Melissa Santino - SP
Eu continuava ali, sem saber oque fazer enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto. O doido do Gustavo ainda estava me encarando, ele estava a minutos sem dizer nada e isso me assustava, só me fazia pensar que ele estava bolando um jeito mirabolante de me matar.
Eu me sentia uma completa inútil por não estar fazendo nada, sei lá, ele nem parecia estar armado, era só eu dar um chute no meio das pernas dele e sair correndo pedindo por ajuda, era algo tão simples, mas meu corpo simplesmente não conseguia executar nada disso.
- Eu vi você chegando com aquele garoto mais cedo - ele começou, quebrando o silêncio absurdo e desconfortável que estava no ambiente - e isso só me faz pensar, como você é uma verdadeira vagabunda, que me traiu sem mais ou menos.
Não consegui responder nada, apenas ficar quieta, mas só de saber que esse louco conhecia o Tavin, já me dava medo, até porque não quero que nada de ruim aconteça com ele, principalmente por minha culpa.
Caralho, por que eu estou pensando no Otávio? Ele está bem, quem está sem fudendo aqui sou eu.
- Eu sabia que você não ia falar nada, até porque, nem tem oque falar, você sabe que eu estou certo, eu sempre estou - disse e deu uma risada no fim da frase.
Eu não sabia a quanto tempo estava dentro do quarto com esse maluco, podiam ser segundos, minutos ou até horas... Eu só sei que para mim parecem anos, talvez até uma eternidade, é tão sufocante ficar perto dele, ainda mais sabendo que ele pode me matar a qualquer momento.
- Eu te amo tanto, Melissa, mas eu nunca vou poder te ter - acariciou o meu rosto.
Que nojo. Suas mãos em cima de mim me davam vontade de vomitar.
- E se eu não posso te ter... Ninguém vai poder - ele levantou um pouco da sua camisa, pegando uma faca que ali estava.
Agora não me restava mais dúvidas, de hoje eu não passava, esse desgraçado iria me matar e eu nem teria chance de fazer tudo oque eu queria. No fim, eu nunca teria a oportunidade de me declarar e falar oque eu realmente sinto para o Otávio.
- Me desculpa, minha linda, mas eu vou fazer isso porque eu te amo - diz tirando sua mão do meu rosto.
Eu não podia morrer, eu não queria morrer.
Me levantei rapidamente e dei uma joelhada no meio das pernas dele, ele caiu no chão e eu nem prestei atenção nele, apenas tentei chegar até a porta e sair correndo dessa casa, mas falhou, claro que iria falhar.
Ele segurou no meu pé, me fazendo tropeçar e cair no chão com tudo. Tentei chutar ele e me soltar, mas nada deu certo, ele se levantou e subiu em cima de mim segurando a sua faca.
- Eu tinha esquecido como você é teimosa - fala dando risada.
Eu me debati, tentando tirar ele de cima de mim. Estava completamente imóvel, ele estava em cima do meu quadril e meus braços estavam abaixo dos seus joelhos, oque inclusive machucava muito o meu braço, mas eu não estava ligando para dor, só queria sair dali.
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𝙋𝙖𝙧𝙖 𝙨𝙚𝙢𝙥𝙧𝙚 - 𝙏𝙖𝙫𝙞𝙣
Roman d'amourAonde Tavin se interessa pela fotógrafa da Aldeia em uma das batalhas.