capitulo 37 "a tudo o que somos e ao que ainda seremos"

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O ambiente estava saturado de uma tensão quase tangível, um fio invisível que os conectava, mas que também parecia os envolver, isolando-os de tudo que não fosse aquele momento, aquele espaço compartilhado. A mansão, com suas paredes antigas e seu ar de mistério, apenas acentuava o clima íntimo e intenso que se formava entre vocês.

Arthur puxou uma cadeira para você na mesa posta, e você se sentou, sentindo o peso de seu olhar que não desviava um segundo sequer. Ele tomou o lugar oposto, mas a distância física entre vocês parecia irrelevante, quase inexistente diante da conexão que os mantinha unidos. Com um gesto tranquilo, ele serviu o vinho nas taças, o líquido rubro se derramando lentamente, como sangue fluindo de um corte recém-aberto.

“À nós,” ele disse, levantando sua taça. Seu tom de voz era baixo, mas carregado de uma autoridade suave, como se aquele simples brinde carregasse um juramento implícito, um pacto que ia além das palavras. “À tudo o que somos e ao que ainda seremos.”

Você ergueu a sua taça em resposta, os olhos presos nos dele, e o cristal fez um som suave ao se chocar no ar. O vinho deslizou por sua garganta, o sabor encorpado e ligeiramente amargo intensificando o momento. Arthur, no entanto, mal provou o seu. Ele preferia observar você, cada movimento, cada expressão.

A refeição se seguiu em uma sinfonia de sensações—sabores que se misturavam com toques sutis e palavras carregadas de significado. Às vezes, ele falava sobre memórias compartilhadas, lembranças de risadas e olhares que, para ele, pareciam mais preciosos do que qualquer coisa. Outras vezes, o silêncio entre vocês falava mais alto, um silêncio denso, quase palpável.

Após o jantar, ele se levantou, contornando a mesa para ficar ao seu lado. Com um gesto suave, ele a convidou a ficar de pé, segurando sua mão com firmeza, como se temesse que você pudesse desaparecer a qualquer momento. “Venha,” ele murmurou. “Quero mostrar-lhe algo.”

Ele a guiou por um corredor estreito e escuro, o piso de madeira rangendo sob seus passos. A cada passo, você sentia a proximidade dele, o calor de seu corpo, a respiração firme e constante. A mansão parecia um labirinto, mas Arthur conhecia cada esquina, cada recanto.

Finalmente, ele parou diante de uma porta dupla de madeira antiga, esculpida com símbolos quase indecifráveis. Ele empurrou as portas e a visão à sua frente roubou seu fôlego. Era um quarto grandioso, com janelas imensas que iam do chão ao teto, revelando a escuridão lá fora pontuada apenas pela luz da lua. No centro, uma cama enorme, coberta com lençóis de seda escura.

Arthur a puxou gentilmente para o centro do quarto, posicionando-a de frente para ele. Suas mãos seguraram seu rosto com uma firmeza surpreendente, seus olhos queimando com uma intensidade que quase doía. “Eu quero que você entenda,” ele sussurrou, cada palavra uma promessa solene. “Eu nunca vou deixar você ir. Nunca.”

Seu coração batia rápido, mas havia uma certeza avassaladora na sua própria entrega. Você sabia que estava cruzando uma linha, entrando em um território desconhecido, mas que, de alguma forma, parecia ser exatamente onde você deveria estar.

Sem aviso, ele a puxou para um beijo, profundo e dominador. Seus braços a envolveram, e você se entregou ao seu toque, ao seu comando. Não havia espaço para dúvidas, não havia espaço para arrependimentos. Apenas a certeza de que, naquele momento, naquele lugar, você pertencia a ele e ele a você.

Quando o beijo terminou, ele encostou sua testa na sua, respirando fundo, como se precisasse daquele contato para se manter ancorado. “Hoje,” ele disse, a voz carregada de emoção contida, “é o início de algo que não tem fim. Você é minha, e eu sou seu. Nada mais importa.”

E ali, entre a luz suave da lua e o calor ardente do olhar de Arthur, você percebeu que estava disposta a seguir cada passo desse caminho, não importando quão profundo ele fosse. Porque, no fim, a promessa de um amor assim—intenso, inabalável e, talvez, um pouco perigoso—era exatamente o que seu coração ansiava.

Contínua

Respondendo antes que falem algo
NÃO A SN NÃO VAI MORAR COM O ARTHUR, ELE NÃO VAI APRISIONAR ELA.

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora