explicações que não foram deixada claras, no uniforme do Arthur no restaurante, tem o nome dele em um crachá
Ao entrar na escola, o ambiente parecia normal, comum, quase acolhedor. As paredes estavam cobertas por murais coloridos, e os alunos se espalhavam pelos corredores, conversando e rindo, enquanto seguiam para suas aulas. Tudo parecia como em qualquer outro lugar. Quase me deixei enganar pela aparente normalidade.
A primeira aula foi tranquila, nada fora do comum. Fiquei sentada ao fundo da sala, tentando ao máximo não atrair atenções indesejadas. Meu coração ainda estava acelerado pela manhã tensa, mas comecei a relaxar quando vi que ninguém estava prestando muita atenção em mim.
No intervalo, peguei meu lanche e fui me sentar sozinha em uma mesa no pátio, observando os outros alunos se agruparem em pequenos círculos. Enquanto comia, uma garota com cabelo ruivo vibrante se aproximou e sentou-se ao meu lado, seu sorriso iluminando o rosto.
“Oi, sou a Thaiga. E você deve ser a aluna nova, certo?”
Olhei para ela e forcei um sorriso, tentando parecer mais à vontade do que realmente estava. “Oi, sou a s/n. Cheguei há pouco tempo.”
Thaiga sorriu, parecendo genuinamente amigável. “Seja bem-vinda. Sei que pode ser difícil se adaptar, mas se precisar de qualquer coisa, pode me chamar.”
“Obrigada, Thaiga. Acho que vou precisar de algumas dicas sobre como sobreviver aqui,” respondi, rindo levemente, sentindo um pouco da tensão desaparecer.
Thaiga riu também, e nós começamos a conversar sobre coisas triviais – aulas, professores, lugares para comer perto da escola. Ela parecia uma garota legal, e eu me senti um pouco mais à vontade com ela por perto.
O intervalo estava terminando, e nós nos levantamos para ir à próxima aula quando, de repente, meus olhos captaram um rosto conhecido na multidão. Meu coração parou por um momento. Era ele. O garçom do restaurante, Arthur. Ele estava aqui, na minha escola, misturado entre os alunos. O pavor tomou conta de mim instantaneamente.
Sem pensar, soltei a mão de Thaiga e fui até ele, minha respiração acelerada e o pânico subindo pela minha garganta. “Você! O que está fazendo aqui? É você! Você é o stalker!” A acusação saiu de mim quase como um grito, desesperada, apontando para Arthur.
Ele parou, olhando para mim com surpresa genuína em seu rosto. “O que? Do que você está falando?” Arthur parecia confuso, mas eu estava certa. Tinha que ser ele. Ele estava ali no restaurante, ele sabia de tudo sobre mim. Ele tinha que ser o stalker.
“Não minta pra mim! Eu sei que é você! Como mais você estaria aqui? Você me seguiu até a escola!” Minhas mãos tremiam enquanto eu o encarava, tentando não ceder ao medo que me dominava.
Arthur levantou as mãos em um gesto de rendição, tentando parecer calmo. “Ei, calma, eu não sou stalker nenhum. Trabalho como garçom, e também sou estudante aqui. Juro que você está confundindo as coisas.”
Eu estava prestes a insistir, quando senti meu celular vibrar. Hesitante, puxei-o do bolso e olhei para a tela. Uma nova mensagem.
“Eu disse que ficaria de olho em você, minha garota. Relaxe, estou mais perto do que você pensa.”
Meu coração gelou. Se Arthur estivesse me mandando aquela mensagem, ele não poderia estar segurando o celular na minha frente agora. Minhas mãos tremeram ainda mais, e a dúvida começou a se instalar. Como isso era possível? Não podia ser ele... mas e se fosse?
Arthur olhou para mim, notando a mudança na minha expressão. “O que foi? Quem te mandou mensagem? S/n, você precisa chamar a polícia. Isso não pode continuar assim.”
Eu balancei a cabeça, confusa e apavorada, os olhos ainda fixos na mensagem. “Eu... não posso. Ele disse que machucaria as pessoas que eu amo se eu contasse para alguém...”
“Isso é sério demais, você não pode lidar com isso sozinha!” Arthur insistiu, agora com um tom mais grave. “Esse cara claramente é perigoso. Se você não fizer nada, ele pode acabar cumprindo essas ameaças.”
“Você não entende!” exclamei, com a voz trêmula. “Eu não posso arriscar. Ele sabe tudo sobre mim. Sabe até que você está aqui agora!”
Thaiga, que havia seguido a cena toda em silêncio, interveio. “S/n, se ele está ameaçando você, precisamos encontrar uma solução. Não pode deixar que ele controle sua vida desse jeito.”
Mas eu já estava demais no meio do medo para ouvir razão. “Eu sei, mas... se algo acontecer com Bak ou com meus amigos, eu não vou me perdoar. Eu... eu só preciso pensar...”
Arthur me observou, preocupado, mas não insistiu mais. Ele parecia entender que eu estava à beira de um colapso. “Ok, s/n. Eu não vou forçar você a fazer nada que não queira, mas, por favor, saiba que você não está sozinha. Eu e Thaiga estamos aqui, certo?”
Olhei para ele, ainda desconfiada, mas algo na sua expressão sincera e no fato de que ele estava tão preocupado comigo começou a quebrar minha resistência. E, naquele momento, decidi que, por mais apavorada que estivesse, precisaria de toda a ajuda que pudesse receber, mesmo que fosse de alguém que eu mal conhecia.
“Obrigada, Arthur... e você, Thaiga. Eu... só não sei o que fazer.”
Thaiga colocou a mão no meu ombro, um gesto reconfortante. “Vamos encontrar um jeito, s/n. E até lá, você não precisa enfrentar isso sozinha.”
Eu assenti, mas o medo ainda apertava meu coração. As mensagens do stalker continuavam a ecoar na minha mente, cada palavra como uma nova facada na minha sanidade. Sabia que o perigo ainda estava lá, espreitando em cada sombra, e que ele não iria parar até conseguir o que queria. Mas pelo menos, agora, eu tinha pessoas ao meu lado, mesmo que isso não fosse o bastante para deter o terror que me perseguia.
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Stalker-Loud Thurzin
Fanfiction"não traía seu boy killer" "S/N Lessa, uma jovem que sempre viveu à sombra de seu irmão, um dos maiores CEOs de São Paulo, nunca imaginou o quão drasticamente sua vida mudaria. Depois de anos estudando na Coreia do Sul, ela retorna ao Brasil aos 17...