capitulo 13 "revelação"

106 7 2
                                    

Acordei de repente, o coração disparado e a cabeça confusa. Olhei ao redor do quarto, tentando entender onde estava. Estava na minha cama, no meu quarto, mas algo estava errado. O pijama de vaquinha que eu usava... Não me lembrava de ter comprado ele. A sensação de que algo estava fora do lugar me perturbava. Quando virei para o lado, vi um bilhete e vários chocolates espalhados pelo criado-mudo. Snickers. Meu favorito.

Com as mãos trêmulas, peguei o bilhete e o abri, sentindo o coração afundar conforme lia as palavras escritas à mão:

"Bom dia, minha princesa. Espero que tenha gostado do pijama e da sua noite. Você é muito gostosa. Deixei uns chocolates aí, sei que são seus favoritos. Eu te amo. Ass: Boy Killer."

Senti meu corpo ficar frio, uma mistura de choque e pavor tomou conta de mim. Minha mente corria, tentando processar o que tinha acontecido. Dormi com ele? Como eu pude deixar isso acontecer? Estaria eu perdendo a cabeça?

Antes que pudesse processar completamente, ouvi batidas na porta. Meu coração disparou novamente.

“S/n, posso entrar?” Era a voz de Bak, e, mesmo antes de abrir a porta, eu podia sentir a tensão.

“Entra,” respondi, tentando manter a voz firme, mas a ansiedade era evidente.

Bak entrou no quarto, e seu olhar imediatamente se fixou em mim, preocupado, confuso. Seus olhos refletiam uma mistura de surpresa e algo mais – desconfiança, talvez.

“O que está acontecendo?” Ele perguntou, com a expressão tensa e a voz carregada de preocupação.

Eu queria poder dizer a verdade, mas não sabia como. “Tá tudo bem,” menti, tentando não deixar transparecer o pânico que me consumia.

Bak, no entanto, não estava convencido. Sua expressão mudou rapidamente para irritação. “Droga, S/n! Eu te conheço, sei que está mentindo!” Ele explodiu, a voz levantando. “Ontem à noite, eu ouvi barulhos, você praticamente gritou! Quando fui ver o que estava acontecendo, vi um homem aqui! Todo vestido de preto, com uma máscara de palhaço!”

Eu não consegui segurar as lágrimas. Comecei a chorar descontroladamente, sem saber como explicar aquilo para ele. Bak estava se esforçando para entender, tentando encontrar uma explicação lógica em meio ao caos.

Ele respirou fundo, tentando se acalmar. “Eu não vou te julgar, só me diz… tá namorando? É isso? Tá com medo de me dizer?”

Antes que eu pudesse responder, meu celular vibrou. Uma nova notificação. Meu estômago revirou quando vi que era uma mensagem dele, do stalker.

“Diga a ele que sou seu namorado, apenas isso.”

Fiquei paralisada, pálida de medo, o pânico visível nos meus olhos. Bak percebeu imediatamente, e sem hesitar, tomou meu celular das minhas mãos. Ele começou a ler as mensagens, o rosto dele mudando de compreensão para pura fúria.

“Você tem um stalker atrás de você, e não me contou?! Como pôde não me dizer?” Bak estava claramente furioso, mas também apavorado. A frustração e o medo em sua voz eram palpáveis.

“Ele me ameaçou, Bak. Eu não tive escolha,” respondi, a voz trêmula e encharcada de lágrimas.

Bak deu um passo para trás, tentando processar o que estava lendo. “Eu vou chamar a polícia,” disse ele, a decisão clara em sua voz.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, outra mensagem chegou. Bak olhou para o telefone e, instantaneamente, seu rosto perdeu a cor.

“Se você chamar a polícia, eu mato S/n na sua frente.”

Bak desabou na beira da cama, segurando a cabeça entre as mãos. O choque e o desespero tomaram conta dele, e eu não sabia o que fazer. Ver Bak assim, tão perdido e vulnerável, partiu meu coração.

“Desculpa,” eu sussurrei, quase inaudível, enquanto as lágrimas continuavam a escorrer pelo meu rosto.

Bak levantou o olhar, seus olhos cheios de lágrimas também. “A culpa não é sua, S/n,” disse ele, sua voz quebrada pela emoção. “Eu… eu te amo. Você é minha irmã. Se sentiria mais segura se voltasse para a Coreia? Talvez lá ele não te seguisse.”

A ideia de voltar para a Coreia me trouxe um breve alívio, mas também um medo profundo. “Sim, talvez lá eu estivesse segura,” respondi, tentando manter a voz firme.

Bak, ainda em estado de choque, começou a digitar no celular, provavelmente procurando passagens. “Vou comprar sua passagem. Meu Deus, eu queria tanto ficar perto de você…”

Outra mensagem chegou. Nós dois olhamos para o celular ao mesmo tempo.

“Eu te seguiria até o inferno.”

O desespero tomou conta de Bak novamente. Ele olhou para mim, com uma expressão de pura dor. “Você não vai para a escola. Eu não posso arriscar.”

Eu só consegui assentir. “Desculpa, Bak. Eu não queria que isso acontecesse.”

Ele balançou a cabeça, lutando para segurar as lágrimas. “Você não tem culpa, deve estar traumatizada. Ele… ele te forçou a fazer aquilo ontem, não foi?”

Eu sabia que Bak queria acreditar nisso, mas eu não podia deixá-lo carregar essa culpa. “Ele não me forçou, Bak. Eu fiz sexo com ele porque quis.”

A revelação caiu como uma bomba. Bak ficou em completo choque, o silêncio entre nós se tornando insuportável. Ele não disse nada por alguns segundos, apenas me olhou, tentando entender.

“Não sei o que dizer,” ele finalmente respondeu, a voz baixa, quase num sussurro.

“Eu não sei porque fiz,” admiti, minha voz igualmente frágil.

Bak suspirou, o olhar perdido. “Só tem uma pergunta na minha cabeça.”

“Faça,” eu respondi, preparando-me para o pior.

“Você se arrependeu?”

Pensei por um momento, refletindo sobre tudo o que tinha acontecido. Sendo honesta comigo mesma, sim, mas, ao mesmo tempo, não podia negar que uma parte de mim não se arrependia.

“Não,” respondi finalmente, minha voz firme.

Bak balançou a cabeça, incrédulo.

continua

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora