capítulo 4

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Me tranquei no quarto, o coração disparado e as mãos trêmulas. O medo me consumia. Eu tenho um stalker. Alguém que sabe demais sobre mim, que me observa, me conhece. "Eu preciso contar isso pro Bak," pensei, mas o pânico logo tomou conta.

Antes que pudesse pensar em como falar, meu celular vibrou. Quando olhei, era ele. Meu stalker.

“Amor, esqueci de te dizer: não conte a ninguém.”

Meus olhos se arregalaram, e minhas mãos suavam ao digitar uma resposta rápida. “Não me chame de amor. Eu vou chamar a polícia.”

A resposta veio quase instantaneamente, e o pavor tomou conta de mim ao ler as palavras na tela.

“Faça isso e eu mato seu irmão Bak, seu melhor amigo Kim Taehyung, Jeon Jungkook.”

Minhas pernas enfraqueceram, quase me deixando cair. Ele... ele não estava falando sério, estava? Mas como ele sabia tanto sobre mim? Isso não podia ser real, não podia estar acontecendo.

“Ok, eu não digo nada,” escrevi, os dedos tremendo, cada palavra um peso enorme.

“Boa garota. Agora vá comer algo, você mal terminou de beber seu café.”

Engoli em seco, a mente em um turbilhão. Como ele sabia disso? Ele estava me vendo? Eu estava completamente impotente.

Com passos hesitantes, fui até a cozinha, tentando parecer normal, mas a sensação de ser observada era esmagadora. Preparei um ovo e coloquei no pão, comendo automaticamente, sem sentir o gosto de nada. Cada mordida era amarga, contaminada pelo medo.

Enquanto lavava o prato, ainda tentando processar tudo, ouvi passos atrás de mim.

“Bom dia, pequena.” A voz familiar de Bak soou enquanto ele beijava o topo da minha cabeça. “Tá tudo bem? Você parece assustada.”

Eu queria tanto contar. As palavras estavam presas na minha garganta, lutando para sair. Mas a ameaça ainda ecoava na minha mente. Se eu dissesse algo, ele machucaria Bak. Ele machucaria todos que eu amava.

Então, engoli a verdade junto com o meu medo, forçando um sorriso fraco. "Eu... eu só tive um pesadelo, só isso," menti, tentando soar convincente, mas o tremor na minha voz me traiu.

Bak me olhou com preocupação, claramente percebendo que algo estava errado. “Tem certeza? Você não parece bem...”

Eu queria tanto me jogar nos braços dele, contar tudo e pedir ajuda. Mas em vez disso, dei um passo para trás, tentando manter a distância, tentando esconder o pânico em meus olhos.

“Eu estou bem, de verdade,” menti novamente, desviando o olhar. "Só... só preciso de um tempo sozinha."

Ele hesitou por um momento, mas finalmente assentiu, ainda preocupado. "Tudo bem, mas se precisar de alguma coisa, estou aqui."

Eu só consegui acenar, tentando segurar as lágrimas até que ele saísse. Assim que ele foi embora, me apoiei na pia, o corpo tremendo de medo e impotência.

Eu estava sozinha nessa. E o medo de perder quem eu amava me fazia ficar em silêncio, mesmo que cada fibra do meu ser quisesse gritar por socorro.

contínua

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora