Acordei sentindo meu corpo dolorido. Levantei devagar, tentando ignorar as lembranças da noite anterior que vinham à mente. Tomei um banho, deixei a água quente aliviar um pouco da tensão nos músculos. Depois de me secar, vesti meu uniforme escolar e desci para a cozinha.
Bak estava lá, sentado à mesa, com uma expressão fechada e séria. A atmosfera parecia carregada, como se um temporal estivesse prestes a cair.
— Bom dia — murmurei, tentando soar casual, mas a tensão em minha voz era evidente.
Ele levantou os olhos para mim, mas não respondeu. Permanecia quieto, a mandíbula tensa, os olhos fixos em mim de uma maneira que me fez estremecer por dentro.
— Bak, tá tudo bem? — perguntei, sentindo o pânico crescer no meu peito.
Bak suspirou profundamente antes de finalmente falar, sua voz carregada de dor e frustração.
— Me diz a verdade, s/n. Eu escutei tudo ontem — ele começou, os olhos dele perfurando os meus. — Ultimamente você parece... feliz, diferente. Me diz a verdade, você está com aquele psicopata?
Senti um frio percorrer minha espinha. Não tinha mais como esconder. Respirei fundo, tentando manter a voz firme.
— Sim — admiti, minha voz saindo quase como um sussurro.
Bak bateu a mão na mesa com força, o som ecoando pela cozinha.
— Porra, s/n! — Ele gritou, sua voz tremendo de raiva e incredulidade. — Você é louca? — Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse vendo alguém que não reconhecia mais. — Ele é louco, um doente mental!
As lágrimas já escorriam pelo meu rosto antes que eu pudesse controlá-las.
— Eu... eu quero ficar com ele — disse, minha voz embargada pelo choro.
Bak parecia ainda mais furioso, seu rosto se contorcendo em uma expressão de dor e desespero.
— Eu não vou aceitar isso! — Ele declarou, a determinação em sua voz era inabalável. — Nunca mais fale com ele. Vamos na delegacia hoje mesmo.
Desespero tomou conta de mim, agarrei o braço dele, as lágrimas caindo livremente.
— Não, por favor, dá uma chance a ele! — implorei, minhas palavras saindo em soluços. — Bak, por favor, ele é do bem, você precisa acreditar em mim!
Bak me olhava, o olhar dele misturava decepção e algo que parecia ser pena. Ele balançou a cabeça lentamente, como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo.
— Você vai fazer 18 anos, s/n. — disse ele, sua voz agora mais calma, mas ainda carregada de tristeza. — Sabe o que é melhor para sua vida, eu te amo, irmã, mas você não é mais uma criança. Sabe o que é certo e errado.
Seu tom frio cortou como uma faca, mas havia verdade em suas palavras. Eu o amava também, mais do que qualquer coisa, mas meu coração estava dividido, preso a alguém que ele jamais aceitaria.
— Eu te amo, irmão. Se você conhecesse o lado bom dele... — tentei argumentar, mas minha voz soava fraca, sem convicção.
Bak riu amargamente, sem humor, a dor em seus olhos visível.
— Qual lado bom? — Ele disparou. — Ele te ameaçou, te torturou psicologicamente, invadiu nossa casa! Que lado bom pode existir em alguém assim, s/n?
Seus argumentos eram como socos, cada palavra um golpe certeiro. Ele tinha razão, claro que tinha. Talvez ele estivesse certo em querer me proteger, mas meu coração não se conformava com a ideia de abandoná-lo.
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Stalker-Loud Thurzin
Fanfiction"não traía seu boy killer" "S/N Lessa, uma jovem que sempre viveu à sombra de seu irmão, um dos maiores CEOs de São Paulo, nunca imaginou o quão drasticamente sua vida mudaria. Depois de anos estudando na Coreia do Sul, ela retorna ao Brasil aos 17...