capitulo 24

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Na manhã seguinte, S/N acordou com a luz do sol entrando pelas frestas das cortinas. Ela se espreguiçou lentamente, sentindo o corpo ainda pesado pela tensão que a acompanhava há dias. Seus olhos se abriram devagar, e ao seu lado, na cama, o espaço estava vazio. Um alívio misturado com uma estranha sensação de perda a envolveu.

Ela se levantou, ainda tentando se desfazer do peso dos sonhos confusos que a atormentaram durante a noite. Assim que pegou o celular, viu uma nova mensagem. Seu coração deu um salto.

Stalker: "Bom dia, meu anjo. Espero que tenha dormido bem. Eu estive com você a noite toda, em pensamento. Não consigo parar de pensar em como você é perfeita. Como foi o seu sono?"

Ela sentiu um frio na espinha ao ler aquelas palavras. A mistura de medo e fascínio que ele despertava nela era paralisante. As noites em que ele aparecia se tornavam cada vez mais frequentes, cada vez mais íntimas. E por mais que ela soubesse que deveria ter medo, algo dentro dela começava a ceder ao charme sombrio que ele exalava.

Ela não respondeu imediatamente. Em vez disso, saiu do quarto, encontrou Bak na cozinha preparando o café da manhã. Ele olhou para ela, preocupado, mas sem dizer nada. Sabia que algo a incomodava, mas a distância crescente entre eles o impedia de pressioná-la.

“Bom dia,” ele disse, tentando parecer casual. “Fiz panquecas. Achei que você gostaria.”

Ela sorriu, agradecida pelo gesto, mas sua mente estava longe. Enquanto comia, não conseguia deixar de pensar no stalker. Em como ele parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sempre um passo à frente, sempre sabendo exatamente o que dizer para desarmá-la.

Depois do café, Bak a levou até a escola. O caminho foi silencioso, mas não desconfortável. Ele parecia querer dizer algo, mas se conteve, respeitando o espaço dela. Chegando à escola, ela encontrou Thaiga e Arthur, que a receberam com sorrisos.

“S/N, como você está?” Thaiga perguntou, com um olhar de preocupação que não escapou a S/N. Arthur, por outro lado, parecia mais distante, observando-a de uma forma que a deixava inquieta.

“O dia de ontem foi... tranquilo,” ela respondeu, tentando soar convincente. “Só estou um pouco cansada, nada demais.”

Arthur a olhou intensamente, como se tentasse ler seus pensamentos. “Se precisar de qualquer coisa, sabe que pode contar conosco, certo?”

Ela assentiu, agradecida, mas sentiu uma pontada de culpa ao olhar para ele. Arthur sempre fora um amigo fiel.

O dia na escola passou em um borrão. Mensagens do stalker pipocavam no celular dela ao longo do dia, cada uma mais possessiva que a anterior.

Stalker: "Quem é aquele garoto que está sempre ao seu lado? Eu não gosto disso, meu amor. Você pertence a mim, apenas a mim."

Ela sabia que estava jogando um jogo perigoso, mas não conseguia evitar responder, tentando acalmá-lo.

S/N: "Ele é só um amigo. Você não precisa se preocupar."

Stalker: "Eu me preocupo porque te amo. E quando te vejo com outro, sinto que posso perder você. Eu faria qualquer coisa para não te perder, entenda isso."

As palavras dele a faziam sentir-se presa em uma teia da qual não conseguia escapar. E parte dela começava a aceitar essa prisão, a ver o amor doentio que ele professava como algo quase... reconfortante.

Quando finalmente voltou para casa, tomou um banho rápido e encontrou Bak na sala. Eles almoçaram juntos, mas a conversa foi superficial. Bak parecia distante, e S/N sabia que ele sentia que havia algo de errado, mas não sabia como ajudá-la.

Depois do almoço, ela deitou no sofá, tentando descansar, mas as mensagens do stalker não saíam de sua mente. Cada palavra dele parecia se enraizar mais profundamente em seu subconsciente, criando uma conexão que ela não conseguia romper.

Quando finalmente adormeceu, foi com a sensação de que ele estava mais perto do que nunca, como se pudesse sentir a respiração dele ao seu lado, mesmo que estivesse sozinha na sala.

E ela sabia que, naquela noite, ele voltaria. E dessa vez, talvez ela não resistisse.

Stalker-Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora