brilhava fracamente à luz da lua que filtrava pelas cortinas. Ele se aproximou da cama com passos silenciosos, como um predador que se aproxima de sua presa.

S/N estava profundamente adormecida, alheia ao perigo que se aproximava. O stalker, sem fazer barulho, deitou-se ao lado dela, ajustando-se de forma a não acordá-la. Sua mão se estendeu para a cintura dela, envolvendo-a com uma delicadeza assustadora. O toque fez com que S/N se remexesse levemente, mas não o suficiente para acordá-la. Ele se manteve imóvel por alguns segundos, observando-a, absorvendo aquele momento como se fosse algo sagrado.

Quando S/N finalmente começou a despertar, sentindo o peso estranho e o calor à sua volta, seu coração disparou. Ela tentou se mover, mas sentiu o braço dele apertar suavemente em volta de sua cintura. Seus olhos se arregalaram de terror ao perceber a máscara a poucos centímetros de seu rosto.

"Shh, princesa... não grite," ele sussurrou, a voz suave, mas carregada de uma ameaça velada. "Estou aqui para cuidar de você, não para te machucar."

Ela não sabia o que fazer, o medo travava seus pensamentos e a voz. Sentia-se paralisada, como se cada movimento pudesse desencadear algo ainda pior.

"Por que está fazendo isso?" S/N conseguiu murmurar, a voz quase inaudível.

"Porque eu te amo," ele respondeu sem hesitação, como se a resposta fosse a coisa mais natural do mundo. "Eu te amo de uma forma que ninguém jamais poderia. Você é minha, S/N. Sempre foi."

Aquele "sempre foi" ecoou na mente dela, como um sino fúnebre. Ele falou com uma certeza tão fria que fazia seu sangue gelar.

"O que você quer de mim?" A voz de S/N tremeu, mas ela tentou se manter firme.

Ele riu suavemente, um som perturbador vindo de trás da máscara. "Eu só quero você, assim como está agora. Tranquila, aqui ao meu lado. Ninguém vai te machucar enquanto eu estiver por perto, princesa. Eu prometo."

Ela sentiu uma mistura de emoções que a deixava confusa. Medo, repulsa, mas também uma estranha sensação de alívio. Como se, apesar de tudo, soubesse que ele realmente acreditava no que estava dizendo. Mas isso não fazia dele menos perigoso.

"Por que a máscara?" Ela perguntou, tentando manter a voz estável, focando em detalhes para não deixar o pânico tomar conta.

"Ela me protege. Protege você de mim, e o mundo de nós dois," ele respondeu enigmaticamente. "Às vezes, precisamos de máscaras para mostrar quem realmente somos, não é?"

Ela não sabia como responder a isso. A forma como ele falava, como se cada palavra fosse cuidadosamente escolhida para manipulá-la, a fazia se sentir ainda mais presa, como se estivesse em uma teia invisível que ele tecera em torno dela.

"Você não precisa ter medo, S/N. Eu sempre estarei aqui, te protegendo. E ninguém nunca vai te tirar de mim. Se você tentar fugir, eu vou te encontrar. E se alguém tentar te afastar de mim, eles vão se arrepender," ele murmurou, apertando-a um pouco mais contra si.

S/N fechou os olhos, tentando bloquear o que estava acontecendo. Cada palavra dele parecia penetrar em sua mente, fazendo-a sentir-se cada vez mais impotente. Ela sabia que precisava de ajuda, mas como poderia pedir, se ele estava sempre ali, observando cada movimento, cada palavra?

Por um momento, ele apenas a segurou, como se estivessem em um abraço carinhoso. Mas o medo dentro dela não desapareceu, apenas foi enterrado mais fundo, encoberto por uma camada de resignação.

"Eu vou ficar aqui até você dormir novamente," ele sussurrou, os lábios quase tocando sua orelha. "Vou te proteger dos seus pesadelos. Agora, feche os olhos, minha princesa. Amanhã é outro dia, e estarei lá também."

Com o coração ainda acelerado, S/N obedeceu, mesmo sabendo que dormir seria quase impossível. Ela se sentiu dividida entre o medo de gritar e o desejo de sobreviver àquela noite. Sentiu as mãos dele afrouxarem o aperto, mas ele não se afastou. Apenas ficou ali, ao seu lado, como uma sombra protetora e ameaçadora ao mesmo tempo.

Enquanto o silêncio se instalava novamente, a única coisa que S/N podia fazer era esperar que ele se cansasse, que fosse embora. Mas sabia, no fundo, que essa não seria a última vez. Ele voltaria, e cada vez ficaria mais difícil escapar de sua presença sufocante.

Na escuridão de seu quarto, ela esperou, tentando não pensar no amanhã, tentando não pensar em nada além de sobreviver a mais uma madrugada.

continua

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora