Melissa Santino - SP
- Alô - falo assim que atendo a ligação.
- Fala, Santino, esqueceu que trabalha filhona? - Alva disse do outro lado da linha.
- Eu falei com o Bob, vou voltar uma semana antes da 8 anos - digo.
- Melzinha, mudança de planos, a gente vai precisar de você aqui no sorteio - Bob é quem fala desta vez.
- Que dia vai ser? - questiono.
- Dois dias antes da Bda mas eu queria que você viesse pra tirar fotos do espaço vázio, para a gente comparar depois quando estiver cheio - fala.
- Por mim tudo bem, duas semanas antes da Bda ta de boa pra você? - perguntei.
- Tá ótimo, Mel - responde.
- Então fechou, a gente se vê - digo.
- A gente se vê, valeu Melissa - fala.
Bob desligou a ligação e eu deixei meu celular de lado, me deitando de bruços na cama novamente, eu estou morrendo de sono.
- Quem ligou? - Sofia questiona com a voz soonolenta.
- O Bob e o Alva - respondo.
- Oque else queriam? - pergunta.
- Avisar que preciso ir pra São Paulo um pouquinho antes - falo.
- Hum - murmura e se vira na cama, Voltando a dormir.
Eu fiz o mesmo, me virei para o lado oposto e fechei os olhos, não demorou muito e em poucos minutos cai no sono novamente.
[...]
Só de pensar que em poucos dias eu estaria em São Paulo de novo me deixava ansiosa, eu finalmente iria me entender com o Otávio.
Desde as flores, nós conversamos mas não muito, foi mais algo como: oi, tudo bem? "Sim e vc" que bom, to bem também.
Não que eu esteja reclamando das nossas interações, mas se estivessemos de bem conversariamos bem mais, e com certeza não estariamos longe um do outro como estamos agora.
Eu quero me resolver com ele, de verdade, dessa vez eu quero fazer a coisa certa, não quero essa coisa de ficar sem ter nada, quero finalmente determinar uma relação concreta com ele.
Depois das flores, do urso e da carta, eu finalmente tive a certeza que ele estava arrependido e também queria se reconciliar comigo.
Estar de mal com o Tavin é péssimo, todas as vezes eu fiquei triste por não ter ele por perto, mas essa foi uma das piores vezes, porque não fui eu quem magoou e sim quem foi magoada. Agora eu posso dizer que estive dos dois lados da moeda, e agora aprendi que as palavras machucam tanto quanto as atitudes.
- Pensando no rapaz das flores? - a avó de Sofia perguntou, me fazendo despertar dos meus pensamentos.
- Para ser sincera com a senhora, sim - afirmo sorrindo.
- Também, um menino romântico desses não se acha sempre - Ela ri - você sabe quem é?.
- Sei, é meio que um namorado meu, eu viajei para cá brigada com ele - explico a história de forma bem rasa.
- E quando voltar? Vai desculpar ele? - perguntou.
- Sim, vou chamar ele para conversar assim que chegar em São Paulo - falo.
- Faz isso mesmo, fia, homem assim é dificil de se achar e nos dias de hoje esta pior ainda - disse.
- A senhora tem razão - dou uma curta risada.
Ela saiu para arrumar alguma coisa que eu não entendi muito bem e eu continuei sentada na cozinha pensando.
Eu já sabia o assunto que falaria, mas oque eu falaria? Eu não tenho nem ideia de como começar um assunto com o Otávio, ainda mais um assunto desses.
Era sempre engraçado ver o Otávio com vergonha com as mínimas coisas que eu falava para ele, mas agora quem estava com vergonha era eu e olha que a gente nem se viu pessoalmente ainda.
Só de pensar nele, um sorriso pequeno já se formava em meus lábios, pensar nos olhos dele, no beijo dele, o abraço... Tudo em geral, tudo nele me encanta e não é pouco.
- Melzinha, deu de pensar no namorado e vamos sair um pouco - Sofia diz me abraçando pelos ombros.
- Sair pra onde, Sofia? Você não começa a inventar não - disse.
- Garanto que você vai gostar, vem, anda - fala me ajudando a levantar da cadeira.
- Sei - olhei desconfiada para ela.
- Para de enrolação, anda logo, Melissa - diz sem paciência comigo.
Ajeitei a minha camiseta e eu e minha amiga saímos de casa começando a andar até sei lá aonde que nós iriamos.
Depois de tanto andarmos e eu reclamar, chegamos no centro da cidade, era quase um brás ali, enfim, tem muita coisa aqui.
- Vamo ali tomar sorvete, Sofi - digo apontando para uma sorveteria.
- Vamo - ela entrelaça seu braço com o meu e nós vamos até a sorveteria.
Pedimos nossos sorvetes, eu um de chocolate e ela um de morango, depois de pedirmos o sorvete, fomos andar enquanto comiamos.
- Nossa, se eu entrar em uma dessas lojas eu saio falida - digo olhando as lojas à nossa volta.
- Eu amo essas lojas, são bem baratinhas, mano - Ela fala dando uma colherada no seu sorvete.
- Aí se eu tivesse auto controle... - falo e ela dá risada.
[...]
É, eu acho que eu deixei todo o meu dinheiro nessas lojinhas que tem por aqui, comprei várias maquiagens, produtos pro cabelo, roupa, acessórios, se eu me arrependo? Jamais, agora serei uma diva falida.
- Que lindo - falo olhando os colares da loja.
- Olha esse - ela me mostrou um colar cheio de pérolas com uma cruz de pingente.
- Nossa, esse é a cara do Tavin - digo olhando.
- Também, ele anda com meio quilo de Cruz no pescoço - fala.
- Vou levar um pra ele - pego o colar.
Passamos no caixa e eu pedi para moça embalar o colar para presente, assim ela fez, colocando ele em uma caixinha e depois passando papel de presente por ele.
Eu e Sofia compramos mais algumas coisas e fomos embora, até por que nem tinha mais oque comprar ali, passamos por literalmente todo canto.
Chegamos em casa e levamos as coisas pro quarto, eu deixei minhas compras em um canto e me joguei na cama, estou morta de cansaço.
- Acho que deixei uma parte da minha alma lá - falo ofegante por estar cansada.
- Eu deixei até meu último centavo naquela loja de cabelo - fala se deitando ao meu lado na cama.
- Eu comprei tanta coisa que nem lembro mais oque comprei - digo dando risada.
- Eu quero ver como você vai levar tudo isso pra São Paulo - diz rindo.
- Verdade né? Eu preciso levar essas bugiganga pra São Paulo - falo me sentando na cama e só então me lembrando.
Agora eu me fudi, tem muita coisa e eu vou ter que levar tudo, bom, eu arrumo alguma coisa aqui e vai ser isso.
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𝙋𝙖𝙧𝙖 𝙨𝙚𝙢𝙥𝙧𝙚 - 𝙏𝙖𝙫𝙞𝙣
RomansaAonde Tavin se interessa pela fotógrafa da Aldeia em uma das batalhas.