capitulo 14 "logo logo"

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Bak decidiu não me deixar sozinha nem por um segundo naquele dia. O choque e a preocupação estavam estampados em seu rosto, mas ele tentava disfarçar para não me assustar ainda mais. Depois da nossa conversa, ele parecia determinado a me proteger, mesmo sem saber exatamente do que estava me protegendo.

Passamos a manhã juntos na sala. Bak estava com o notebook no colo, tentando trabalhar, mas eu sabia que ele não conseguia se concentrar. Eu também tentava me distrair, mudando de canal na TV, mas nada parecia capaz de afastar a sensação de que algo estava prestes a acontecer.

O celular vibrava constantemente ao meu lado, e cada notificação fazia meu coração pular uma batida. As mensagens do stalker eram incessantes, e cada uma delas parecia piorar a sensação de sufocamento que eu sentia.

“Você acha que ele pode te proteger de mim, S/n? Ele está só perdendo tempo.”

Tentei ignorar a mensagem, mas não conseguia. Era como se as palavras dele me puxassem, me prendendo em um ciclo de medo e ansiedade. Bak olhou para mim, percebendo minha tensão, mas não disse nada. Ele sabia que eu estava recebendo mensagens, mas depois do que aconteceu mais cedo, não queria me pressionar.

À medida que o dia passava, a presença de Bak ao meu lado me dava algum conforto, mas as mensagens continuavam. Era como se ele soubesse exatamente o que estava acontecendo, cada movimento meu.

“Gostou do café da manhã que ele preparou para você? Aposto que eu faria algo muito mais especial.”

Aquilo me fez estremecer. Como ele sabia o que estávamos fazendo? Era como se ele estivesse nos observando o tempo todo, cada segundo.

“S/n, tudo bem?” Bak perguntou, percebendo que eu estava cada vez mais perturbada. “Sei que isso é difícil, mas estou aqui com você. Não vou deixar ninguém te machucar.”

Eu queria acreditar nele, queria me sentir segura, mas as palavras do stalker estavam me corroendo por dentro. Era como se ele soubesse cada pensamento meu, cada emoção que eu sentia.

“Ele acha que pode te proteger. Mal sabe ele que você já é minha.”

Olhei para Bak, e algo dentro de mim se quebrou. Ele estava tentando tanto, mas não tinha ideia do que estava enfrentando. E eu… Eu estava com medo de que, a qualquer momento, ele se tornasse o próximo alvo.

Passamos a tarde tentando manter alguma normalidade. Bak sugeriu que assistíssemos a um filme, algo leve para tentar me distrair, mas as mensagens continuavam a chegar. Tentei não olhar, mas era impossível não sentir o celular vibrar a cada poucos minutos.

“Sabe, eu te observo há tanto tempo. Finalmente estou tão perto de você, e ninguém vai tirar isso de mim.”

Bak me puxou para mais perto dele no sofá, tentando me envolver em um abraço protetor. Eu me deixei levar por aquele gesto, mas o medo continuava a crescer dentro de mim. As mensagens eram como uma corrente constante de ameaça e controle, e eu não sabia mais o que fazer.

Quando a tarde começou a cair, Bak sugeriu que fizéssemos algo juntos para jantar. Tentamos cozinhar juntos na cozinha, algo que sempre costumava ser divertido. Mas eu estava tão distraída que mal conseguia cortar os ingredientes direito. Ele percebeu, mas não disse nada, apenas me guiou nos passos da receita.

Mais mensagens.

“Você fica tão linda quando está concentrada. Queria poder estar aí para te ajudar. Mas logo, logo…”

Minhas mãos tremiam, e quase deixei cair a faca. Bak olhou para mim, preocupado. “S/n, está tudo bem? Quer que eu termine por você?”

“Não… Eu estou bem,” menti, tentando disfarçar. Mas sabia que Bak não acreditava.

Por fim, sentamos à mesa para comer, mas eu mal consegui tocar na comida. Bak notou, mas continuou com a refeição, tentando manter as coisas normais, como se ignorar o problema fosse afastá-lo.

Enquanto o dia terminava, eu não conseguia evitar o sentimento de estar presa. Cada mensagem era um lembrete de que eu estava sendo observada, controlada. E a presença constante de Bak, que normalmente me trazia tanta segurança, agora parecia inútil diante da obsessão do stalker.

Quando a noite finalmente caiu, eu estava exausta, mas sabia que o descanso não viria. Bak decidiu ficar no sofá da sala, dizendo que não me deixaria sozinha nem por um segundo. Agradeci, mas sabia que, mesmo ele estando ali, as mensagens continuariam, e com elas, o terror de estar sendo vigiada.

Eu me preparei para deitar, mas o celular vibrou mais uma vez. Olhei a mensagem, e o medo me invadiu novamente.

“Durma bem, minha princesa. Sonhe comigo. Eu estarei mais perto do que você imagina.”

Com um último olhar para Bak, que estava vigilante, tentei me convencer de que estava segura. Mas, no fundo, sabia que a realidade era bem diferente. Ele estava lá fora, observando, esperando. E a cada nova mensagem, a sensação de ser consumida pela obsessão dele se tornava mais real.

Fechei os olhos, mas sabia que a paz estava muito longe do meu alcance.

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora